Chega de Angola, após longa viagem de barco, para jogar num Benfica onde, para o ataque, pontuavam nomes como o de José Águas ou o de Palmeiro. Má fortuna a do jovem jogador que, apesar das qualidades que demonstrava, não conseguia impor-se perante tamanhas estrelas. Seguiu para o Barreirense à procura de nova oportunidade e aí a história foi outra. Nas três temporadas que passou no emblema da Margem Sul do Tejo, Mascarenhas começa a mostrar-se: marca golos atrás de golos e ajuda o seu clube a regressar ao escalão máximo. De volta aos "grandes palcos", consegue ser o melhor marcador da equipa, no entanto, os seus 10 golos acabam por não ser suficientes para evitar a despromoção do Barreirense. Novamente na 2ª Divisão, convicto de que a sua qualidade futebolística merecia muito mais, o ponta-de-lança consegue o feito de ser o jogador que, na totalidade dos campeonatos europeus, mais golos marcaria na época de 1961/62. O prémio para tal não poderia ser o melhor, com o Sporting, clube do seu coração, a elegê-lo como uma das contratações para a temporada vindoura.
Como jogador, a sua história em Alvalade, não se pode dizer que tenha sido comprida. Começou no dia em que, juntamente com o brasileiro Osvaldo Silva, assina o seu contrato e terminaria 3 anos depois. Contudo, esse tempo foi mais que suficiente para que as suas proezas ficassem tanto na história do clube, como na do desporto nacional. A isto que acabo de escrever, como é óbvio para alguém que jogou no ataque, não é indiferente a quantidade de golos que marcou. Mas se os seus tentos o tornaram famoso, houve uns quantos que, marcados que foram em certas ocasiões, deram ao ponta-de-lança um dos recordes do futebol europeu. Por ventura já terão adivinhado a qual episódio me refiro, mas para aqueles que desconhecem a tal façanha, falo dos 6 golos que Mascarenhas marcou num só jogo, frente ao APOEL de Nicósia, e que ainda hoje é se mantêm como marca intransponível nas competições europeias. Ora bem, recorde também, foram os 16-1 dessa goleada imposta em Lisboa. Mais sabor têm tantos golos quando os mesmos representam um dos passos dados pelos "Leões", nessa caminhada que os levou à conquista da Taça dos Vencedores das Taças de 1963/64 e onde Mascarenhas, naturalmente, se sagraria o melhor marcador da competição - "(...) a determinada altura já perguntávamos uns aos outros, «isto está 7 ou 8-0?» Foi nesse altura que começámos a pensar em bater o recorde de golos numa competição europeia. Passou a ser a nossa grande motivação para não deixar adormecer o jogo".
Apesar de aplicado nos treinos (diziam que subia as bancadas do estádio a correr e com Osvaldo Silva às costas), incansável durante todos os encontros e com um jogo aéreo implacável, a temporada de 1964/65 mostra um Mascarenhas bem longe dos números a que havia habituado os adeptos. No ano seguinte regressa ao Barreiro o homem que dizia ser "fácil elevar-se, mas que depois demorava eternidades até pousar os pés na relva" - como um dia recordou a sua esposa. A partir daqui, Mascarenhas começa um périplo por clubes de menor monta que rapidamente o leva a militar nas divisões inferiores do nosso futebol.
Já depois de, ao serviço do Paços de Ferreira, terminar a sua carreira, Mascarenhas começa a passar por algumas dificuldades financeiras. Em Janeiro de 1982, uma reportagem da "Gazeta dos Desportos" expõem as condições miseráveis a que o antigo craque, a viver num bairro degradado do Porto, à altura se sujeitava. O apelo vinha logo na capa e em jeito de "slogan", o "Vamos arranjar-lhe um emprego no futebol" chegou ao presidente leonino, na altura João Rocha. Rapidamente, do departamento de futebol do Sporting, chega a proposta para a antiga estrela do clube e assim começou nova etapa na vida de Mascarenhas que duraria mais de duas décadas.
Como jogador, a sua história em Alvalade, não se pode dizer que tenha sido comprida. Começou no dia em que, juntamente com o brasileiro Osvaldo Silva, assina o seu contrato e terminaria 3 anos depois. Contudo, esse tempo foi mais que suficiente para que as suas proezas ficassem tanto na história do clube, como na do desporto nacional. A isto que acabo de escrever, como é óbvio para alguém que jogou no ataque, não é indiferente a quantidade de golos que marcou. Mas se os seus tentos o tornaram famoso, houve uns quantos que, marcados que foram em certas ocasiões, deram ao ponta-de-lança um dos recordes do futebol europeu. Por ventura já terão adivinhado a qual episódio me refiro, mas para aqueles que desconhecem a tal façanha, falo dos 6 golos que Mascarenhas marcou num só jogo, frente ao APOEL de Nicósia, e que ainda hoje é se mantêm como marca intransponível nas competições europeias. Ora bem, recorde também, foram os 16-1 dessa goleada imposta em Lisboa. Mais sabor têm tantos golos quando os mesmos representam um dos passos dados pelos "Leões", nessa caminhada que os levou à conquista da Taça dos Vencedores das Taças de 1963/64 e onde Mascarenhas, naturalmente, se sagraria o melhor marcador da competição - "(...) a determinada altura já perguntávamos uns aos outros, «isto está 7 ou 8-0?» Foi nesse altura que começámos a pensar em bater o recorde de golos numa competição europeia. Passou a ser a nossa grande motivação para não deixar adormecer o jogo".
Apesar de aplicado nos treinos (diziam que subia as bancadas do estádio a correr e com Osvaldo Silva às costas), incansável durante todos os encontros e com um jogo aéreo implacável, a temporada de 1964/65 mostra um Mascarenhas bem longe dos números a que havia habituado os adeptos. No ano seguinte regressa ao Barreiro o homem que dizia ser "fácil elevar-se, mas que depois demorava eternidades até pousar os pés na relva" - como um dia recordou a sua esposa. A partir daqui, Mascarenhas começa um périplo por clubes de menor monta que rapidamente o leva a militar nas divisões inferiores do nosso futebol.
Já depois de, ao serviço do Paços de Ferreira, terminar a sua carreira, Mascarenhas começa a passar por algumas dificuldades financeiras. Em Janeiro de 1982, uma reportagem da "Gazeta dos Desportos" expõem as condições miseráveis a que o antigo craque, a viver num bairro degradado do Porto, à altura se sujeitava. O apelo vinha logo na capa e em jeito de "slogan", o "Vamos arranjar-lhe um emprego no futebol" chegou ao presidente leonino, na altura João Rocha. Rapidamente, do departamento de futebol do Sporting, chega a proposta para a antiga estrela do clube e assim começou nova etapa na vida de Mascarenhas que duraria mais de duas décadas.
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