356 - PUMPIDO

Ao fazer quase toda a carreira nas provas argentinas de futebol, a excepção, já no final do percurso competitivo, foi dada à passagem pelo Real Betis. Tirando essas 3 campanhas passadas, entre 1988/89 e 1990/91, em Espanha, Nery Pumpido representou alguns dos mais importantes emblemas do “País das Pampas”. Igualmente internacional pela Argentina, o guarda-redes marcou presença nos Mundiais de 1982, de 1986 e ainda no de 1990. Como campeão no torneio disputado no México, o guardião tornou-se, nos anos de 1980, numa das figuras mais proeminentes a jogar na sua posição. No entanto, a sua vida na defesa das balizas não foi apenas construída de saídas arrojadas ou de estiradas milagrosas. Houve momentos em que a prática daquele que, no Unión de Santa Fé, elegeu como modalidade favorita, trouxe à sua vida instantes caricatos e, noutras situações, verdadeiros pesadelos.
A primeira dessas ocasiões ocorreu em 1987 quando, na antemão da disputa da Copa América, Nery Pumpido fracturou o antebraço, acabando afastado da lista dos eleitos para a disputa do torneio organizado na Argentina. O segundo desses momentos, o mais arrepiante de todos, passou-se, já como atleta do River Plate, durante um treino. Na referida sessão, o exercício exigido pretendia que os guarda-redes saltassem e tocassem com as mãos na barra da baliza. O pior foi quando Pumpido, sem luvas, num desses pulos ficou com a aliança presa num dos ganchos que fixam as redes aos postes. O incidente custou-lhe parte do anelar e só depois de dois meses de paragem é que voltou a ter ordens para regressar à actividade profissional.
Outro episódio "sui generis", aconteceu quando um adepto do Chacarita atirou para dentro de campo, aos seus pés, uma galinha. A reacção do jogador, pelo menos para a ave, não foi a melhor, que, ao ser atingida por um pontapé, acabou por morrer. Ainda assim, a pior de todas as situações sofreu-a no, já no aqui referido, Mundial de Itália e num lance azarado, no encontro frente à URSS, esbarrou com o colega Olarticoechea, e fracturou o perónio e a tíbia.
Depois de, em definitivo, “arrumar as luvas”, Pumpido abraçou a vida de treinador. Como maiores conquistas nessa fase da vida, pode listar-se a conquista da edição de 2002 da Taça dos Libertadores, aquando da sua passagem pelo Olimpia Asunción, agremiação do Paraguai.
Por fim, mais uma curiosidade. Foi Pumpido a descobrir Óscar Cardozo e quem o levou para o Newell's Old Boys, clube argentino de onde o Benfica contratou o avançado.

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