Espantosamente, logo no ano de estreia pelos seniores do Pionniers Ouolofobougou, o Real Bamako, um dos principais emblemas do Mali, haveria de contratá-lo. Apesar do potencial reconhecido nele, tudo parecia estar a acontecer de forma muito rápida para Salif Keita. A primeira chamada à selecção “A”, no mesmo ano de 1963, só viria acentuar essa ideia. No entanto, o jovem de 16 anos saberia, como ninguém, aguentar toda a responsabilidade e, em abono da verdade, a passos largos, tão depressa quanto tinha aparecido, o seu futebol transformar-se-ia num dos mais cobiçados do seu país natal.
A resposta à sua evolução viria do Saint-Étienne. Mais uma vez, Keita não deixaria atemorizar-se com mudança para o clube, à altura, mais bem cotado de França. Bem, habituado a ganhar já ele estava! Na bagagem trazia alguns Campeonatos ganhos no seu país. Mas tal facto terá ajudado na sua adaptação? Nada indica que não tenha ficado arrebatado com a mudança. Porém, logo na época da sua chegada, para além da forma surpreendente como, com facilidade, conseguiria impor-se no “onze” do emblema gaulês, o avançado tornar-se-ia num dos pilares da “dobradinha” conquistada, nessa temporada de 1967/68, pelos “Verts”.
A sua rapidez, aliada a uma capacidade de drible fantástica, serviam na perfeição um pé esquerdo fenomenal. Nesse sentido, fosse na assistência aos colegas do ataque ou mesmo a finalizar, o jogador, a cada jornada cumprida, tornar-se-ia num dos intérpretes mais importantes das manobras ofensivas da equipa. Com a conquista do tricampeonato gaulês, nos 3 primeiros anos de Keita em França, o atleta passaria a ser muito conceituado. Com tamanha evolução, em 1970 ser-lhe-ia atribuído o título de Jogador Africano do Ano. No entanto, para a consagração ficar completa, faltava-lhe ainda um troféu no contexto das selecções. A tão almejada meta quase que a atingiria, dois anos passados sobre o referido prémio individual e com o Mali a chegar à final da CAN de 1972.
Curiosamente, esse mesmo ano haveria de marcar uma viragem na sua carreira. Acabado de chegar ao Marseille, o excesso de estrangeiros no seio do plantel, faria com que os dirigentes pressionassem o atleta a naturalizar-se francês. A veemente recusa por parte do jogador levaria com que, finda a temporada, Keita fosse transferido, não só para outro clube, como para outro campeonato. No Valência, o começo seria atribulado, com a desconfiança dos associados na sua contratação, a ser alimentada por intoleráveis comentários racistas vindos da imprensa espanhola – “El Valencia va a por alemanes y vuelve con un negro”*. Contudo, toda a polémica seria insuficiente para abalar o seu rendimento. Rapidamente, as boas exibições calariam as vozes reaccionárias que dele desdenhavam e os três anos que por lá passaria torná-lo-iam num dos futebolistas mais acarinhados pela massa adepta.
A última etapa na Europa cumpri-la-ia a convite do treinador inglês Jimmy Hagan. Depois de ter perdido alguma preponderância na equipa “Che”, Keita, já à beira dos 30 anos, assinaria pelo Sporting. Com o objectivo de fazer esquecer Yazalde e perante tão difícil meta, os golos começariam por faltar e a vitória na Taça de Portugal de 1977/78 saberia a pouco. A verdade é que a genialidade do seu futebol vingaria e, ao traçar o seu caminho, acabaria por formar, juntamente com Manuel Fernandes, Jordão e Manoel, um dos melhores sectores ofensivos da história leonina.
Depois de, nos Estados Unidos da América, ao serviço dos New England Tea Men, ter concluído a carreira, Keita regressaria ao Mali. No seu país, continuaria ligado à modalidade, primeiro com a criação do Centre Salif Keita (CSK) e, por fim, após cumprir o mandato como Ministro do Desporto, na Presidência da Federação Maliana de Futebol. Já em jeito de conclusão, só uma curiosidade. Foi da “escola” por si fundada que saiu uma das estrelas do futebol actual, o seu sobrinho e jogador do Barcelona, Seydou Keita.
A resposta à sua evolução viria do Saint-Étienne. Mais uma vez, Keita não deixaria atemorizar-se com mudança para o clube, à altura, mais bem cotado de França. Bem, habituado a ganhar já ele estava! Na bagagem trazia alguns Campeonatos ganhos no seu país. Mas tal facto terá ajudado na sua adaptação? Nada indica que não tenha ficado arrebatado com a mudança. Porém, logo na época da sua chegada, para além da forma surpreendente como, com facilidade, conseguiria impor-se no “onze” do emblema gaulês, o avançado tornar-se-ia num dos pilares da “dobradinha” conquistada, nessa temporada de 1967/68, pelos “Verts”.
A sua rapidez, aliada a uma capacidade de drible fantástica, serviam na perfeição um pé esquerdo fenomenal. Nesse sentido, fosse na assistência aos colegas do ataque ou mesmo a finalizar, o jogador, a cada jornada cumprida, tornar-se-ia num dos intérpretes mais importantes das manobras ofensivas da equipa. Com a conquista do tricampeonato gaulês, nos 3 primeiros anos de Keita em França, o atleta passaria a ser muito conceituado. Com tamanha evolução, em 1970 ser-lhe-ia atribuído o título de Jogador Africano do Ano. No entanto, para a consagração ficar completa, faltava-lhe ainda um troféu no contexto das selecções. A tão almejada meta quase que a atingiria, dois anos passados sobre o referido prémio individual e com o Mali a chegar à final da CAN de 1972.
Curiosamente, esse mesmo ano haveria de marcar uma viragem na sua carreira. Acabado de chegar ao Marseille, o excesso de estrangeiros no seio do plantel, faria com que os dirigentes pressionassem o atleta a naturalizar-se francês. A veemente recusa por parte do jogador levaria com que, finda a temporada, Keita fosse transferido, não só para outro clube, como para outro campeonato. No Valência, o começo seria atribulado, com a desconfiança dos associados na sua contratação, a ser alimentada por intoleráveis comentários racistas vindos da imprensa espanhola – “El Valencia va a por alemanes y vuelve con un negro”*. Contudo, toda a polémica seria insuficiente para abalar o seu rendimento. Rapidamente, as boas exibições calariam as vozes reaccionárias que dele desdenhavam e os três anos que por lá passaria torná-lo-iam num dos futebolistas mais acarinhados pela massa adepta.
A última etapa na Europa cumpri-la-ia a convite do treinador inglês Jimmy Hagan. Depois de ter perdido alguma preponderância na equipa “Che”, Keita, já à beira dos 30 anos, assinaria pelo Sporting. Com o objectivo de fazer esquecer Yazalde e perante tão difícil meta, os golos começariam por faltar e a vitória na Taça de Portugal de 1977/78 saberia a pouco. A verdade é que a genialidade do seu futebol vingaria e, ao traçar o seu caminho, acabaria por formar, juntamente com Manuel Fernandes, Jordão e Manoel, um dos melhores sectores ofensivos da história leonina.
Depois de, nos Estados Unidos da América, ao serviço dos New England Tea Men, ter concluído a carreira, Keita regressaria ao Mali. No seu país, continuaria ligado à modalidade, primeiro com a criação do Centre Salif Keita (CSK) e, por fim, após cumprir o mandato como Ministro do Desporto, na Presidência da Federação Maliana de Futebol. Já em jeito de conclusão, só uma curiosidade. Foi da “escola” por si fundada que saiu uma das estrelas do futebol actual, o seu sobrinho e jogador do Barcelona, Seydou Keita.
*retirado do artigo de Ricardo Figueiredo, publicado a 08/12/2011, em https://aoutravisao.wordpress.com
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