459 - EDINHO

As dezenas de internacionalizações que conseguiu, as presenças em 3 Mundiais consecutivos (1978; 1982; 1986) e a chamada aos Jogos Olímpicos de Montreal (1976) fizeram dele, e fazem, uns dos melhores jogadores brasileiros a actuar durante os anos de 1970 e de 1980. Para além da selecção brasileira, o antigo defesa foi, igualmente, um dos maiores símbolos do Fluminense. Chegou ao clube do Rio de Janeiro ainda muito novo e para actuar nas camadas jovens. Desde esse momento, as qualidades exibidas fizeram com que progressivamente fosse subindo de escalão. Foi assim que, na temporada de 1973, acabou por assegurar um lugar junto da categoria principal. Raçudo, com um excelente jogo de cabeça e intransponível na marcação, Edinho conseguiu muito mais do que os seus colegas de posição. Nesse sentido, para além das características que faziam dele um intérprete implacável, tinha também a capacidade de jogar bem com os pés. Isso conferiu-lhe a habilidade para distribuir jogo, para ajudar os companheiros na construção de ofensivas e, muito apreciado nele, fazia com que, tantas vezes, conseguisse transformar os livres-directos em golos de belo efeito. Aliás, há um lance que a grande maioria dos adeptos do “Tricolor” recorda com grande orgulho. A partida, nada mais, nada menos, do que a final do Campeonato Carioca de 1980. Frente aos homens das Laranjeiras, na disputa do aludido título, somente o maior rival dos "Tricolores", o Flamengo. Com o "derby" "Fla vs Flu" na meia hora final, uma falta foi assinalada perto da defesa do “Rubro-negro”, mais precisamente junto ao canto direito da grande-área. Edinho decidiu avançar para a marcação do castigo e, com um remate certeiro, fez entrar a bola junto ao poste mais próximo (veja aqui o lance)*.
Por altura do referido golo, o atleta já tinha participado no seu primeiro Mundial. Na Argentina começou como titular. No entanto, a opção do seleccionador Cláudio Coutinho, ao colocá-lo no lado esquerdo da defesa, fez com que saísse prejudicado, acabando, com o decorrer do torneio, por perder o lugar no "onze". Em Espanha, a sua sorte também não foi muito diferente e terminou, por razão da titularidade de Luisinho (ex-Sporting) e de Óscar, relegado para o banco de suplentes. Ainda assim, a sua popularidade continuou a crescer no “universo do futebol”. Por essa razão ninguém ficou admirado quando, no Verão a seguir ao certame espanhol, o defesa acabou contratado pelos italianos da Udinese. Após 5 anos a actuar no "Calcio", com outro Campeonato do Mundo (México 86) no currículo, onde foi titular indiscutível, Edinho regressou ao país natal e ainda representou, nos derradeiros capítulos da carreira, o Flamengo, o Fluminense e o Grêmio.
Com o "pendurar das chuteiras", Edinho iniciou-se nos ofícios de treinador. Foi nessa função que em, 1993/94, teve a sua passagem pelo cenário português. Veio para comandar um Marítimo prestes a fazer a estreia nas competições continentais. Contudo, a sua passagem pela ilha da Madeira foi rápida e ao voltar ao Brasil deu seguimento à carreira como técnico.
Outra curiosidade prende-se, também, com o jogo da bola, mas com a variante disputada na areia! Edinho chegou a participar num Mundial de Futebol de Praia e acabou, nesse torneio de 1996, por ser considerado o melhor atleta do torneio.

*https://www.youtube.com/watch?v=f4RGYq4dyXI

Sem comentários: