1400 - MANUEL OLIVEIRA

Futebolista polivalente que, durante a carreira, haveria de posicionar-se tanto a extremo, como a interior e também a médio, Manuel Oliveira seria descoberto por Fernando Vaz. Convidado pelo referido treinador para fazer testes com os “Leões”, o jovem praticante agradaria aos responsáveis pelo emblema “alfacinha” e acabaria por ingressar nas “escolas” do Sporting Clube de Portugal. Alguns anos mais tarde viria a subida ao escalão sénior. Porém, apesar de ser aferido como uma grande promessa, a verdade é que, num plantel tão rico, onde ainda marcavam presença  quatro dos “5 violinos”, o atleta não conseguiria convencer o técnico Randolph Galloway e passaria a temporada de 1951/52 entre as “reservas”.
As épocas seguintes pouco mais trariam a Manuel Oliveira do que uma mão cheia de desafios disputados pela equipa principal do Sporting. Ainda assim, as poucas partidas cumpridas de “verde e branco” serviriam, mormente, para duas coisas. Primeiro, ao dar o seu contributo em 3 jornadas, surgiria a vitória no Campeonato Nacional de 1952/53. Mais tarde, viriam as chamadas à Selecção Militar e as 8 internacionalizações cumpridas ao serviço desse conjunto.
Com Manuel Oliveira a usufruir de poucas oportunidades, uma alteração de rumo começaria a justificar-se para a sua carreira. Então, a propósito da hipotética transferência de Germano para o Sporting, mudança que nunca chegaria a concretizar-se, surgiria o compromisso com Atlético. Apresentado na Tapadinha para a temporada de 1956/57, o atleta passaria a assumir-se como um elemento imprescindível e de cariz primodivisionário. Mesmo com a passagem para a CUF na época seguinte, o estatuto de titular manter-se-ia. Na colectividade do Lavradio, emblema que viria a tornar-se no mais representativo do seu trajecto enquanto praticante, o jogador passaria o resto da sua caminhada de futebolista. No entanto, mais importante do que ter “pendurado as chuteiras” ao serviço da agremiação barreirense, seria a passagem para as funções de treinador e, com essa decisão, o encetar de funções que sublinhariam o antigo médio como um dos melhores técnicos portugueses durante mais de três décadas.
Começaria nas funções de treinador já com a campanha de 1962/63 em andamento e com a saída do argentino Anselmo Pisa. Aos comandos da CUF, logo na temporada de 1964/65, atingiria, com o final do Campeonato Nacional, o 3º posto da tabela classificativa. Essa brilhante posição, a melhor de sempre na história da colectividade, levaria o grupo de trabalho às suas ordens a qualificar-se, também em jeito de novidade, para a edição da época seguinte da Taça das Cidades com Feira. Porém, no que a bons resultados diz respeito, não só o já referido faria parte da sua carreira como técnico. Também no FC Barreirense, o rigor de Manuel Oliveira traria frutos e o 4º lugar alcançado em 1969/70 daria ao listado “vermelho e branco” a possibilidade de fazer a estreia nas provas da UEFA e de participar na já aludida competição continental.
Numa longa caminhada a desempenhar as funções de treinador, Manuel Oliveira, apelidado como o “Mestre da Táctica”, seria responsável por diversas inovações a nível mundial, como por exemplo a implementação do hoje tão popularizado esquema 3-4-3. Nesse trajecto, ao representar mais de duas dezenas de clubes, os destaques, como é lógico, acabariam entregues às suas passagens pela 1ª divisão. Naquele que é o escalão máximo luso orientaria, para além do mencionado, Farense, Leixões, Belenenses, Sanjoanense, Olhanense, Beira-Mar, Marítimo, Portimonense, Vitória Futebol Clube, AD Fafe e Nacional da Madeira. Também há a registar os diferentes serviços prestados nos escalões inferiores e as experiências no estrangeiro. Falta ainda dizer da sua importância, como professor, para a formação dos seus pares ou falar acerca do seu papel como comentador desportivo, como Presidente do Sindicato dos Treinadores de Futebol ou como fundador da Associação Nacional de Treinadores de Futebol.

Sem comentários: