1596 - CARLOS NUNES

Carlos Ferreira da Silva Nunes estrear-se-ia na categoria principal do FC Porto na temporada de 1932/33. Logo nessa primeira campanha, ao superar as mais optimistas projecções, tornar-se-ia, ao lado de Pinga, de Lopes Carneiro e de Jerónimo, num dos totalistas dos “Dragões”, nas provas oficiais disputadas pelo emblema nortenho. Nesse cenário competitivo, orientado pelo luso-magiar Josef Szabo, o jovem praticante transformar-se-ia numa das principais figuras da conquista do Campeonato portuense. Porém, o sucesso do extremo-esquerdo não ficaria refém das vitórias no “regional” e o jogador, ao longo dos anos, tornar-se-ia num dos nomes de monta dos “Azuis e Brancos”.
Ao dar seguimento à ideia exposta no final do parágrafo anterior, a temporada de 1934/35, mais uma vez consagrado Carlos Nunes como um dos titulares da equipa portista, traria à disputa a estreia da I Liga. Por razão das boas exibições do avançado, alguns dias antes da conclusão da prova, ganha pelo FC Porto, o avançado seria convocado à selecção lusa. Chamado por Cândido de Oliveira a uma peleja frente a Espanha, o Estádio do Lumiar, a 5 de Maio de 1935, tornar-se-ia no palco para a primeira internacionalização do extremo. Ainda com a “camisola das quinas”, o atleta teria a oportunidade de disputar outro par de jogos e as contendas, agendadas em 1936, frente à Áustria e à Alemanha, também passariam a fazer parte do seu currículo.
Apesar da glória resultante das 7 vitórias no “Regional” do Porto, do triunfo em 1 Campeonato Portugal e em 3 Campeonatos Nacionais*, outro dos grandes momentos da carreira do atacante emergiria com a disputa de um dos “clássicos” do futebol português. Frente ao Sporting, a partida referente à 8ª jornada da edição de 1935/36 da I Liga terminaria com um estrondoso 10-1 favorável aos “Azuis e Brancos”. Nessa ronda, para além do brilhante resultado obtido pelo grupo orientado por Magyar Ferenc, um nome haveria de conseguir destacar-se bem acima dos demais colegas de equipa e Carlos Nunes, num desempenho até aos dias de hoje inigualável, sairia da peleja desenrolada no Campo do Ameal como o autor do único “poker” obtido na longa história dos embates entre “Dragões” e “Leões”.
Há ainda uma curiosidade relativamente à carreira de Carlos Nunes que, como em tantos casos referentes à época, não consegui ver decifrada. É verdade que, na quase totalidade das fontes encontradas, a carreira do extremo é entregue, em toda a amplitude, às cores do FC Porto. Assim sendo, terei de aceitar que a caminhada competitiva do atacante terá começado a erguer-se, como aludido no encetar deste texto e no que à equipa principal dos “Azuis e Brancos” diz respeito, na campanha de 1932/33. Já o termo desse trajecto de 10 anos, segundo as mesmas informações, terá acontecido no final das provas agendadas para 1941/42. No entanto, não posso deixar de referir a fotografia em que o atleta aparece com as cores do Famalicão**. Qual o contexto desse retrato? Só posso dizer-vos que… não sei!

*incluída a vitória na I Liga de 1934/35
**https://memoriaazul.blogspot.com/2009/09/carlos-nunes.html

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