197 - RAUL JORGE

Passados alguns anos sobre a data do seu nascimento, o ainda menino Raul Jorge da Silva abandonou a Moita de onde era natural. Por razão dessa informação, surge uma pequena dúvida sobre a sua vida. Por um lado, alguns testemunhos referem que terá ido morar, quando contava apenas 7 anos, primeiro para Lisboa e depois, já no início da adolescência, para o Barreiro. Outros há que dizem, que foi aos dez anos que saiu da sua terra natal para logo mudar para o concelho vizinho. Com certeza pouco interessará este pormenor. O que importa dizer é que foi no extinto emblema “alfacinha”, o Império Lisboa Clube, que Raul Jorge, provavelmente, terá dado os primeiros pontapés no futebol.
O passo seguinte da sua carreira de desportista, talvez pelo ofício que exercia na CUF, deu-o na margem esquerda do Rio Tejo. Ao contrário do previsível, não pensem que foi jogar para um dos já bem instituídos emblemas da zona! Não! Raul Jorge acabou por ser um dos responsáveis pela unificação de duas das colectividades do Barreiro, o Estrela e o Independente.
A junção dos dois clubes, com intuito de afrontar a hegemonia do FC Barreirense, resultou em tal sucesso que o novo Estrela-Independente rapidamente conseguiu sagrar-se campeão daquela terra. No entanto, e sem que tenha conseguido descortinar o motivo, o facto é que, na época de 1922/23, o avançado decidiu transferir-se para o aludido rival. Com o listado branco e vermelho, fez-se um jogador famoso e a 24 de Março de 1929, num particular frente à França, tornou-se no primeiro futebolista da colectividade a conseguir estrear-se pela equipa nacional portuguesa.
Depois de, sempre em representação dos “Alvi-Rubros”, ter sido convocado mais 4 vezes à selecção das “quinas” e após 16 épocas a jogar pelo Barreirense, o extremo-direito decidiu ser a hora para “pendurar as chuteiras”. Ainda assim, a sua paixão pela modalidade não terminou, havendo registos da sua passagem, durante 7 anos, pelo comando técnico do Grupo Desportivo da CUF.
Raul Jorge veio a falecer em 1994, não sem antes, prova do amor que a cidade que o acolheu nutria por si, ser devidamente homenageado pelo Município que, de forma tão briosa, carregou ao peito.

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