79 - BARESI

Foi um homem de um clube só. Curiosamente, tempos antes de ingressar no AC Milan, influenciado pelo seu irmão Giuseppe, Franco Baresi foi fazer testes aos rivais do Inter. Foi-lhe recusada a entrada nas camadas jovens. O seu físico, contrário ao pretendido para um defesa, não impressionou. A verdade é que o seu 1,76m provou ser mais do que suficiente para conseguir impor-se como um dos maiores centrais de todos os tempos. A falta de altura compensou-a com a astucia, com uma "supersónica" leitura do jogo, com um tempo de entrada à bola perfeito – "Eu acho que o meu ponto forte nunca foi o físico. Eu era um jogador bastante rápido, mas acima de tudo, eu era rápido aqui, na cabeça. Foi isso que me ajudou muito"*.
Uma personalidade forte ajudou também a que, com apenas 22 anos, e numa altura em que o AC Milan tinha sido relegado à “Serie B”, aceitasse a responsabilidade de envergar a braçadeira de capitão. À sua volta, o emblema milanês voltou a erguer-se. Voltou a erguer-se não para acompanhar de perto os vencedores, mas para voltar a derrotá-los. Foi esse espírito de luta que garantiu a Franco Baresi a conquista de 6 "Scudettos", 2 Taças Intercontinentais, 3 Supertaças Europeias e, ainda, de 3 Taças dos Clubes Campeões Europeus.
Apesar das 81 internacionalizações, talvez tenha faltado à carreira de Baresi uma passagem pela selecção um pouco mais premiada. Contudo, e mesmo não tendo entrado em campo, pode orgulhar-se de ter feito parte do grupo que, em Espanha, conquistou o Mundial de 1982. Em 1994 voltou a chegar a uma final. No desempate por grandes penalidades, foi um atletas italianos dos que, ao falhar a marcação, acabou por dar o título ao Brasil – "foi uma enorme desilusão, porque para mim era a última oportunidade”*.

*retirado do artigo de James Richardson, publicado em www.fourfourtwo.com, a 01/11/2009

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