Quando, aos 18 anos, viu surgir o convite do Bayern Munique, o maior alívio de Rummenigge terá sido, provavelmente, relacionado com a saída do banco onde trabalhava. Porém, se realmente pensou que a nova rotina iria afastá-lo do banco, é porque, com a emoção da mudança, porventura, terá esquecido que a equipa para onde estava a mudar-se era somente a campeã europeia em título!
Foi assim que, em 1974, o talentoso médio-ofensivo – só anos mais tarde avançou no terreno – viu a sua habilidade técnica e a inteligência sentarem-se junto com os outros suplentes. Por lá andou ainda durante uns tempos e foi nessa perspectiva que assistiu à sua primeira final da Taça dos Clubes Campeões Europeus. Não jogou nessa derradeira partida de 1975, frente ao Leeds United, mas venceu. Já o ano seguinte trouxe-lhe uma visão bem diferente da contenda. Voltou a conquistar o troféu. Porém, dessa feita fê-lo no relvado, ao lado dos colegas de equipa.
A chegada à Bavaria do treinador Pal Csernai, o mesmo que em 1984/85 orientou o Benfica, trouxe a Rummenigge uma mudança no destino. O técnico húngaro achou que o atleta, devido às suas capacidades – velocidade, sentido posicional e veia goleadora – servia melhor junto às defesas adversárias. Não se enganou e o jogador, com a mudança, tornou-se no mais precioso capital ofensivo do emblema germânico. Com os golos a surgirem uns atrás dos outros, o avançado alcançou, por três vezes (1979/80; 1980/81; 1983/84), a marca de melhor marcador da "Bundesliga". Claro está, tantos golos transformaram-se num sério benefício para a sua equipa e muito dos 2 Campeonatos e das 2 Taças alemãs vencidas pelo Bayern Munique por essa altura são devidos à presença de "Kalle" no ataque.
Se no Bayern tudo corria de feição para o jogador, já a sua história na selecção foi um pouco mais frustrante. É verdade que Rummenigge venceu com a "Mannschaft" o Europeu de 1980. É verdade, também, que terá sido esse título a impulsioná-lo para a conquista do "Ballon d'Or" desse mesmo ano – venceria, mais uma vez, em 1981. Já perder duas finais do Campeonato do Mundo, nunca é muito bom de digerir! No entanto, apesar das derrotas frente à Itália (1982) e à Argentina (1986), o seu nome ficará, para sempre, ligado à história dos ditos certames… nem que seja por fazer parte de um dos seus episódios mais caricatos! Diz-se que durante a meia-final de 1982, frente à França, quando Rummenigge saltou do banco, François Mitterrand terá exclamado qualquer coisa como: “Mon dieu, Rummenisch!”*. A premonição do, à altura, Presidente da República de França, não poderia estar mais certa, pois à custa do avançado germânico, com um golo e com uma assistência, o “placard” sofreu um volte-face definitivo e os gauleses acabaram eliminados.
A fase final da sua carreira levou-o ao "Calcio" e, numa fase posterior, à Suíça. No Inter, não pode dizer-se que terá deixado os seus créditos por mãos alheias. É certo que não cumpriu o objectivo da sua contratação, a conquista do Scudetto. Contudo, as suas exibições acabaram por ser convincentes e só não foram de maior gabarito, pois as lesões, durante esse período, teimaram em assolar a estrela alemã.
Como já referi, Rummenigge sempre foi tido, muito à custa da sua inteligência, como alguém capaz de fazer mais do que as tarefas de um futebolista. Essa percepção também a tiveram os responsáveis do Bayern Munique que, em 1991, convidaram o antigo avançado para ocupar um dos lugares na direcção do clube, posto que, ainda nos dias de hoje, mantém.
*retirado do artigo de Marcio Pessôa, publicado a 19/01/2006/, em www.dw.com
Foi assim que, em 1974, o talentoso médio-ofensivo – só anos mais tarde avançou no terreno – viu a sua habilidade técnica e a inteligência sentarem-se junto com os outros suplentes. Por lá andou ainda durante uns tempos e foi nessa perspectiva que assistiu à sua primeira final da Taça dos Clubes Campeões Europeus. Não jogou nessa derradeira partida de 1975, frente ao Leeds United, mas venceu. Já o ano seguinte trouxe-lhe uma visão bem diferente da contenda. Voltou a conquistar o troféu. Porém, dessa feita fê-lo no relvado, ao lado dos colegas de equipa.
A chegada à Bavaria do treinador Pal Csernai, o mesmo que em 1984/85 orientou o Benfica, trouxe a Rummenigge uma mudança no destino. O técnico húngaro achou que o atleta, devido às suas capacidades – velocidade, sentido posicional e veia goleadora – servia melhor junto às defesas adversárias. Não se enganou e o jogador, com a mudança, tornou-se no mais precioso capital ofensivo do emblema germânico. Com os golos a surgirem uns atrás dos outros, o avançado alcançou, por três vezes (1979/80; 1980/81; 1983/84), a marca de melhor marcador da "Bundesliga". Claro está, tantos golos transformaram-se num sério benefício para a sua equipa e muito dos 2 Campeonatos e das 2 Taças alemãs vencidas pelo Bayern Munique por essa altura são devidos à presença de "Kalle" no ataque.
Se no Bayern tudo corria de feição para o jogador, já a sua história na selecção foi um pouco mais frustrante. É verdade que Rummenigge venceu com a "Mannschaft" o Europeu de 1980. É verdade, também, que terá sido esse título a impulsioná-lo para a conquista do "Ballon d'Or" desse mesmo ano – venceria, mais uma vez, em 1981. Já perder duas finais do Campeonato do Mundo, nunca é muito bom de digerir! No entanto, apesar das derrotas frente à Itália (1982) e à Argentina (1986), o seu nome ficará, para sempre, ligado à história dos ditos certames… nem que seja por fazer parte de um dos seus episódios mais caricatos! Diz-se que durante a meia-final de 1982, frente à França, quando Rummenigge saltou do banco, François Mitterrand terá exclamado qualquer coisa como: “Mon dieu, Rummenisch!”*. A premonição do, à altura, Presidente da República de França, não poderia estar mais certa, pois à custa do avançado germânico, com um golo e com uma assistência, o “placard” sofreu um volte-face definitivo e os gauleses acabaram eliminados.
A fase final da sua carreira levou-o ao "Calcio" e, numa fase posterior, à Suíça. No Inter, não pode dizer-se que terá deixado os seus créditos por mãos alheias. É certo que não cumpriu o objectivo da sua contratação, a conquista do Scudetto. Contudo, as suas exibições acabaram por ser convincentes e só não foram de maior gabarito, pois as lesões, durante esse período, teimaram em assolar a estrela alemã.
Como já referi, Rummenigge sempre foi tido, muito à custa da sua inteligência, como alguém capaz de fazer mais do que as tarefas de um futebolista. Essa percepção também a tiveram os responsáveis do Bayern Munique que, em 1991, convidaram o antigo avançado para ocupar um dos lugares na direcção do clube, posto que, ainda nos dias de hoje, mantém.
*retirado do artigo de Marcio Pessôa, publicado a 19/01/2006/, em www.dw.com
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