432 - CANNAVARO

São poucos os defesas que podem orgulhar-se de terem conseguido vencer, tanto o "Ballon d'Or", como o "FIFA World Player of the Year". No entanto, se é certo classificar-se como excepcional a entrega destes prémios a alguém a jogar na posição de Fabio Cannavaro, então tudo está alinhado correctamente, pois o italiano não foi um futebolista qualquer.
Tudo começou a montar-se ainda Cannavaro era um dos apanha-bolas do Napoli. Jogando nas camadas jovens do clube, teve um dia a oportunidade de treinar ao lado dos seus ídolos. Como defesa que sempre foi, diz-se que, às tantas, deu com Maradona pela frente. Destemido, tal como hoje o recordamos, o jovem jogador, que estava "apenas" perante um dos maiores astros de sempre, não teve pejo em fazer uma entrada duríssima sobre o seu oponente! Claro, ficou tudo danado com a desfaçatez do rapaz, mas o que é certo é que, logo ali, mostrou de que raça era feito.
Em 1992/93 subiu à categoria principal do emblema da região da Campânia. Cedo conseguiu impor-se na equipa, mas o Napoli que encontrou, já longe dos anos áureos de “El Pibe” & companhia, não estava ao seu nível. Porém, algumas campanhas após a estreia como sénior, o jogador viu o Parma a aparecer no seu encalço. A mudança, ocorrida na temporada de 1995/96, apresentou-lhe um clube na alta-roda europeia e perfilar-se como uma das melhores agremiações para catapultar a sua carreira. Nesse sentido, após vencer 2 Coppa Itália, 1 Supercoppa e a Taça UEFA de 1998/99, o defesa-central, que entretanto já contava com umas quantas chamadas à "Squadra Azzurra", começou a sonhar com outros objectivos. Todavia, a transferência para o plantel de 2002/03 do Internazionale, nada, em termos de troféus, trouxe ao seu currículo. Por outro lado, a ida para a Juventus veio a tornar-se na porta para as maiores conquistas da sua caminhada competitiva.
Bem, não é correcto o que acabo de dizer! É certo que os anos que Cannavaro passou em Turim foram pródigos em sucessos. Ainda assim, os êxitos que conseguiu alcançar não foram à custa da "Vecchia Signora". Como devem estar recordados, foi por essa altura que rebentou o escândalo que ficou conhecido como "Calciopoli". É certo que a Juventus celebrou o Scudetto de 2004/05 e de 2005/06, mas após revelado o caso de corrupção a envolver a arbitragem, os títulos foram revogados. Na verdade, o que valeu ao defesa-central foi a brilhante prestação da selecção transalpina no Mundial de 2006. Assim, para além da vitória no certame disputado na Alemanha, o capitão italiano conquistaria nesse ano, entre outros prémios individuais, o de Melhor Jogador da Liga italiana, o "Ballon d'Or" da "France Football" e o "FIFA World Player of the Year".
Aquando da atribuição destas últimas distinções, já o jogador fazia parte do plantel do Real Madrid, para onde tinha sido transferido no começo de 2006/07. Apesar da idade, 33 anos, Cannavaro ainda conservava, tal como os referidos prémios o provaram, todas as características que tinham feito dele um dos melhores na sua posição. Se houve quem duvidasse de tal qualidade, esse não foi Fabio Capello. O técnico italiano, acabado de contratar pelos "Merengues", exigiu que, na sua saída da Juventus, fosse acompanhado pelo jogador. Deste modo, o defesa italiano conseguiu, com todo o mérito, juntar ao seu rol de títulos, 2 La Liga e mais um Supercopa de España.
Após 3 anos na capital espanhola, no ano em que bateu o recorde de internacionalizações pela Itália, Cannavaro ainda regressou para mais uma temporada na Juventus. Sol de pouca dura, pois, na época seguinte, partiu para a sua derradeira aventura como atleta profissional, essa no Al Ahli dos Emirados Árabes Unidos. Contudo, não “pendurou as chuteiras” e e depois de ter posto um ponto final na carreira de futebolista, ainda foi possível ver o defesa-central em duas partidas de exibição. A primeira, em Agosto de 2011, a marcar o regresso dos New York Cosmos e a segunda, em Janeiro de 2012, pelo Barasat, emblema da Índia.

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