309 - OLHANENSE

Quando pensamos nos títulos associados às grandes provas nacionais de futebol, automaticamente os nomes que vêm logo à cabeça, com as duas excepções que foram “Os Belenenses” e o Boavista, são as designações dos três crónicos candidatos a vencê-las, ou seja, Benfica, FC Porto e Sporting. No entanto, muito antes da principal competição em Portugal ser o que agora conhecemos por Liga Zon Sagres, a maior disputa entre os clubes de Norte a Sul era pelo Campeonato de Portugal, competição organizada num sistema de eliminatórias.
Em 1924, o Sporting Clube Olhanense, fundado 12 anos antes, consagrou-se como o vencedor da prova referida no final do parágrafo anterior. Por certo, ao conjunto de jovens entusiastas que, encabeçados por Armando Amâncio, fundaram a colectividade, nunca passou pela ideia que o sonhou que, a 27 de Abril de 1912, tinham acabado de pôr em marcha, alcançasse tal sucesso. Em abono da verdade, a demanda do grupo passava apenas por dar corpo à ânsia de continuar a praticar a modalidade que os apaixonava e que, por essa altura, começava a dar os primeiros grandes passos em Portugal. Porém tudo saiu melhor do que as expectativa e naquele 8 de Junho, em resposta aos dois tentos do favorito FC Porto, Delfim, Raúl Figueiredo – posteriormente tornou-se numa das grandes estrelas do Benfica –, Gralho e Belo, concretizaram os quatro golos que, em definitivo, puseram o Algarve no mapa do desporto português.
Daí em diante o clube arredou-se dos sucessos de monta. Continuou a participar nos “Nacionais”, com frequentes incursões pelo escalão maior, mas conquistas como a de 1924 não as viveu mais. A excepção esteve quase para acontecer na temporada de 1944/45, quando o conjunto da cidade de Olhão conseguiu qualificar-se para a derradeira partida da Taça de Portugal. Como adversário coube-lhes outro dos "gigantes" do nosso futebol, o Sporting. O estádio, novamente em Lisboa, era o Campo das Salésias, casa do Belenenses. Contudo, o desfecho não foi o mesmo da década de 1920 e o golo do “violino” Jesus Correia, bastou para que os Algarvios, onde o nome mais sonante era o de Fernando Cabrita, saíssem da capital apenas com o prémio de consolação, pela presença em tão especial momento.
Depois de em 1975 terem descido ao segundo escalão, já só no século XXI voltaram à companhia dos “grandes”. Desde 2009 que disputam sucessivamente a divisão maior do futebol português e em boa hora aconteceu o regresso, pois foi a tempo de comemorarem o centenário.

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