1642 - PÁL CSERNAI

Pál Csernai começaria por ser futebolista. Segundo algumas fontes, principiaria a senda sénior, na temporada de 1948/49, ao serviço do Szentlörinci AC para, na época de 1950/51, passar a representar o Budapesti Postás. No emblema ligado aos correios húngaros, o médio-centro viria a ser orientado por Lajos Baroti, técnico com passagem pelo futebol luso, ao serviço do Benfica. No entanto, seria com as cores do Csepeli Vasas que o jogador, na sua experiência magiar, viveria um dos momentos altos da carreira. Tal episódio a surgiria com a primeira chamada à principal selecção do seu país natal. Na estreia a 8 de Maio de 1955, chamado por Gusztáv Sebes a uma peleja frente à Noruega, o centrocampista entraria em campo ao lado de nomes como Puskás ou Kocsis. Seguir-se-ia, alguns dias depois, outra partida forasteira, dessa feita em oposição à Finlândia, e o somar de uma segunda internacionalização “A”ao currículo pessoal.
Seria após representar a equipa nacional da Hungria que Pál Csernai veria o Karlsruher a interessar-se pela sua contratação. Depois de ter iniciado o percurso pelo estrangeiro já com a época de 1956/57 em andamento, o médio ainda permaneceria mais uma temporada nas provas germânicas. De seguida, numa espécie de interlúdio, transferir-se-ia para o plantel de 1958/59 do Chaux-de-Fonds. À passagem pela Suíça suceder-se-ia o regresso à Republica Federal da Alemanha, para envergar as cores do emblema mais representativo do seu trajecto competitivo. No Stuttgarter Kickers desde 1959/60, o atleta cumpriria meia dúzia de temporadas nas pelejas organizadas inicialmente para a Oberliga Süd, para, com a criação da Bundesliga, passar a disputar a Regionalliga Süd. Por fim, emergiria uma nova experiência no desporto helvético, concretamente no Blau-Weiss Zürich, e o termo da carreira no grupo de trabalho de1966/67 dos malteses do FC Valletta.
“Penduradas as chuteiras” não demoraria muito até que o antigo internacional magiar não viesse a assumir-se como treinador. Encetado um novo ciclo na Alemanha, Pál Csernai iniciaria as funções de técnico, em 1967, ao serviço do TuS Lindlar. Nos anos seguintes, preencheriam o seu percurso colectividades como o Wacker 04 Berlin, o SSV Reutligen, os belgas do Royal Antwerp, o regresso ao Chaux-de-Fonds e, novamente no cenário germânico, o Baden-Württemberg. O referido período, com capítulos mais ou menos modestos, daria azo a que o húngaro entrasse, em definitivo, na alta-roda do futebol alemão. Inicialmente como adjunto no Eintracht Frankfurt para, sempre na alçada de Gyula Lorant, ainda assumir idêntico papel no Bayern München, Pál Csernai tornar-se-ia no principal timoneiro do emblema bávaro a partir da campanha de 1978/79. Nos “Die Roten”, em grupos, ao longo dos anos, composto por Sepp Maier, Augenthaler, Hoeness, Paul Breitner, Gerd Müller ou Rummenigge, viveria os anos mais prolíferos da carreira e acabaria por vencer  2 Bundesligas e 1 DFB Pokal.
Em 1984/85, após uma curta passagem pelo PAOK, Pál Csernai seria apresentado como treinador do Benfica. Com o Presidente Fernando Martins à procura de um sucessor para Sven-Göran Eriksson, o rigor e a disciplina do treinador magiar surgiriam ao dirigente máximo das “Águias” como a solução certa para a direcção técnica da agremiação “alfacinha”. No entanto, a relação do técnico com os jogadores não seria a melhor e os constantes conflitos no balneário viriam, amiúde, à baila. Ainda assim, os “Encarnados”, depois de não vencerem o Campeonato Nacional e de perderem a Supertaça para o FC Porto, teriam no Jamor, mais uma vez frente aos “Dragões”, a oportunidade de conquistar um troféu e a vitória por 3-1 entregaria a Taça de Portugal aos escaparates da Luz.
Dando continuidade a uma fase do seu percurso caracterizada por alguma errância, Pál Csernai, após deixar Lisboa, assinaria pelo Borussia Dortmund. Seguir-se-iam, quase sempre em colectividades de grande tradição no futebol europeu, Fenerbahçe, Eintracht Frankfurt, Young Boys, Herta Berlin, a selecção da Coreia do Norte e, para finalizar uma grande caminhada no futebol, o regresso à Hungria para, em 1994/95, para orientar FC Sopron.

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