1533 - FERREIRA PINTO

Tal como o seu irmão mais velho, José Ferreira Pinto, uns anos antes, Fernando sairia do Sporting de Benguela para viajar até à metrópole, onde viria a juntar-se ao Sporting Clube de Portugal. Nos “Leões” lisboetas a partir do final da temporada de 1960/61, campanha na qual apenas representaria as “reservas”, a estreia na equipa principal ficaria guardada para a época seguinte. Pela mão de Juca, a 31 de Dezembro de 1961, o jogador entraria em campo numa peleja a contar para a Taça de Portugal, a opor os “Verde e Brancos” ao Cova da Piedade. Porém, essa partida não teria, de forma regular, grande continuidade. Mesmo revelando uma enorme polivalência, característica a permitir-lhe jogar em qualquer sector, o atleta seria poucas vezes chamado à primeira categoria e nos anos vindouros por tornar-se-ia num dos nomes habituais, mas do conjunto secundário.
Apesar de pouco utilizado nos primeiros anos de “Leão” ao peito, Fernando Ferreira Pinto acabaria por marcar presença naquela que haveria de ser a caminhada mais importante da história sportinguista. Chamado pelo brasileiro Gentil Cardoso à recepção aos cipriotas do APOEL Nicósia, o atleta, a posicionar-se como atacante, contribuiria com 2 remates certeiros para a estrondosa goleada por 16-1. No entanto, muito para além da participação naquele que é, ainda hoje, o resultado mais desnivelado numa competição sob a égide da UEFA, o atleta, na sequência da partida mencionada, também contribuiria para a inolvidável vitória na edição de 1963/64 da Taça dos Vencedores das Taças.
No que diz respeito a conquistas, o palmarés de Ferreira Pinto não ficaria cingido ao troféu referido no parágrafo anterior. Numa altura em que, no meio-campo da equipa principal, era presença habitual nas fichas de jogo, o atleta transformar-se-ia numa das figuras de maior monta na vitória do Campeonato Nacional de 1965/66. Contudo, o protagonismo conquistado praticamente terminaria com o triunfo naquela que é a prova mais importante no calendário luso. Na época subsequente, o jogador regressaria à condição de suplente e tal retrocesso fá-lo-ia procurar um novo rumo para a caminhada desportiva.
Seguir-se-ia, sem deixar a 1ª divisão, o ingresso na Sanjoanense. Com a entrada nos “Alvinegros” a acontecer na temporada de 1967/68, Ferreira Pinto cimentar-se-ia como um dos titulares da equipa. A jogar essencialmente como médio-ofensivo, o atleta tornar-se-ia de fulcral importância para os desenhos tácticos de Monteiro da Costa e, na campanha seguinte, de Manuel Oliveira. Ainda assim, as suas exibições seriam insuficientes para evitar, com o termo das provas planeadas para 1968/69, a despromoção da equipa. Pior ainda, seria com a aludida descida de escalão que começariam as minhas dúvidas sobre um pequeno trecho da sua carreira. Nesse sentido, tenho algumas fontes a garantirem a sua continuidade na agremiação de São João da Madeira em 1969/70, enquanto outras dão-no como elemento do plantel do Tramagal. Terá dividido a época pelas duas equipas? Não sei. Curiosamente, li também referências à sua passagem pela localidade ribatejana, mas como tendo acontecido em 1970/71!
Certo seria a sua entrada no plantel de 1970/71 do Farense. No emblema algarvio, Ferreira Pinto, para além de voltar a trabalhar sob a orientação de Manuel Oliveira, também retornaria ao patamar primodivisionário. Aliás, o seu regresso ao convívio com os “grandes” seria suficiente para pôr o jogador no quadro de notáveis do emblema sulista, pois essa época de chegada ao Estádio de São Luís coincidiria com estreia dos “Leões de Faro” no escalão maior. Seguir-se-ia, após duas épocas como titular no colectivo do Sotavento, nova mudança de rumo, com o Sacavenense de 1972/73, onde passaria a ser treinado pelo irmão mais velho, José Ferreira Pinto, e onde viria a partilhar o balneário com Cuca, o irmão mais novo, a emergir como um novo passo na caminhada competitiva do atleta. Depois apareceria a viagem transatlântica e a milionária North American Soccer League, competição na qual integraria os grupos de trabalho de 1973 e de 1974 dos Toronto Metros.

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