369 - JOSÉ CARLOS

Benfiquista dos "sete costados", seria ao serviço das “Águias” que José Carlos acabaria o percurso formativo e onde, na campanha de 1985/86, subiria ao patamar sénior. No entanto, apesar da oportunidade dada ao defesa para integrar o grupo de trabalho a cargo de John Mortimore, a presença, no plantel principal, de jogadores como Minervino Pietra ou de António Veloso transformar-se-ia numa arrebatadora concorrência e na principal razão para que o lateral-direito, durante as duas primeiras temporadas com os “Encarnados”, não conseguisse passar de uma escolha secundária.
Após algumas épocas emprestado a outros emblemas, a campanha de 1988/89, a segunda ao serviço do Portimonense, revelaria um intérprete maduro e capaz de enfrentar outros desafios na divisão maior do futebol luso. Com uma assertividade acima da média, a capacidade defensiva mostrada começaria a surpreender os responsáveis pelo clube de origem. A somar a essa característica, igualmente bem vincada, surgiria a sua apetência para auxiliar, com cruzamentos certeiros, os colegas do ataque. Nesse sentido, José Carlos assumir-se-ia como um elemento a ter em conta para ajudar o Benfica em futuras contendas. Seria também a essa conclusão que chegaria Sven-Göran Eriksson e o atleta, para a temporada de 1989/90, acabaria chamado para junto das “Águias”.
Daí em diante, o lateral-direito, ao assumir-se como um dos mais importantes elementos do plantel “encarnado”, passaria a contar com uma média de mais de duas dezenas de partidas por temporada. Como um dos habituais titulares, nos 4 anos a seguir ao regresso à Luz, José Carlos transformar-se-ia num pilar dos sucessos colectivos dos “Encarnados”. Para além das conquistas de 1 Campeonato Nacional, 2 Taças de Portugal e 1 Supertaça, o defesa ainda faria parte do lote de jogadores que, frente ao AC Milan, jogariam a final da Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1989/90. Ainda na senda do sucesso, outro prémio pelas suas boas exibições emergiria com a chamada à principal selecção portuguesa. Convocado por Artur Jorge, o jogador, a 29 de Agosto de 1990, entraria em campo frente à República Federal Alemã e nesse particular disputado com a “Mannschaft”, conseguiria a sua única internacionalização “A”.
Por tudo isso, muitos estranhariam que, no Verão de 1993, o seu nome aparecesse como um dos excluídos do plantel benfiquista. Dizem as "más-línguas" que muito desta sua "dispensa" teria começado ainda no ano anterior, após um encontro contra o FC Barcelona. Nesse desafio, decisivo para o apuramento para a final da Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1991/92, José Carlos teria pela frente Hristo Stoichkov. Em abono da verdade, o lateral português não sairia bem na fotografia e com a derrota do Benfica por 2-1, muitos seriam os dedos a apontarem o defesa como o principal culpado do desaire.
Maus momentos à parte, a saída de José Carlos do Benfica, nem de perto, nem de longe, terminaria com a sua carreira. Já depois da passagem pelo plantel de 1993/94 do Estrela da Amadora, onde provaria não ter perdido qualquer das qualidades a fazerem dele um belo praticante, na temporada subsequente à cumprida na Reboleira, seguir-se-ia o Vitória Sport Clube. Na "Cidade Berço", o defesa voltaria aos maiores palcos internacionais, disputaria as competições europeias, mas, acima de tudo, continuaria a provar ser um dos melhores, na sua posição, a actuar em Portugal.
Já a entrar na derradeira fase da sua caminhada enquanto futebolista, ao atleta, ainda na 1ª divisão, surgiria o Belenenses de 1999/00. Por fim, antes de “pendurar as chuteiras”, emergiriam as campanhas com as cores do Atlético.

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