1695 - MELO

Natural de Bustelo, seria no Sport Clube de Penafiel, emblema sediado na sede de concelho da já referida freguesia, que António de Campos Melo Nogueira daria os primeiros passos no futebol. Depois dessa temporada de 1944/45, com o propósito de dar continuidade aos estudos, o jovem jogador, que chegaria a posicionar-se como avançado, partiria para a Universidade de Coimbra. Paralelamente ao curso de Medicina e ao querer manter-se ligado à modalidade, rubricaria um contrato com a Académica e a partir da campanha de 1945/46 passaria a envergar a camisola negra dos “Estudantes”.
Como atleta da “Briosa”, onde, num sistema de três defesas, haveria de jogar como o elemento colocado do lado canhoto, Melo ainda demoraria algumas temporadas até conseguir afirmar-se como um dos titulares da equipa. Recebido, nessa época de chegada à Beira Litoral, pelo técnico Eduardo Augusto, mas tapado por jogadores mais traquejados, o defesa, ainda assim, teria a oportunidade para fazer a estreia no Campeonato Nacional da 1ª Divisão. Nas épocas seguintes, mesmo tendo, em algumas desses anos, conseguido jogar mais amiúde, a verdade é que só em 1950/51 viria a cimentar-se como um dos indiscutíveis no “onze” inicial da Académica de Coimbra.
Com o argentino Óscar Tellechea no comando da equipa, depois de ajudar ao desenovelar de um Campeonato Nacional tranquilo, Melo seria um dos homens chamados pelo mencionado treinador para a disputa da final da Taça de Portugal de 1950/51. Na partida agendada para o Estádio Nacional, o defesa faria parte do alinhamento inicial escolhido, pelo técnico sul-americano, para defrontar o Benfica. Infelizmente para o lado dos “Estudantes”, as “Águias” haveriam de ser superiores na resolução do decisivo embate. Com o 5-1 a pender para o lado dos “Encarnados”, os elementos da Académica de Coimbra não teriam outro remédio senão assistirem à subida dos seus oponentes até à tribuna presidencial do Jamor e veriam os rivais lisboetas a erguerem o troféu correspondente à vitória na “Prova Rainha”.
Daí em diante, ao ter como companheiros no sector mais recuado, grandes nomes como Mário Torres, Mário Wilson ou Curado, Melo continuaria a manter-se como um dos esteios da Académica de Coimbra. Nesse contexto competitivo, o defesa seria de grande importância na manutenção dos “Estudantes” naquele que é o principal cenário do futebol português. Conservando-se a “Briosa” no patamar máximo até àquela que viria a emergir como a sua derradeira temporada como praticante, as 11 campanhas cumpridas entre os “grandes” – a época de 1948/49 passá-la-ia na 2ª divisão – traduzir-se-iam em 197 partidas disputadas e tal número posicioná-lo-ia, na história das “Capas Negras”, como um dos jogadores com mais presenças naquela que é a prova de maior relevo no panorama luso.
“Penduradas as chuteiras” com o termo das competições agendadas para a temporada de 1956/57, o defesa, só pelos números e momentos já apresentados neste pequeno texto, haveria de garantir um lugar entre os notáveis do clube conimbricense. No entanto, como destapado no parágrafo inicial, o jogador também abraçaria aquele que é um dos grandes símbolos da agremiação sediada nas margens do Rio Mondego e ainda enquanto praticante, agarrando-se com afinco às obrigações dadas aos elementos que auferem do estatuto de estudante-atleta, Melo concluiria a Licenciatura em Medicina.

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