Não podemos dizer que o futebol da Coreia do Norte tenha dado muitas estrelas ao desporto mundial. No entanto, há momentos em que a fortuna resgata alguns desses atletas do anonimato. Pak Doo-Ik é um desses nomes. Todavia, como em tantas outras coisas no regime norte-coreano, as informações sobre a sua carreira, ou vida pessoal do médio, não são fáceis de deslindar.
Parte integrante do exército, aquando do Mundial de 1966 Pak Doo-Ik tinha o posto de Cabo. Paralelamente representava o Pyongyang City Sports Club, popular emblema da capital. Dito isto, é fácil entender que, por essa altura, o jogador não passava de um desconhecido para o resto do planeta. A sua chegada a Inglaterra, após o apuramento da sua selecção ficar garantido num “play-off” frente à Austrália, em nada alteraria esse discreto estatuto. Apesar de tudo, o conjunto que representava, até pelas recentes contendas político-militares na península de onde era natural, despertava a curiosidade de muita gente. Sediados em Middlesbrough, os treinos da equipa seriam muito concorridos. Alguns relatos contam a surpresa do público relativamente à qualidade técnica mostrada pelo grupo. No entanto, nem os mais atentos seguidores do conjunto conseguiriam adivinhar o que estava para acontecer.
Tendo a Coreia do Norte calhado no Grupo 4, os adversários eram a União Soviética, Itália e Chile. Nesse contexto, foram poucos os que apostaram na passagem dos asiáticos à fase seguinte. Ora, com as duas primeiras partidas a resultar numa derrota e num empate, a sorte da equipa estava praticamente traçada. Quase arredada dos quartos-de-final, só uma vitória na 3ª jornada poderia alterar tal destino. O pior é que o desafio era contra a “Squadra Azzurra”. No entanto, os coreanos não deixariam atemorizar-se pelo poderio do adversário. Dentro decampo nunca baixariam os braços e, já bem perto do intervalo, um atraso para o guarda-redes deixaria a bola nos pés de Pak Do-Ik. O centrocampista, com toda a calma do mundo, mete o esférico por baixo do corpo de Albertosi e faz o 1-0. O “placard” manter-se-ia inalterado até ao esgotar do tempo regulamentar. Com o apito final, viria a confirmação de uma das maiores surpresas na história dos Mundiais: a Itália ficava pelo caminho e a Coreia do Norte marcava encontro com Portugal.
O jogo dos quartos-de-final tornar-se-ia também num momento inesquecível. A mítica vitória de Portugal por 5-3, depois de ter estado a perder por 3-0, faria com que Pak Do-Ik regressasse a casa. Diz-se que na sequência dessa derrota, todos os jogadores norte-coreanos teriam sido castigados pelo regime. Em sentido contrário, conta-se também que o atleta terá sido recebido como um herói, sendo, inclusive, promovido a Sargento. Ao que parece, e já depois de ter abandonado o exército, o antigo internacional passou a dedicar-se apenas ao desporto. Terá sido professor de ginástica e, num regresso ao futebol, orientaria o Lee Myong Soo FC e a equipa olímpica de 1976.
Já em 2008, uma no âmbito dos Jogos de Pequim, Pak Do-Ik seria homenageado. Como um dos escolhidos para carregar a tocha olímpica na sua passagem pelas ruas de Pyongyang, o antigo internacional seria recordado como um dos símbolos máximos do desporto da Coreia do Norte.
Parte integrante do exército, aquando do Mundial de 1966 Pak Doo-Ik tinha o posto de Cabo. Paralelamente representava o Pyongyang City Sports Club, popular emblema da capital. Dito isto, é fácil entender que, por essa altura, o jogador não passava de um desconhecido para o resto do planeta. A sua chegada a Inglaterra, após o apuramento da sua selecção ficar garantido num “play-off” frente à Austrália, em nada alteraria esse discreto estatuto. Apesar de tudo, o conjunto que representava, até pelas recentes contendas político-militares na península de onde era natural, despertava a curiosidade de muita gente. Sediados em Middlesbrough, os treinos da equipa seriam muito concorridos. Alguns relatos contam a surpresa do público relativamente à qualidade técnica mostrada pelo grupo. No entanto, nem os mais atentos seguidores do conjunto conseguiriam adivinhar o que estava para acontecer.
Tendo a Coreia do Norte calhado no Grupo 4, os adversários eram a União Soviética, Itália e Chile. Nesse contexto, foram poucos os que apostaram na passagem dos asiáticos à fase seguinte. Ora, com as duas primeiras partidas a resultar numa derrota e num empate, a sorte da equipa estava praticamente traçada. Quase arredada dos quartos-de-final, só uma vitória na 3ª jornada poderia alterar tal destino. O pior é que o desafio era contra a “Squadra Azzurra”. No entanto, os coreanos não deixariam atemorizar-se pelo poderio do adversário. Dentro decampo nunca baixariam os braços e, já bem perto do intervalo, um atraso para o guarda-redes deixaria a bola nos pés de Pak Do-Ik. O centrocampista, com toda a calma do mundo, mete o esférico por baixo do corpo de Albertosi e faz o 1-0. O “placard” manter-se-ia inalterado até ao esgotar do tempo regulamentar. Com o apito final, viria a confirmação de uma das maiores surpresas na história dos Mundiais: a Itália ficava pelo caminho e a Coreia do Norte marcava encontro com Portugal.
O jogo dos quartos-de-final tornar-se-ia também num momento inesquecível. A mítica vitória de Portugal por 5-3, depois de ter estado a perder por 3-0, faria com que Pak Do-Ik regressasse a casa. Diz-se que na sequência dessa derrota, todos os jogadores norte-coreanos teriam sido castigados pelo regime. Em sentido contrário, conta-se também que o atleta terá sido recebido como um herói, sendo, inclusive, promovido a Sargento. Ao que parece, e já depois de ter abandonado o exército, o antigo internacional passou a dedicar-se apenas ao desporto. Terá sido professor de ginástica e, num regresso ao futebol, orientaria o Lee Myong Soo FC e a equipa olímpica de 1976.
Já em 2008, uma no âmbito dos Jogos de Pequim, Pak Do-Ik seria homenageado. Como um dos escolhidos para carregar a tocha olímpica na sua passagem pelas ruas de Pyongyang, o antigo internacional seria recordado como um dos símbolos máximos do desporto da Coreia do Norte.
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