Quando, aos 16 anos, os responsáveis do Stoke City, onde trabalhava nos escritórios, o convidaram para treinar com os restantes jogadores, mal sabiam que estavam a contratar uma das primeiras grandes lendas do futebol mundial. A verdade é que, Stanley Matthews, filho de um pugilista, era um verdadeiro adepto da prática desportiva. Diziam que todos os dias percorria, em corrida, a distância que separava a sua residência do campo do Stoke City. Pouco impressionante?! Bem, sempre eram 14 km!
Talvez por razão de tal hábito, ganho desde tenra idade, a sua adaptação entre os profissionais do clube, foi repentina. Facilmente conquistou a titularidade e com a mesma leveza arrebatou a admiração dos fãs. Veloz, com capacidades físicas notáveis, o jovem praticante tinha igualmente uma capacidade técnica espantosa. Diziam ser capaz de conseguir os mais calorosos aplausos com o extenso reportório de fintas. Por tudo isso, não foi de espantar que o extremo-direito, apenas dois anos após a estreia sénior, fosse chamado, pela primeira vez, à selecção inglesa. Após esse arranque, actuou com a camisola dos “3 lions” durante 23 anos e tamanha longevidade, ainda hoje, é um recorde absoluto no seu país.
Não só do número aludido no final do parágrafo anterior se fez a carreira do antigo avançado. Fora das matemáticas do jogo, houve um momento deveras importante e que havia de empurrá-lo para a fase mais faustosa da carreira. Segundo consta, aos 32 anos, Matthews ouviu o treinador perguntar-lhe, em tom jocoso, se ainda conseguia aguentar jogar por mais uns tempitos. A atitude, errada perante uma estrela que, uns anos antes e após os rumores da sua saída, tinha assistido a uma manifestação a favor da sua permanência, levou-o a fazer as malas. O atacante mudou-se para um emblema que hoje poderá dizer-vos pouco, mas que, à altura, era um dos mais badalados em "Terras de Sua Majestade". No entanto, a tal colectividade não era, para o jogador, uma novidade, pois até já tinha vestido, algumas vezes, a sua camisola. A história conta-se depressa… Com o começo da Segunda Grande Guerra, o avançado viu-se alistado na Royal Air Force. A base onde pertencia ficava perto de Blackpool e com a interrupção das competições oficiais, o Cabo Matthews aproveitou para dar uma perninha, em jogos particulares, pelos “Tangerines”.
Em 1947, quando se mudou em definitivo para o Blackpool, já era um verdadeiro astro para aqueles que acompanhavam o desporto. Matthews era um ídolo entre o povo, um atleta que, muito para além do que conseguia dentro dos relvados, também era apreciado pela postura fora deles. Um bom exemplo do que digo aconteceu na sequência do acidente que ficou conhecido como o "Burden Park disaster". A partida, em Bolton, opunha a equipa da casa com a do Stoke. A assistência era muita e as condições bem precárias. Foi então que as protecções de uma das bancadas partiu, fazendo com que muitos daqueles que assistiam ao desafio caíssem uns por cima dos outros. Resultado: 33 mortos. Contudo, Matthews não conseguiu mostrar-se indiferente a tal fatalidade e doou, do próprio bolso, dinheiro para ajudar as famílias das vítimas.
Desgraças à parte, foi durante os anos a jogar pelo Blackpool que Matthews viveu os melhores episódios da carreira. No decorrer desse período conquistou a Taça de Inglaterra em 1953, a qual, pela reviravolta conseguida através de 3 assistências suas, ficou conhecida como "Matthews's final"; participou nos Mundiais de 1950 e 1954; venceu, por duas vezes, o prémio de Melhor Jogador do Ano em Inglaterra (1948 e 1963); e foi ele a inaugurar a lista dos vencedores do Ballon d'Or, em 1956, já contava 41 anos.
Por tudo o que tenho estado a contar, Stanley Matthews tornou-se numa figura proeminente e muito popular na sociedade britânica. Nesse sentido, em 1965, a Rainha Isabel II decidiu condecorá-lo como "Cavaleiro" do Reino. Por mais que vos espante, por altura do reconhecimento régio, Matthews ainda jogava. Sim, tinha 50 anos de idade, mas o fim, em definitivo, ainda estava para vir! Passados uns meses sobre o aludido agraciamento, chegou a anunciar o final da carreira. Todavia, em 1970 e ao aceitar o convite dos malteses do Hibernians, regressou para jogar mais uma temporada!
Talvez por razão de tal hábito, ganho desde tenra idade, a sua adaptação entre os profissionais do clube, foi repentina. Facilmente conquistou a titularidade e com a mesma leveza arrebatou a admiração dos fãs. Veloz, com capacidades físicas notáveis, o jovem praticante tinha igualmente uma capacidade técnica espantosa. Diziam ser capaz de conseguir os mais calorosos aplausos com o extenso reportório de fintas. Por tudo isso, não foi de espantar que o extremo-direito, apenas dois anos após a estreia sénior, fosse chamado, pela primeira vez, à selecção inglesa. Após esse arranque, actuou com a camisola dos “3 lions” durante 23 anos e tamanha longevidade, ainda hoje, é um recorde absoluto no seu país.
Não só do número aludido no final do parágrafo anterior se fez a carreira do antigo avançado. Fora das matemáticas do jogo, houve um momento deveras importante e que havia de empurrá-lo para a fase mais faustosa da carreira. Segundo consta, aos 32 anos, Matthews ouviu o treinador perguntar-lhe, em tom jocoso, se ainda conseguia aguentar jogar por mais uns tempitos. A atitude, errada perante uma estrela que, uns anos antes e após os rumores da sua saída, tinha assistido a uma manifestação a favor da sua permanência, levou-o a fazer as malas. O atacante mudou-se para um emblema que hoje poderá dizer-vos pouco, mas que, à altura, era um dos mais badalados em "Terras de Sua Majestade". No entanto, a tal colectividade não era, para o jogador, uma novidade, pois até já tinha vestido, algumas vezes, a sua camisola. A história conta-se depressa… Com o começo da Segunda Grande Guerra, o avançado viu-se alistado na Royal Air Force. A base onde pertencia ficava perto de Blackpool e com a interrupção das competições oficiais, o Cabo Matthews aproveitou para dar uma perninha, em jogos particulares, pelos “Tangerines”.
Em 1947, quando se mudou em definitivo para o Blackpool, já era um verdadeiro astro para aqueles que acompanhavam o desporto. Matthews era um ídolo entre o povo, um atleta que, muito para além do que conseguia dentro dos relvados, também era apreciado pela postura fora deles. Um bom exemplo do que digo aconteceu na sequência do acidente que ficou conhecido como o "Burden Park disaster". A partida, em Bolton, opunha a equipa da casa com a do Stoke. A assistência era muita e as condições bem precárias. Foi então que as protecções de uma das bancadas partiu, fazendo com que muitos daqueles que assistiam ao desafio caíssem uns por cima dos outros. Resultado: 33 mortos. Contudo, Matthews não conseguiu mostrar-se indiferente a tal fatalidade e doou, do próprio bolso, dinheiro para ajudar as famílias das vítimas.
Desgraças à parte, foi durante os anos a jogar pelo Blackpool que Matthews viveu os melhores episódios da carreira. No decorrer desse período conquistou a Taça de Inglaterra em 1953, a qual, pela reviravolta conseguida através de 3 assistências suas, ficou conhecida como "Matthews's final"; participou nos Mundiais de 1950 e 1954; venceu, por duas vezes, o prémio de Melhor Jogador do Ano em Inglaterra (1948 e 1963); e foi ele a inaugurar a lista dos vencedores do Ballon d'Or, em 1956, já contava 41 anos.
Por tudo o que tenho estado a contar, Stanley Matthews tornou-se numa figura proeminente e muito popular na sociedade britânica. Nesse sentido, em 1965, a Rainha Isabel II decidiu condecorá-lo como "Cavaleiro" do Reino. Por mais que vos espante, por altura do reconhecimento régio, Matthews ainda jogava. Sim, tinha 50 anos de idade, mas o fim, em definitivo, ainda estava para vir! Passados uns meses sobre o aludido agraciamento, chegou a anunciar o final da carreira. Todavia, em 1970 e ao aceitar o convite dos malteses do Hibernians, regressou para jogar mais uma temporada!
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