439 - VAN BASTEN

E se lhe disser que Marco van Basten, é, na verdade, Marcel van Basten!!! Curioso, não é? Bem, realmente pouco interessa este pormenor, pois a vida de Marco é, sem dúvida alguma, bem mais interessante do que a de Marcel. Então, donde veio este nome? Não sei... é para mim uma incógnita! O que é certo, é que um dos passos mais importantes que o avançado deu, foi aquele que, a 3 de Abril de 1982, o tirou do banco de suplentes e o fez entrar em campo para o lugar do seu ídolo de sempre, Johan Cruyff.
Muito antes deste episódio, igualmente curioso, já van Basten jogava à bola. Começou na sua cidade natal, Utrecht, e tendo passado por diversos emblemas, foi do USV Elinkwijk, que acabaria por sair em direcção ao Ajax. Em Amesterdão encontrou o jogador que, para ele, era a verdadeira lenda. No entanto, nem só Cruyff foi a sua inspiração. O pai de Marco (perdão, de Marcel!!!) teve, também ele, um papel muito importante no lançar da sua carreira. Tendo sido futebolista, foi ele o principal incentivador para que van Basten copiasse o seu gosto pelo desporto. Por certo, nunca o seu pai imaginou que van Basten, muito para além de lhe seguir as passadas, haveria de ir bem mais além do que aquilo que alguma vez ele tinha sonhado para o filho. E bem que o podemos dizer: van Basten foi um dos melhores jogadores da história da modalidade.
Esta afirmação facilmente se justificaria com os números que compõem a sua carreira. Mas, tal como outros craques do mesmo gabarito, van Basten foi muito mais do que títulos, troféus e golos. Quem o viu jogar sabe disso. Sabe que ele era sublime na maneira como controlava todo o último terço do campo, genial com a bola nos pés, veloz nas desmarcações e, muito acima de tudo, implacável na finalização.
Tanta qualidade só poderia trazer, para ele e para os clubes por onde passou, inúmeras conquistas. No Ajax, para além de 3 Campeonatos, 3 Taças e a Taça das Taças de 1987, van Basten conseguiu vencer 4 vezes o prémio para o goleador da Holanda. Numa destas épocas, a 1985/86, conseguiu, também, alcançar o título individual que todos os da sua posição almejam, a Bota de Ouro.
A certa altura foi inevitável que outros emblemas o começassem a cobiçar. O Milan de Silvio Berlusconi, que andava a formar uma super equipa, ficou na linha da frente. Marco van Basten mudou-se para Itália corria o Verão de 1987. Logo no final dessa temporada, haveria de erguer o primeiro de 4 "Scudettos".
"Veni vidi vici", poderão dizer vocês! Contudo, o momento, nessa mesma época, que ficará na memória de todos, passou-o com a camisola laranja da sua selecção. No Euro 88, realizado nesse ano na Alemanha, van Basten, por razão das lesões que o iriam afligir para o resto da carreira (já lá vamos), até começou no banco de suplentes. No entanto, o segundo jogo seria marcado por um "hat-trick" seu, o mesmo que iria catapultar a Holanda até à final. Nessa derradeira partida frente à U.R.S.S., algo de extraordinário haveria de acontecer. Corria a segunda metade do encontro, quando da direita do campo, um centro largo de, salvo erro, Arnold Mühren, parecia destinar a bola à linha de fundo. Foi então que apareceu van Basten que, sem deixar o esférico tocar no chão e com um fenomenal "volley", o introduziu, de um ângulo apertadíssimo, no interior da baliza de Dasaev.
Muito mais se passou na carreira do atacante do que este minuto 54. É verdade que ter um golo considerado como um dos melhores de sempre no futebol, é algo notável. Mas se fosse só isso, por certo, não estaríamos aqui a falar do jogador. Pois, podemos continuar a falar nos seus feitos, referindo que, logo nesse ano haveria de lhe ser atribuído o Ballon d'Or. Repetiria a façanha por mais duas vezes (como ele só Cruyff e Platini) e, entretanto, pelo Milan venceu tudo o que havia para vencer. A saber: os, já referidos 4 "Scudettos"; 2 Taça dos Campeões Europeus; 2 Supertaças europeias; 2 Intercontinentais; 2 vezes Melhor Marcador da Serie A; etc.
Em 1992 haveria de ser consagrado pela FIFA como o melhor jogador do ano. Mas por esta altura já os seus tornozelos, a tal mazela de já tinha feito referência, estava a dar "pano para mangas". Por razão desta lesão, a sua vida nos relvados, não durou muito mais tempo. O fim veio cedo de mais, todos concordarão. Mas alguém com uma paixão tão grande por este jogo, não poderia afastar-se dele para sempre. Foi assim que van Basten se iniciou nas lides de treinador. Nestas funções, o principal papel que desempenhou foi o de seleccionador holandês, entre 2004 e 2008. Esteve, também, à frente dos destinos do Ajax e, hoje em dia, é o técnico principal do Heerenveen.

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