909 - BOSSIO


Após ser revelado pelo Las Palmas, modesto emblema de Córdoba, seria uma das maiores colectividades da referida cidade argentina que acabaria por apostar na sua contratação. No Belgrano, a sua chegada acabaria por ser auspiciosa. Sendo utilizado com bastante frequência nessa temporada de 1993/94, logo outras agremiações foram no seu encalce. Ora, o assédio daria jus a nova transferência e, mesmo largando aquelas que eram as cores do seu coração, Bossio daria início a uma das relações mais proveitosas da sua carreira.
A mudança para os Estudiantes, ainda que tendo começado pelo 2º escalão, faria com que o guarda-redes começasse a ser visto como um dos melhores do país a actuar na sua posição. Depois de em Março de 1995 ter feito a estreia pela selecção principal, seguir-se-iam, ainda no decorrer desse ano, a disputa da Copa América e da Taça das Confederações. No seguimento de todas essas chamadas, viria um dos momentos mais importantes passados com a camisola da Argentina. Em 1996, o guardião seria convocado para os Jogos Olímpicos de Atlanta. Nos Estados Unidos da América, onde chegaria a jogar frente a Portugal, ajudaria o seu conjunto a chegar à final do Torneio. Infelizmente para si, no derradeiro desafio, perderia frente à Nigéria e teria de contentar-se com a Medalha de Prata.
Mesmo sem ter ganho grandes troféus com os Estudiantes, as 5 temporadas passadas com o emblema de La Plata, serviriam de trampolim para uma nova experiência. Num Benfica que ainda procurava um homem que pudesse fazer esquecer Michel Preud’Homme, Carlos Bossio seria visto como a solução para ocupar a posição deixada em aberto pelo fim da carreira do atleta belga. No entanto, ninguém estaria à espera que o lugar fosse entregue ao guarda-redes que, na preparação da época de 1999/00, era visto como a 3ª escolha. Na sombra de um emergente Robert Enke, pouco mais restou ao internacional argentino do que aceitar a sua condição de “2ª escolha”. Durante os 4 anos de “Águia” ao peito, intercalados por uma campanha passada ao serviço do Vitória de Setúbal, o jogador raramente conseguiria inverter o estatuto de suplente. Com exibições muitas vezes avaliadas como medíocres, ainda assim, o contexto em que trabalhou na “Luz” jamais alteraria a sua postura. Tido como uma pessoa grata, simpática e bondosa a sua presença no plantel benfiquista seria sempre muito acarinhada pelos colegas de balneário.
Com a Taça de Portugal de 2003/04 na bagagem, Bossio regressaria ao seu país para jogar pelo Lanús. No emblema da Província de Buenos Aires, colectividade pouco dada a disputar os grandes títulos, o guarda-redes conseguiria uma proeza ainda não alcançada no seu percurso profissional. Num plantel que também contava com o antigo atleta do FC Porto e Leixões, Nelson Benítez, a conquista do Torneio Apertura de 2007 surpreenderia o universo futebolístico sul-americano. Depois dessa conquista e já com 35 anos, Bossio decide aventurar-se mais uma vez no estrangeiro. Nos mexicanos do Querétaro pode dizer-se que iniciou a derradeira fase da sua carreira. Ainda assim, a sua caminhada duraria mais alguns anos. Defensa y Justicia e Tiro Federal, já nos escalões inferiores da Argentina, perlongariam o seu trajecto durante mais algumas campanhas.

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