1519 - RAMALHO

Ainda como elemento das camadas jovens do Benfica, João Fernando Mendes Ramalho seria chamado aos trabalhos das jovens equipas à guarda da Federação Portuguesa de Futebol. Com a estreia a acontecer, pela mão de José Augusto, a 11 de Novembro de 1971, essa partida frente à Suíça, a contar para o calendário competitivo dos juniores, serviria para encetar um trajecto que levaria o atleta, entre os agora denominados sub-18 e sub-21, a somar ao currículo um total de 6 internacionalizações com a “camisola das quinas”.
Apesar de revelar qualidades promissoras, a verdade é que defesa-direito, por altura da sua subida ao patamar sénior, veria os seus caminhos barrados por atletas bem mais experientes. Tapado por Artur Correia ou Malta da Silva, o jogador decidiria deixar a Luz para, mais a norte, tentar a felicidade. Nesse sentido, ao entrar no plantel do Beira-Mar como reforço para a temporada de 1972/73, Ramalho logo conseguiria afirmar-se como um dos pilares do grupo de trabalho inicialmente às ordens de Orlando Ramín. Ao caracterizar-se como um praticante aguerrido e muito cumpridor relativamente aos aspectos tácticos do jogo, nem a baixa estatura viria a impedir a sua afirmação. Daí em diante transformar-se-ia num pilar do conjunto aveirense e, numa carreira deveras positiva, constituir-se-ia como um dos titulares dos emblemas a darem seguimento à sua caminhada desportiva.
Seguir-se-ia o Vitória Sport Clube. Com a entrada na agremiação sediada em Guimarães a acontecer em 1974/75, Ramalho depressa conquistaria um lugar no “onze” ordenado por Mário Wilson. Como um dos indiscutíveis da equipa, o lateral-direito manteria esse estatuto na época seguinte. Já sob a alçada de Fernando Caiado, o atleta tornar-se-ia numa das peças fundamentais da caminhada dos minhotos até à final da Taça de Portugal de 1975/76. Para infelicidade do jogador, depois de ter participado em várias eliminatórias da prova, inclusive na ronda que ditaria o afastamento do Sporting, o defesa não marcaria presença no derradeiro encontro da competição, a qual acabaria por ser vencida pelo Boavista.
Tirando as características competitivas, Ramalho também ficaria conhecido pela sua personalidade forte e íntegra. Tais predicados levá-lo-iam a envergar a braçadeira de capitão. Porém, seriam mesmo os aspectos desportivos a entregá-lo à galeria de notáveis do Vitória Sport Clube. Para tal, em muito contribuiriam as 9 temporadas passadas no emblema da “Cidade Berço” e, acima de tudo, as 222 partidas disputadas no Campeonato Nacional, número que ainda hoje faz dele um dos nomes com mais presenças, pelos vimaranenses, naquela que é a prova de maior monta no calendário futebolístico português.
A longa ligação à colectividade minhota conheceria o fim com o termo da temporada de 1982/83 e depois de contribuir, com o 4º lugar conseguido no Campeonato Nacional, para o apuramento para a Taça UEFA. De regresso ao distrito de Aveiro, Ramalho, já a aproximar-se dos derradeiros capítulos da caminhada enquanto praticante, ingressaria no Sporting de Espinho. Nos “Tigres da Costa Verde”, o defesa-direito cumpriria a sua 12ª campanha no patamar maior do futebol luso. Daí em diante, com uma época em cada agremiação, o lateral ainda envergaria as camisolas do Felgueiras e do Varzim. Na Póvoa, com a época de 1985/86 a assinalar a conclusão da sua caminhada desportiva, o jogador ainda ajudaria ao regresso dos “Lobos-do-mar” ao escalão máximo.

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