68 - JOSÉ ÁGUAS

É o capitão que ergueu as 2 Taças dos Clubes Campeões Europeus vencidas pelo Benfica... Mas a história deste avançado começa muito antes!
Corria o ano de 1950 e uma digressão de início de época leva o Benfica, acabado de vencer a Taça Latina, a deslocar-se a Angola. O jovem José Águas, com 19 anos, jogador do Lusitano do Lobito e dactilógrafo numa empresa concessionária da Ford, é chamado para defrontar a equipa vinda da metrópole. No campo, o Benfica acabaria por encaixar uma derrota por 3-1 frente à selecção do Lobito. Já o treinador Ted Smith sairia a ganhar!
No rescaldo do encontro, o técnico inglês pede ao avançado-centro que tinha acabado de marcar 2 golos à sua equipa, para ir até ao hotel onde as “Águias” estavam instaladas. Falaram e nem o assédio do FC Porto, posto em marcha no dia seguinte ao da reunião, demoveu o atleta do acordo já feito. José Águas acabaria por fazer o resto da "tournée" com os “Encarnados”. Daí, partiria com a equipa do seu coração, para vir a fixar-se em Lisboa.
O começo não terá sido muito auspicioso. Houve quem dele desconfiasse e pusesse em causa o seu valor. Porém, José Águas não demorou muito a dar uma resposta a todos os críticos. Ao exibir os exímios dotes que fariam dele um dos mais elegantes cabeceadores do futebol luso, marcou 4 golos logo à 2ª jornada do Campeonato. Com a vitória por 8-2 frente ao Sporting de Braga, as dúvidas ficaram desfeitas. Daí em diante a sua carreira fez-se apenas de grandes sucessos e faustosos números. Entre esse dados, temos as 2 vitórias na Taça dos Clubes Campeões Europeus; os golos marcados em ambas as finais; a conquista do título de Melhor Marcador na primeira dessas 2 edições; os 5 Campeonatos Nacionais e as 7 Taças de Portugal ganhas; e, por fim, os 5 troféus como Melhor Marcador do Campeonato Nacional.
A saída de Béla Guttmann, pelo qual tinha uma admiração muito especial, e a entrada de Fernando Riera, marcou o fim da sua ligação ao Benfica. Passadas 13 épocas de “Águia” ao peito, e ao ver-se relegado para o banco de suplentes, o capitão decidir-se-ia pelo adeus. Aceita ainda o convite do FK Austria Wien, onde joga apenas uma época. Mas nesse seu percurso desportivo, serão os 384 jogos e 379 golos feitos ao serviço dos “Encarnados”, que, para sempre, marcarão a história daquele que uma vez chegou dizer que vestia o equipamento com “mesmo espírito com que o operário veste o fato-macaco”*, até porque “não gostava de jogar à bola”*. Curioso discurso para quem mostrou sempre uma enorme entrega!

*retirado do livro “Memorial Benfica – 100 glórias”, de João Malheiro

5 comentários:

Anónimo disse...

Treinador do Clube Sport Marítimo na épocs de 1966/1967,onde foi campeão da Madeira.

Anónimo disse...

Como treinador ainda passou pelo Atlético e Marítimo nos anos 60 onde foi campeão da Madeira.

Anónimo disse...

Não o vi jogar, Mms lembro-me dele como um grande Senhor... com a simplicidade e modéstia dos GRANDES. Perdura na nossa memória.

Anónimo disse...

Comentário congelado?
É a crise...é a crise....

cromosemcaderneta@gmail.com disse...

Peço desculpa pela demora na publicação dos comentários, mas outros afazeres têm-me afastado deste "blog"! Obrigado pela vossa compreensão e participação.