1680 - SERRA

Artur Tavares Serra Santos completaria o percurso formativo ao serviço do FC Barreirense. Seria igualmente com as cores do emblema sediado na Margem Sul que o jovem praticante, no decorrer da campanha de 1969/70, haveria de estrear-se como sénior. Nesse arranque, o defesa-lateral, com habilidade para também actuar no centro do sector mais recuado ou a médio-defensivo, viria a ser orientado por Manuel Oliveira. Ao dar boas indicações, o jogador, começaria a ver o referido treinador a escolhê-lo para participar nas pelejas do listado alvirrubro e as suas entradas em campo contribuiriam para o histórico 4º lugar no Campeonato Nacional. A classificação mencionada no final do parágrafo anterior, no escrever de mais uma admirável página na existência do FC Barreirense, resultaria no apuramento e estreia da agremiação nas provas de índole continental. Chamado à peleja pelo brasileiro Edsel Fernandes, o defesa teria a oportunidade de participar em ambas as mãos da ronda inicial da Taça das Cidades com Feira de 1970/71. Contudo, a esperança ganha com a vitória no Estádio D. Manuel de Mello esfumar-se na partida forasteira e o conjunto português acabaria eliminado pelos jugoslavos do Dinamo Zagreb. A temporada de 1971/72 e a seguinte não mostram qualquer registo seu nas provas lusas. Sem grande certeza na informação que passarei a veicular, tal hiato poderá corresponder ao período em que Serra terá cumprido o Serviço Militar Obrigatório. Se quisermos ter esta afirmação como correcta, então, o defesa, resultado da sua incorporação em Angola, acabaria por representar o plantel do FC Moxico. Já no regresso à Metrópole, o jogador voltaria ao FC Barreirense. No entanto, essa campanha de 1973/74 ficaria longe de ser proveitosa, tanto para o atleta, como para o colectivo por si representado. Sem conseguir fixar-se no “onze”, o lateral, pouco utilizado, acabaria por ver o conjunto da Margem Sul a claudicar na luta pela manutenção. Seguir-se-iam o escalão secundário e os 4 anos em que viria a manter-se afastado dos palcos principais. Apesar do desaire vivido pelo FC Barreirense, Serra manter-se-ia fiel à colectividade da margem esquerda do Rio Tejo. Como um homem caracterizado por uma dedicação ímpar, o defesa-lateral continuaria a eleger o listado vermelho e branco como o seu favorito. Tamanha lealdade levá-lo-ia a participar no regresso da sua equipa ao convívio com os “grandes”. Todavia, o panorama primodivisionário, mais uma vez, tornar-se-ia ingrato para os objectivos delineados no começo da campanha de 1978/79 e a aludida temporada tornar-se-ia na derradeira época do jogador, e da agremiação nascida no Barreiro, no patamar máximo do futebol português. Os anos seguintes, apesar de não tão relevantes em termos desportivos, serviriam para cimentar Serra como um dos nomes mais importantes a figurar nos anais do FC Barreirense. Se mais não houvesse para testemunhar a sua importância, então a prova emergiria da braçadeira de capitão amiúde entregue ao seu braço. A cumprir os últimos capítulos da caminhada enquanto futebolista, Serra, após deixar o FC Barreirense no termo das provas agendadas para 1982/83, ainda encontraria forças para outras duas experiências competitivas. Nesse sentido, a seguir a um par de campanhas a jogar pelo Estrela de Vendas Novas, a decisão de “pendurar das chuteiras” surgira no final da temporada de 1985/86 e após representar o Luso do Barreiro.

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