1673 - MARTINS

  • “Só conheceu estes dois clubes [referência a Sporting e Benfica], à excepção do «Onze Unidos de Santa Marta» - um grupo de rapazes a quem, ele, com os seus 13 anos de idade, já dava confiança ao posto de guarda-redes. Martins envergou a camisola dos «leões» quando decorria a época de 1933”*
  • “António Rodrigues Martins nasceu em Lisboa a 27 de Julho de 1913, e em 1931 apareceu a defender a baliza do Sporting”**.


Apesar da discordância das datas apresentadas nestas duas publicações, a verdade é que, pela mão de Joseph Szabo, António Rodrigues Martins estrear-se-ia na equipa principal do Sporting no desenrolar da campanha de 1936/37. No entanto, mesmo tendo em conta a posse de uma cotação promissora, o guardião, nos seus intuitos de conquistar a titularidade, ver-se-ia afrontado pela feroz concorrência de Azevedo. Já a campanha seguinte manteria o mesmo cenário, com a preferência do treinador luso-magiar a dar a primazia ao futebolista barreirense. Ao continuar na sombra do afamado colega, e numa altura em que, no palmarés, contava com a vitória na edição 1937/38 do Campeonato de Lisboa, o guardião preferiria dar um novo rumo à carreira e na temporada de 1938/39 encetaria a sua colaboração com o Benfica.
O primeiro resultado da entrada nas “Águias” seria, para Martins, a tão almejada titularidade. Já no termo dessa primeira temporada a envergar o “manto sagrado”, o guardião seria um dos escolhidos, por Lipo Hertzka, para disputar a final da edição inaugural da Taça de Portugal. A mencionada partida terminaria com o “placard” favorável à Académica de Coimbra. Porém, e recuperados do desaire, o conjunto “alfacinha” chegaria aos títulos logo na temporada seguinte. No contexto da época de 1939/40, com as vitórias no Campeonato de Lisboa e na “Prova Rainha” a pertencerem ao Benfica, o guardião passaria a sublinhar-se como uma das figuras em destaque no panorama futebolístico português. Embalados, os “Encarnados” reincidiriam nos triunfos e o guarda-redes, nos 8 anos que passaria ao serviço do “Glorioso”, daria um belo contributo na conquista de mais 3 Campeonatos Nacionais e, ao repetir a presença em ambas as finais, de outras 2 Taças de Portugal.
Não só em títulos seria erguido o sucesso de Martins. Também nas cores da selecção, o guardião haveria de encontrar um dos sustentos mais inolvidáveis da sua caminhada competitiva. Tal capítulo, deveras importante na sua consagração, chegaria pela mão de Cândido de Oliveira. A partida, agendada para 1 de Janeiro de 1942, oporia Portugal à sua congénere helvética. Das Salésias, o conjunto luso sairia vitorioso por 3-1 e o guarda-redes, ao lado de Gaspar Pinto e Francisco Ferreira, colegas no Benfica, alcançaria, na contenda disputada em Lisboa, 1 internacionalização com a “camisola das quinas”.
Apesar de ter iniciado a carreira no Sporting, seria o Benfica a tornar-se no emblema mais representativo do seu percurso sénior. Para tal contribuiriam as, já mencionadas, 8 temporadas passadas com a equipa principal dos “Encarnados”. Durante esse período, no qual raramente deixaria de ser titular, o guarda-redes também adicionaria ao currículo outros números merecedores de realce e os 265 jogos oficiais cumpridos ao serviço das “Águias” transformariam Martins, cuja carreira conheceria o termo com o fim das provas agendadas para 1946/47, numa das figuras mais importantes do clube, na década de 1940.

*retirado do artigo de Fernando Sá, revista “Stadium nº247”, publicado a 27/08/1947
**retirado do artigo da revista “Crónica Desportiva nº35”, publicado a 08/12/1957

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