1584 - PIRUTA

Com percurso formativo concluído ao serviço do FC Porto, a subida ao patamar sénior afastá-lo-ia do Estádio das Antas. Aferido como dispensável no plantel dos “Azuis e Brancos”, José Soares de Freitas, popularizado no “universo da bola” como Piruta, encontraria no União de Lamas a oportunidade para dar seguimento à carreira. A disputar a edição de 1966/67 da Zona Norte do Campeonato Nacional da 2ª divisão, o médio começaria a destacar-se pela atitude intrépida e a roçar, por vezes, a raia do permissível. Como um elemento dono de uma entrega inabalável, o jovem jogador, após um par de anos cumpridos com a camisola negro-rubra, viria a conhecer um novo emblema. A mudança entregá-lo-ia a outra descida no patamar competitivo. Por outro lado, a transferência introduzi-lo-ia a um capítulo deveras importante e o Grupo Desportivo Riopele, ao longo dos anos, tornar-se-ia na agremiação mais representativa da sua senda como futebolista.
Com a entrada no emblema sediado no concelho de Vila Nova de Famalicão a ocorrer na temporada de 1968/69, Piruta passaria a integrar um projecto com ambições de monta superior ao escalão por essa altura disputado. Concluída a segunda campanha do médio no emblema fabril, num grupo de trabalho em que a estrela maior era Mascarenhas, o jogador tornar-se-ia numa das figuras da subida da colectividade minhota ao segundo patamar. Daí até a uma nova promoção, apesar da constante proximidade a tal objectivo, ainda decorreriam alguns anos. A meta, num grupo de trabalho comandado por Ferreirinha, seria atingida com o termo da campanha de 1976/77 e o 1º posto conquistado na Zona Norte da 2ª divisão, levaria o Riopele, na campanha seguinte, à estreia entre os “grandes”.
A verdade é que para Piruta, a temporada de 1977/78, ao lado de companheiros como Padrão, Jorge Jesus, Garcês, Fonseca ou Luís Pereira, desembocaria numa grande desilusão. Como um dos elementos mais utilizados pelo treinador mencionado no parágrafo anterior, a avaliação pessoal obtida pelo médio até seria positiva. Já em termos colectivos, com o Riopele a quedar-se pelo penúltimo posto da tabela classificativa, a história seria completamente diferente. No entanto, mesmo com o revés sofrido com a despromoção, o jogador, à altura capitão de equipa, decidira manter-se fiel à colectividade e ao estender a caminhada competitiva por mais duas épocas, continuaria a defender as cores do grupo minhoto.
Com o fim da carreira de futebolista a chegar com o termo da temporada de 1979/80, Piruta, ao manter-se ligado à modalidade, abraçaria as responsabilidades inerentes à posição de treinador. Nessas funções, mormente envolvido nas contendas dos degraus secundários, teria passagem por diversos emblemas. Riopele, União de Lamas, Freamunde, Vianense e Paredes transformar-se-iam igualmente nas cores de uma caminhada que viveria o seu vértice com a passagem pelo primodivisionário plantel de 1993/94 do Famalicão.

Sem comentários: