1354 - CRISPIM

Apesar de ter completado uma boa parte da formação com as cores do Sporting, seria já como atleta da Académica que o avançado terminaria o percurso nas camadas jovens. Paralelamente, a caminhada feita pelo atacante nas equipas à guarda da Federação Portuguesa de Futebol dividir-se-ia entre o tempo do atleta em Lisboa e a posterior chegada a Coimbra. Com a “camisola das quinas”, num total de 10 internacionalizações, o extremo participaria, por duas vezes, no Torneio Internacional de Juniores da UEFA. Depois da presença no certame de 1960, o destaque acabaria por ir para a edição do ano seguinte, organizada em Portugal. Num grupo seleccionado por David Sequerra e treinado por José Maria Pedroto e ao lado de nomes como Simões, Serafim, Peres, Carriço, Oliveira Duarte entre outros que viriam a brilhar no desporto luso, Crispim assumiria um papel de grande destaque. Para além de entrar em campo em todas as pelejas, teria também a responsabilidade de envergar a braçadeira de capitão e haveria, concluída a final no Estádio da Luz, de ser ele a erguer o troféu entregue pela vitória na competição.
No que ao percurso clubístico diz respeito, Crispim passaria a trilhar um percurso louvável. Com a carreira sénior dedicada exclusivamente à Académica, o extremo depressa assumiria um papel de grande relevância no plantel da “Briosa”. Depois da estreia na equipa principal a acontecer na temporada de 1961/62 e sob a alçada do treinador Alberto Gomes, a maneira como viria a contribuir para os sucessos colectivos empurrá-lo-ia para a galeria de notáveis do emblema conimbricense. Nesse campo, é impossível esquecer aquelas que terão sido, provavelmente, algumas das melhores campanhas realizadas pelos “Estudantes”. Assim, na época de 1966/67, o atacante tornar-se-ia num dos pilares do 2º posto conseguido ao termo do Campeonato Nacional. Também na Taça de Portugal, ainda nesse ano, o avançado mostraria a sua importância e, com a equipa a marcar presença na final agendada para o Estádio Nacional do Jamor, acabaria arrolado, por Mário Wilson, para o “onze” que, infelizmente para os de Coimbra, não conseguiria derrotar o Vitória Futebol Clube.
Mesmo um pouco tapado pelos outros colegas de balneário, Crispim também faria parte do plantel de 1968/69 que, mais uma vez, atingiria a final Taça de Portugal e que, frente ao Olympique de Lyon, marcaria a estreia da Académica nas competições continentais. Porém, o número mais impressionante da sua carreira desportiva, a revelar uma enorme dedicação à agremiação estudantil, seria dado pelos 30 anos de entrega ao clube. Depois de 10 temporadas, todas primodivisionárias, com a camisola negra, o antigo avançado passaria a dedicar-se às tarefas de treinador. Numa caminhada passada maioritariamente aos comandos das camadas jovens da “Briosa”, onde chegaria a orientar, a exemplo, Sérgio Conceição, o destaque maior acabaria por ir para as campanhas em que seria chamado, como técnico-principal, a comandar a equipa sénior do Calhabé.

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