Com a filiação a indicar-nos como pai o antigo internacional português António Morato, António Morato, o filho, seria descoberto por Aurélio Pereira nas “escolas” do Loures. Convidado a integrar as jovens fileiras leoninas e com o Benfica já no seu encalço, o defesa-central daria preferência ao listado verde e branco. Ao integrar os trabalhos do novo clube com enorme naturalidade, a habilidade demonstrada em campo levaria os responsáveis técnicos da Federação Portuguesa de Futebol a listá-lo também como um bom reforço. Amiúde passaria a ser convocado; acabaria por participar nos principais certames organizados para as respectivas categorias; e terminaria a formação com passagem por diversos escalões e como um dos mais internacionais da sua geração.
Sem deixar o Sporting Clube de Portugal, subiria a sénior pela mão do treinador Josef Venglos. No entanto, essa temporada de 1983/84 seria madrasta e uma grave lesão afastá-lo-ia da equipa praticamente durante o ano inteiro. Com a recuperação dada como concluída quase no final dessa campanha de estreia pelo conjunto principal, a época seguinte desenrolar-se-ia já sob o comando do galês John Toshack. Favorecido pelo esquema de 3 centrais delineado pelo novo técnico, Morato, tido como um atleta com boa colocação, rápido e com uma técnica muito superior à dos demais colegas de posição, facilmente conquistaria a titularidade. Assim permaneceria daí em diante e o estatuto ganho de “Leão” ao peito levá-lo-ia à selecção “A”.
Com a principal “camisola das quinas”, o defesa-central seria chamado pela primeira vez aquando de uma peleja frente a Itália. Convocado por José Torres para esse “particular” calendarizado a 3 de Abril de 1985, daí para a frente o atleta passaria a fazer, com maior efectividade, parte das cogitações do seleccionador. Nesse sentido, acabaria incluído na comitiva que, em 1986, partiria para o México, para disputar o Campeonato do Mundo. Todavia, a estadia no país centro-americano, muito mais do que pelo desempenho desportivo de Portugal, ficaria marcada pelas revindicações dos jogadores. Na sequência do polémico “Caso Saltillo”, Morato acabaria como um dos castigados. A punição aplicada levaria a que, só em 1988, voltasse a representar a equipa nacional. Essas duas partidas, a somar aos jogos anteriormente esgrimidos, preencheriam a sua carreira com um total de 6 internacionalizações “A”.
Outro episódio controverso da sua caminhada profissional seria a saída de Alvalade. Numa altura em que já envergava a braçadeira de “capitão”, Morato acabaria envolvido numa situação delicada – “Eu tinha ordenados em atraso. Fui negociar com Sousa Cintra e ele disse-me: «O que está para trás, os oito meses, não pago. Ficam os outros dois anos de contrato e assinamos mais um ano.» Disse-lhe que isso era impossível, porque não tinha dinheiro para sustentar a minha família. Quando saí de perto dele, fiz a rescisão e entreguei-a no aeroporto. Fui para casa um mês e meio. Estive esse tempo sem clube, à espera que alguém me contactasse.”*.
Com o fim da ligação ao Sporting e com a Supertaça de 1987/88 como o único troféu ganho durante o ciclo leonino, novos convites seriam lançados ao seu trajecto. Recusadas as propostas de União da Madeira, Vitória de Guimarães e até do Borussia Dortmund, Morato assinaria contrato com o FC Porto. Porém, a sua passagem pelas Antas seria discreta e, mesmo assim, prolífera. Ao participar num par de partidas apenas, o defesa acabaria na lista de atletas vencedores do Campeonato Nacional de 1989/90. Contudo, essa seria a única temporada com os “Dragões”. Daí em diante, sem nunca abandonar a 1ª divisão, Belenenses, Gil Vicente e Estoril Praia passariam a ser os emblemas defendidos pelo central.
Ao deixar o emblema da “Linha de Cascais” a meio da época de 1993/94, a passagem, ainda durante a referida campanha, pelo modesto Fanhões, antecederia a decisão de abandonar a modalidade, contava apenas 29 anos de idade. Após um ano de interregno e incapaz de negar-se ao Presidente do Desportivo de Beja, o apelo do dirigente fá-lo-ia calçar as chuteiras. Curto regresso pois, em Novembro de 1995 e após 4 partidas disputadas pelo emblema alentejano, haveria de pôr um ponto final na caminhada de futebolista.
Depois de retirado do contexto competitivo profissional e com a transição de milénio, Morato fundaria uma empresa de segurança privada. Nessa área tem dado assistência a jogos de futebol, com principal destaque para o trabalho feito durante o Euro 2004. Paralelamente tiraria o Nível II do Curso de Treinadores e, mais recentemente, experimentaria o cargo de Director-Desportivo no Sintrense e no Fátima.
*retirado do artigo de Magda Magalhães, publicado em https://maisfutebol.iol.pt, a 07/05/2014
Sem deixar o Sporting Clube de Portugal, subiria a sénior pela mão do treinador Josef Venglos. No entanto, essa temporada de 1983/84 seria madrasta e uma grave lesão afastá-lo-ia da equipa praticamente durante o ano inteiro. Com a recuperação dada como concluída quase no final dessa campanha de estreia pelo conjunto principal, a época seguinte desenrolar-se-ia já sob o comando do galês John Toshack. Favorecido pelo esquema de 3 centrais delineado pelo novo técnico, Morato, tido como um atleta com boa colocação, rápido e com uma técnica muito superior à dos demais colegas de posição, facilmente conquistaria a titularidade. Assim permaneceria daí em diante e o estatuto ganho de “Leão” ao peito levá-lo-ia à selecção “A”.
Com a principal “camisola das quinas”, o defesa-central seria chamado pela primeira vez aquando de uma peleja frente a Itália. Convocado por José Torres para esse “particular” calendarizado a 3 de Abril de 1985, daí para a frente o atleta passaria a fazer, com maior efectividade, parte das cogitações do seleccionador. Nesse sentido, acabaria incluído na comitiva que, em 1986, partiria para o México, para disputar o Campeonato do Mundo. Todavia, a estadia no país centro-americano, muito mais do que pelo desempenho desportivo de Portugal, ficaria marcada pelas revindicações dos jogadores. Na sequência do polémico “Caso Saltillo”, Morato acabaria como um dos castigados. A punição aplicada levaria a que, só em 1988, voltasse a representar a equipa nacional. Essas duas partidas, a somar aos jogos anteriormente esgrimidos, preencheriam a sua carreira com um total de 6 internacionalizações “A”.
Outro episódio controverso da sua caminhada profissional seria a saída de Alvalade. Numa altura em que já envergava a braçadeira de “capitão”, Morato acabaria envolvido numa situação delicada – “Eu tinha ordenados em atraso. Fui negociar com Sousa Cintra e ele disse-me: «O que está para trás, os oito meses, não pago. Ficam os outros dois anos de contrato e assinamos mais um ano.» Disse-lhe que isso era impossível, porque não tinha dinheiro para sustentar a minha família. Quando saí de perto dele, fiz a rescisão e entreguei-a no aeroporto. Fui para casa um mês e meio. Estive esse tempo sem clube, à espera que alguém me contactasse.”*.
Com o fim da ligação ao Sporting e com a Supertaça de 1987/88 como o único troféu ganho durante o ciclo leonino, novos convites seriam lançados ao seu trajecto. Recusadas as propostas de União da Madeira, Vitória de Guimarães e até do Borussia Dortmund, Morato assinaria contrato com o FC Porto. Porém, a sua passagem pelas Antas seria discreta e, mesmo assim, prolífera. Ao participar num par de partidas apenas, o defesa acabaria na lista de atletas vencedores do Campeonato Nacional de 1989/90. Contudo, essa seria a única temporada com os “Dragões”. Daí em diante, sem nunca abandonar a 1ª divisão, Belenenses, Gil Vicente e Estoril Praia passariam a ser os emblemas defendidos pelo central.
Ao deixar o emblema da “Linha de Cascais” a meio da época de 1993/94, a passagem, ainda durante a referida campanha, pelo modesto Fanhões, antecederia a decisão de abandonar a modalidade, contava apenas 29 anos de idade. Após um ano de interregno e incapaz de negar-se ao Presidente do Desportivo de Beja, o apelo do dirigente fá-lo-ia calçar as chuteiras. Curto regresso pois, em Novembro de 1995 e após 4 partidas disputadas pelo emblema alentejano, haveria de pôr um ponto final na caminhada de futebolista.
Depois de retirado do contexto competitivo profissional e com a transição de milénio, Morato fundaria uma empresa de segurança privada. Nessa área tem dado assistência a jogos de futebol, com principal destaque para o trabalho feito durante o Euro 2004. Paralelamente tiraria o Nível II do Curso de Treinadores e, mais recentemente, experimentaria o cargo de Director-Desportivo no Sintrense e no Fátima.
*retirado do artigo de Magda Magalhães, publicado em https://maisfutebol.iol.pt, a 07/05/2014
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