463 - LUISINHO

Desde muito novo apaixonado pela modalidade, foi pelo emblema da sua terra natal, o Vila Nova, que Luisinho começou a dar os primeiros passos no mundo da bola. Ao mesmo tempo que jogava, e como era de origens humildes, o jovem desportista tinha que repartir os seus dias entre a escola, o futebol e o trabalho. Nesses tempos, ajudava a sua mãe na venda de produtos agrícolas e dava uma mãozinha ao pároco local, na realização das missas. Então, numa altura em que já pensava que o seu futuro passaria, tal como o do seu pai, por uma oficina automóvel, consegue o seu primeiro contrato profissional.
Ainda no Vila Nova, rapidamente as suas prestações conseguem despertar a curiosidade de alguns olheiros dos principais clubes brasileiros. O primeiro que tentou a sua contratação foi o Cruzeiro de Belo Horizonte, onde até chegou a fazer testes. Não tento agradado, acabaria por voltar a Nova Lima, mas rapidamente apareceriam outros pretendentes. Entre vários emblemas, o mais célere na aquisição do seu passe, acabaria por ser o Atlético Mineiro, que, por ironia do destino, é só um dos principais rivais do seu clube de origem. No "Galo" tornou-se num dos maiores centrais brasileiros dos anos 80. A maneira serena com que enfrentava cada lance, tornou-se na sua imagem de marca. Não se pense, contudo, que Luisinho era um defesa molengão! Muito pelo contrário! Luisinho tinha mestria suficiente para, com o seu sentido posicional, visão de jogo e poder de antecipação, conseguir desarmar qualquer um dos seus adversários.
Outra das suas principais características, prendia-se com a disciplina que mostrava dentro e fora de campo. Terá sido isso mesmo que fez com que Telê Santana adicionasse o seu nome à lista de convocados para o Mundial de 1982. No dito certame realizado em Espanha, seria um dos titulares no centro do sector mais recuado da "Canarinha". Mas tal como em tudo na vida, quando o insucesso aparece, tem de haver sempre um bode expiatório. Assim aconteceu com o central que, acusado de se amedrontar, seria, após a eliminação do "Escrete", apontado como um dos principais responsáveis pela queda do Brasil.
Injustiças à parte, Luisinho, já de regresso às competições domésticas, continuou a mostrar porque era considerado um dos melhores na sua posição. Ajudou o Atlético Mineiro a conquistar um longo rol de títulos, nos quais se destacam, nos mais de 10 anos em que Luisinho vestiu a camisola "Alvi-Negra", os 9 Campeonatos Mineiros. Com tudo isto, acabaria por se transformar num dos predilectos da massa associativa e, mais uma vez sob alçada de Telê Santana, tornar-se-ia no Capitão de equipa.
Onde também foi um dos preferidos, seria no Sporting. A Portugal chegou na temporada de 1989/90 e apesar de já não ter a frescura de outros tempos, pois já passava dos 30 anos, a classe que mostrava dentro do relvado era inconfundível. Boas memórias deixou e boas também foram as que levou consigo, depois de 3 épocas em que sempre se impôs como titular indiscutível - "Tenho uma saudade imensa. Dos amigos, dos torcedores do Sporting… Aliás, já sonhei algumas vezes que estava chegando a Alvalade e era aplaudido pelos sportinguistas. Quero aproveitar esta oportunidade para dizer aos torcedores que amo o Sporting e que tenho muitas saudades".
Já depois das passagens pelo Cruzeiro, onde voltou a vencer o "Estadual" de Minas-Gerais e onde também conquistou a Copa do Brasil, e pelo Vila Nova, Luisinho decide ser tempo de pôr um ponto final na sua carreira. No entanto, não ficou afastado do desporto, tendo assumido vários papéis desde então, como por exemplo: treinador das camadas jovens do Atlético Mineiro, Presidente do Vila Nova e ainda Secretário de Esporte e Lazer de Nova Lima.

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