1453 - BESIROVIC

Depois de, ainda em idade júnior, conseguir estrear-se pelo conjunto sénior do NK Jedinstvo, os bons desempenhos ao serviço do modesto emblema a militar nos escalões inferiores levariam os responsáveis do FK Sloboda Tuzla a encarar a sua contratação como uma boa aposta. Inicialmente incluído nas camadas de formação do novo clube, Nail Besirovic, em 1987, começaria a jogar pela equipa principal. A disputar a 1ª divisão do Campeonato da antiga Jugoslávia, o médio-ofensivo tornar-se-ia num dos bons elementos a actuar pela agremiação sediada na Bósnia-Herzegovina. No entanto, o rebentar da guerra naquela zona do Adriático precipitaria a sua saída do país e os créditos conquistados durante os primeiros anos da carreira garantir-lhe-iam a mudança para Portugal.
Ao representar o Estrela da Amadora no decorrer da temporada de 1991/92, Besirovic encetaria na Reboleira um trajecto que o levaria a um longo périplo ligado ao desporto luso. Ao começar pelo 2º escalão, o médio, apesar da qualidade demonstrada, manter-se-ia pelas pelejas do patamar secundário ainda por vários anos. Após os “Tricolores” seguir-se-iam na sua caminhada o Académico de Viseu, a Académica de Coimbra e, na campanha de 1995/96, a transferência para a colectividade que viria a alavancar a sua carreira.
No Sporting de Espinho, com Adelino Teixeira a levar a equipa a subida de escalão, seria sob a intendência de Zinho que Besirovic faria a estreia na 1ª divisão. No entanto, a época atípica realizada pelos “Tigres” que, a meio do Campeonato Nacional de 1996/97, chegariam a ocupar a 4ª posição da tabela classificativa, acabaria por ditar a despromoção da colectividade sediada no distrito de Aveiro. Ainda assim, as boas exibições do médio, caracterizadas pela excelente leitura do jogo e pela assertividade proporcionada por uma técnica acima da norma, encarregar-se-iam de manter o jogador no convívio com os “grandes”. Já como atleta do Farense, o desenrolar da época de 1997/98, a trabalhar com o catalão Paco Fortes, sublinhá-lo-ia, como um dos titulares do plantel algarvio. Nesse seguimento, os anos passados no Sotavento transformar-se-iam no melhor período do jogador em Portugal e, acima de tudo, serviriam para apontá-lo como um intérprete de indubitável categoria primodivisionária.
Um dos momentos a comprovar a competência de Besirovic surgiria, enquanto futebolista do Farense, com a chamada à selecção do seu país natal. Convocado por Dzemaludin Musovic para um particular realizado em Skopje, o médio, ao lado de nomes como Suvad Katana, Mirsad Hibic ou Sead Kapetanovic, entraria em campo a envergar a camisola da Bósnia-Herzegovina e, nessa partida frente à Macedónia, agendada a 3 de Junho de 1998, o atleta acabaria a colorir o currículo pessoal com 1 internacionalização “A”.
Ao deixar o Farense com o termo da temporada de 2000/01, Besirovic mudar-se-ia para o Leixões. Contudo, mesmo com o emblema do Estádio do Mar a disputar a 2ª divisão “B”, a campanha de 2001/02 serviria para inscrever o seu nome num episódio histórico. Com a colectividade matosinhense surpreendentemente a avançar na Taça de Portugal, a presença do clube nortenho na final da “Prova Rainha” transverter-se-ia num momento de enorme relevância. No Jamor, arrolado pelo técnico Carlos Carvalhal, com quem tinha partilhado o balneário no Sporting de Espinho, o médio faria parte do “onze” inicial a enfrentar a decisiva partida. Mesmo sem tirar qualquer mérito à proeza, a verdade é que o Sporting conseguiria superiorizar-se e seriam os “Leões” a saírem do Estádio Nacional com o almejado troféu.
Apesar da derrota na final da Taça de Portugal, o Leixões conquistaria o direito a participar nas provas de índole continental. Com a carreira perto do fim, o médio ainda teria forças para entrar em campo na disputa da edição de 2002/03 da Taça UEFA e de terminar a senda enquanto futebolista como elemento do plantel de 2003/04 do Beira-Mar de Monte Gordo. Todavia, mesmo ao “pendurar as chuteiras”, Besirovic tomaria a decisão de voltar a ligar-se ao futebol. Como treinador, já de regresso à Bósnia-Herzegovina, o antigo jogador tem vindo a erguer uma justa carreira como técnico e as passagens por emblemas como o NK Priluka, o NK Slaven ou o regresso ao NK Jedinstvo, têm servido para testemunhar a qualidade do seu trabalho.

Sem comentários: