1418 - SVEN-GÖRAN ERIKSSON

Com uma carreira de futebolista que, no seu expoente máximo, levá-lo-ia à disputa da 2ª divisão da Suécia, Sven-Göran Eriksson representaria, por esta ordem, Torsby IF, SK Sifhälla e o Karlskoga. No entanto, apesar de nunca ter merecido grande destaque como defesa-direito, a paixão pela modalidade faria com que fosse atrás de outras funções. Depois de “pendurar as chuteiras” com apenas 27 anos de idade, a oportunidade dada pelo Degerfors fá-lo-ia, inicialmente como adjunto, encetar a caminhada como técnico. Um ano depois chegaria o convite para, como responsável máximo, assumir a equipa e seria nas tarefas de treinador-principal que, em termos mundiais, viria a tornar-se num dos nomes mais badalados do “jogo da bola”.
A seguir ao já aludido Degerfors, de forma bastante surpreendente para quem apenas tinha experiência nas divisões secundárias, seguir-se-ia o desafio lançado, em 1979, pelo IFK Göteborg. Mesmo sem grande traquejo, a verdade é que Sven-Göran Eriksson superaria as projecções mais optimísticas. Naquela que é uma das colectividades de maior monta na Suécia, o jovem treinador, numa equipa recheada de internacionais, como Glenn Hysén, Ralf Edstrom, Torbjörn Nilsson, Olle Nordin ou o bem conhecido Glenn Strömberg, não deixaria intimidar-se pela enorme responsabilidade e responderia aos mais cépticos com vários títulos.
Seria já com o currículo recheado pelas conquistas de 2 Taças da Suécia, mas principalmente pela vitória frente ao Hamburger SV, na final da edição de 1981/82 da Taça UEFA, que Sven-Göran Eriksson chegaria a Portugal. Ao pegar na equipa do Benfica na temporada de 1982/83, o sucesso do treinador sueco seria imediato. Logo nessa campanha de chegada conseguiria, para os escaparates da Luz, os troféus correspondentes à “dobradinha”. Já nas competições continentais, por pouco não repetiria a “gracinha” do ano anterior. Porém, nem um plantel composto por craques como Bento, Humberto Coelho, Pietra, Veloso, Carlos Manuel, Shéu, António Bastos Lopes, Diamantino, João Alves, José Luís, Nené ou Chalana seria suficiente para, na derradeira ronda da Taça UEFA, levar de vencido o Anderlecht.
Após uma segunda temporada à frente das “Águias”, durante a qual voltaria a vencer o Campeonato Nacional, o bom trabalho efectuado no Estádio da Luz, faria com que a sua cotação subisse em flecha. Esse facto levaria vários emblemas, das mais importantes ligas europeias, a olharem para si como um bom líder de balneário. Nesse sentido, a escolha do técnico para prosseguir a carreira recairia sobre o Calcio. Na AS Roma a partir da campanha de 1984/85, Sven-Göran Eriksson encetaria uma caminhada que, a somar à mudança para a Fiorentina em 1987/88, levaria o sueco a 5 anos consecutivos a disputar a Serie A. Todavia, o Verão de 1989, com 1 Coppa de Itália vencida pelos “Giallorossi” a enriquecer-lhe o palmarés, transformar-se-ia na altura certa para regressar ao emblema que, até essa altura, mais títulos tinha dado ao treinador.
De volta a Portugal por convite do Presidente João Santos, Sven-Göran Eriksson contribuiria para mais situações de relevo na vida do Benfica. Na segunda experiência à frente do emblema “alfacinha”, o treinador venceria a Supertaça de 1989/90 e o Campeonato Nacional do ano seguinte. Claro está que, durante esse período de 3 anos cumpridos em Lisboa, outro dos momentos de enorme importância seria a presença dos “Encarnados” na final da Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1989/90. No entanto, tal como tinha acontecido durante a sua primeira passagem à frente das “Águias”, o técnico, dessa feita por culpa do AC Milan, não conseguiria conquistar a mencionada prova continental.
O passo seguinte também viria a configurar-se como um retorno. Em Itália na época de 1992/93, com a Sampdoria a apadrinhar esse regresso, os primeiros anos revelar-se-iam, em termos de títulos, algo modestos. Com a edição de 1993/94 da Coppa de Itália ganha pelo emblema genovês, seria na agremiação seguinte que Sven-Göran Eriksson viveria, sem qualquer dúvida, os melhores anos da caminhada como técnico. Já na Lazio, onde orientaria os internacionais portugueses Fernando Couto e Sérgio Conceição, para além das conquistas de 2 Coppas de Itália, 2 Supercoppas e do Scudetto de 1999/00, o treinador juntaria esses sucessos à presença na final da Taça UEFA de 1997/98, à vitória na Taça dos Vencedores da Taças de 1998/99 e ao triunfo na Supertaça da UEFA de 1999/00.
O ano de 2001 traria à sua carreira um desafio inédito. Contratado para assumir o cargo de seleccionador de Inglaterra, Sven-Göran Eriksson comandaria os “3 Lions” aos mais importantes torneios organizados pela UEFA e pela FIFA. Com presença nos Mundiais de 2002 e de 2006 e no Euro 2004, o sueco nunca conseguiria nortear o conjunto britânico até aos tão almejados títulos internacionais. Nesse contexto de equipas nacionais e depois de, na Premier League, ter orientado o Manchester City, o treinador ainda assumiria o comando técnico do México e da Costa do Marfim, tendo conduzido o país africano durante o Campeonato do Mundo de 2010.
O resto da sua caminhada tornar-se-ia um pouco mais errante e, de certa maneira, não tão pomposa quanto o tinha sido até aí. Iniciando um périplo pela Ásia, que levaria o técnico a emblemas da Tailândia, dos Emirados Árabes Unidos, da China e à selecção das Filipinas, o destaque iria para a sua presença, ao serviço do último país listado, na Taça Asiática de 2019.
Finalmente falta fazer referência, num regresso à Suécia, à sua experiência como director-desportivo do IF Karlstad.

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