Seria no Sint-Truiden que daria os seus primeiros passos
como profissional. Logo aí, a maneira lutadora como se acercava dos lances, as
disputas guerreiras que travava com os oponentes e aquela força que o fazia
nunca desistir de uma bola, valer-lhe-iam a atenção de outros clubes.
Quem andava atento ao seu evoluir era o KV Mechelen
(Malines). Aquele que, na transição dos anos 80 para os anos 90, era um dos
emblemas de maior destaque na Bélgica, via no médio ofensivo muito mais do que
um jovem com talento. Acreditando que era uma aposta segura, bastaria essa época
de estreia, para que o clube onde militava Michel Preud’Homme contratasse Marc Wilmots.
A mudança de cores, traria para o atleta aquilo que qualquer
jogador almeja na sua carreira. Logo nessa primeira temporada (1988/89), a
Supertaça Europeia e o Campeonato da Bélgica entrariam para o currículo do
médio. Mas se, por essa altura, a posição que mantinha no seio do plantel,
ainda não permitia que começasse as suas partidas fora do banco de suplentes,
os anos vindouros, mudariam, radicalmente, esse paradigma.
O aproveitamento que fazia das oportunidades que lhe eram
entregues, acabariam por levar Wilmots a um lugar no “onze” inicial. Esse
evoluir, cimentado na regularidade das suas prestações, transformariam os
horizontes do médio em certezas bem assentes. A chamada à selecção nacional, a
26 de Maio de 1990, haveria de ser um desses momentos e um ponto importante
para estatuto de estrela que aufere no futebol belga.
Como já dei a entender, a equipa nacional belga haveria de
desempenhar um papel muito importante na sua vida. Não é para menos! Seria com
a camisola dos “Diables Rouges” que
Marc Wilmots participaria em 4 Mundiais (1990; 1994; 1998; 2002). Aliás, para
ser correcto, houve uma quinta participação! Essa última, aconteceria no Verão
de 2014. Ora, o Campeonato do Mundo organizado no Brasil, no qual Wilmots era o
seleccionador belga, acabaria por devolver o seus país a um universo de onde
andava afastado fazia 12 anos. Conseguiu levar a sua equipa aos quartos
-de-final do torneio e, ao mesmo tempo, dava os passos necessários para que a
Bélgica, como acontece actualmente (Outubro de 2015), ocupe o 2º posto do
ranking FIFA.
Numa carreira que,
por razão da sua eleição como Senador pelo “Mouvement Réformateur”, sofreria um pequeno interregno em 2003, nem só
de Mechelen e Selecção belga se fez a sua vida. Standard Liège e Schalke 04, os
emblemas que mais partidas dão ao seu currículo, são também dois marcos da sua passagem
pelos relvados. Pelos belgas ganharia apenas Taça do seu país. No entanto, o
papel que desempenharia nos germânicos teria um peso bem maior. Muito para além
da Taça da Alemanha conquistada, seria dele o derradeiro penalty que, frente ao
Inter de Milão, desempataria a final da Taça UEFA de 1996/97. Por isso e pelo
golo concretizado na 1ª mão, Wilmots será sempre recordado como o principal
obreiro dessa vitória europeia.
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