274 - AFONSO MARTINS


Filho de emigrantes portugueses em França, Afonso Martins começou a actividade no futebol, formação e primeiros anos como sénior, no Nancy. Com a estreia na "Ligue 1" feita com apenas 18 anos, as temporadas seguintes, à custa de ver o seu emblema relegado, foram passadas no segundo escalão. Contudo, as boas exibições levaram os responsáveis das camadas jovens da selecção portuguesa a ver em si um potencial bom praticante. Rapidamente, com o jovem a preferir envergar as cores lusas, Afonso Martins começou a ser chamado à equipa de sub-21. Essas convocatórias, aliadas às já referidas boas prestações nas competições gaulesas, serviram para aguçar o interesse dos “grandes” em Portugal e o passo seguinte foi trocar a colectividade francesa, onde era orientado por László Bölöni, pelo Sporting de Carlos Queiroz.
A primeira época em Alvalade, provavelmente uma das melhores de Afonso Martins em Portugal, transformou-o, de forma quase imediata, numa das principais escolhas do plantel leonino. Ao ocupar um dos lugares no meio-campo “verde e branco”, a frequência com que auferiu da titularidade, em conjunto com as habituais presenças na selecção nacional de “esperanças”, fizeram do atleta uma das escolhas para integrar a comitiva que acabou por viajar em direcção aos Estados Unidos da América e em Atlanta, no Verão de 1996, participar em mais uma edição dos Jogos Olímpicos.
Cumpridas outras duas campanhas, com Afonso Martins a manter-se como peça importante no plantel leonino, a chegada à agremiação lisboeta do técnico Mirko Jozic, transforma o jogador numa a mais. Ao recusar-se a sair ou mesmo a ser cedido por empréstimo, o médio entra em conflito com os responsáveis pelo Sporting. As represálias pouco demoraram e, como um proscrito, foi recambiado para a recém-criada equipa “B”. Incompreensivelmente, nunca mais conseguiu ver-se livre do estatuto de abolido e os últimos 4 anos dos 7 de contrato, passou-os, quase sempre, longe do conjunto principal.
Desde o início da contenda, poucas foram as oportunidades dadas ao médio. Ainda assim o seu nome ficou ligado aos grupos que, primeiro com Inácio e depois com o seu velho conhecido Bölöni, venceram os dois últimos Campeonatos para os “Leões”. Já liberto da ligação ao Sporting, Afonso Martins decidiu partir em direcção ao Norte do país. Ao serviço do Moreirense, o jogador mostrou que as suas habilidades futebolísticas, com o longo calvário passado na equipa secundária leonina, não tinham desaparecido. Com a temporada de 2002/03 a revelá-lo como um elemento moralizado e a praticar um futebol de qualidade superior, a transferência para o Vitória Sport Clube, um ano após a chegada ao Minho, assumiu-se como um passo inevitável.
 A viagem para a vizinha cidade de Guimarães trouxe à caminhada do jogador uma temporada de valor mediano e a revelar alguma perda de fulgor. Ainda regressou a Moreira de Cónegos na época de 2004/05, mas apenas para confirmar a fase descendente da carreira. Nesse derradeira etapa, com um ano sabático pelo meio, o Lixa assumiu-se como o derradeiro emblema. Aliás, a história não é bem assim, pois em 2011/12, após vários anos de inactividade, Afonso Martins apareceu inscrito ao serviço do GDR Trandeias.

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