Aos 14 anos de idade, Morais, com o jeito que mostrava para a prática do futebol, vê-se integrado na equipa principal da sua terra, o Sporting de Alcabideche. Mesmo tendo em conta a tenra idade e os confrontos com jogadores, na maioria das vezes, bem mais velhos que ele, o "miúdo" parecia conseguir zombar de todos os que com ele se confrontavam dentro de campo. A evidência da sua qualidade era tal, que o Estoril-Praia não duvidou das suas capacidades, acabando por o contratar para os seus quadros. Mudado que estava para o emblema "vizinho", também aí, é certo que a jogar já na devida categoria, Morais continuaria a mostrar os seus dotes futebolísticos. Foi então que o Caldas apresenta uma proposta ao atleta que, deslumbrado com a ideia de um estatuto profissional, não recusa em assinar contrato. O pior é que, paralelamente, também o Benfica já tinha chegado a um acordo com o seu clube. Morais, ainda jovem, e, certamente bastante pressionado, acabaria por celebrar novo acordo agora com as "Águias". Resultado: um ano de suspensão para o atleta.
Terminado o castigo, entretanto reduzido para metade, Morais chega a um acordo com o Torreense. Estreia-se assim na primeira divisão em 1955/56, e nas 3 temporadas que passaria em Torres Vedras veria o seu estatuto de excelente jogador, cada vez mais cimentado. Ao fim das ditas épocas, o Sporting assegura o seu concurso e o extremo-esquerdo muda-se para Alvalade. Apesar de ser um jogador que estava sempre na primeira linha das convocatórias, houve temporadas que, pela concorrência a que estava sujeito, haveria de ser menos utilizado. Foi então que começou a experimentar as funções de lateral. A verdade é que o atleta nunca escondeu o desagrado por esta adaptação e conta-se que um dia, sabendo que iria ser utilizado na defesa, inventa uma desculpa para não jogar. Contudo, ironicamente, seria à custa deste lugar que Morais viveria o momento mais bonito da sua carreira e aquele que o imortalizou para a história, não só do Sporting, como do desporto nacional - "Eu não estava convocado. Mas no jogo antes dessa competição, o Hilário magoou-se. Eu estava no estádio e ouvi a convocação pelo altifalante, avisando-me para estar no dia seguinte no estádio que iria partir com a delegação". Foi deste modo, por infelicidade daquele que era o dono da posição, que Morais parte para a Bélgica. Joga a partida da Final no sector mais recuado da equipa e, na finalíssima de Antuérpia, devido a lesão do brasileiro Bé, acaba por regressar a posição que tanto gostava. Então, próximo do minuto 19, um canto é assinalado a favor dos "Verde e Branco". Morais agarra no esférico e… "na hora do golo, eu beijei a bola e falei com ela. Pedi para que ela entrasse. Graças a Deus deu certo e o Sporting foi campeão". Para a memória ficará para sempre o seu tento, marcado de canto directo e que daria a Taça dos Vencedores das Taças de 1964, aos "Leões". Depois vieram as homenagens, as recepções e a cantiga de Maria José Valério que o poria nas "bocas do mundo" com o seu "Cantinho do Morais".
Outro momento alto da sua vida de desportista, haveria de ser o Mundial de 1966. Em Inglaterra, deixando para trás congéneres como o Brasil ou a Rússia, Portugal chegaria ao 3º lugar. Mérito dos seus jogadores, sem dúvida... principalmente para uma selecção estreante. Mas para Morais, com muita mágoa sua, o torneio ficaria marcado por um outro lance - "A falta que fiz no Pelé foi igual a muitas outras. Foi um lance normal de jogo. Ele mesmo já disse isso, uma vez que fomos juntos a uma entrevista na BBC de Londres. Contra a Bulgária (no primeiro jogo da primeira fase), ele já tinha apanhado muito e já se tinha lesionado. Tanto, que não enfrentou a Hungria no jogo seguinte. Infelizmente, as pessoas sempre só se lembram desse lance".
Sensivelmente 3 anos após este episódio, sem que uma coisa tenha a ver com a outra, Morais deixa o Sporting. No seu currículo leva 3 Campeonatos Nacionais, 1 Taça de Portugal e a já referida competição europeia. Parte em direcção a uma nova fase da sua vida, que o levaria a jogar na África do Sul e, já no regresso a Portugal, no Rio Ave. É aí, em Vila do Conde, que termina a sua carreira e que começa uma outra etapa que, sem grande expressão, o leva a cumprir as funções de treinador. Afasta-se do futebol pouco tempo depois, acabando por se tornar num dos funcionares desse município do Norte do país.
Terminado o castigo, entretanto reduzido para metade, Morais chega a um acordo com o Torreense. Estreia-se assim na primeira divisão em 1955/56, e nas 3 temporadas que passaria em Torres Vedras veria o seu estatuto de excelente jogador, cada vez mais cimentado. Ao fim das ditas épocas, o Sporting assegura o seu concurso e o extremo-esquerdo muda-se para Alvalade. Apesar de ser um jogador que estava sempre na primeira linha das convocatórias, houve temporadas que, pela concorrência a que estava sujeito, haveria de ser menos utilizado. Foi então que começou a experimentar as funções de lateral. A verdade é que o atleta nunca escondeu o desagrado por esta adaptação e conta-se que um dia, sabendo que iria ser utilizado na defesa, inventa uma desculpa para não jogar. Contudo, ironicamente, seria à custa deste lugar que Morais viveria o momento mais bonito da sua carreira e aquele que o imortalizou para a história, não só do Sporting, como do desporto nacional - "Eu não estava convocado. Mas no jogo antes dessa competição, o Hilário magoou-se. Eu estava no estádio e ouvi a convocação pelo altifalante, avisando-me para estar no dia seguinte no estádio que iria partir com a delegação". Foi deste modo, por infelicidade daquele que era o dono da posição, que Morais parte para a Bélgica. Joga a partida da Final no sector mais recuado da equipa e, na finalíssima de Antuérpia, devido a lesão do brasileiro Bé, acaba por regressar a posição que tanto gostava. Então, próximo do minuto 19, um canto é assinalado a favor dos "Verde e Branco". Morais agarra no esférico e… "na hora do golo, eu beijei a bola e falei com ela. Pedi para que ela entrasse. Graças a Deus deu certo e o Sporting foi campeão". Para a memória ficará para sempre o seu tento, marcado de canto directo e que daria a Taça dos Vencedores das Taças de 1964, aos "Leões". Depois vieram as homenagens, as recepções e a cantiga de Maria José Valério que o poria nas "bocas do mundo" com o seu "Cantinho do Morais".
Outro momento alto da sua vida de desportista, haveria de ser o Mundial de 1966. Em Inglaterra, deixando para trás congéneres como o Brasil ou a Rússia, Portugal chegaria ao 3º lugar. Mérito dos seus jogadores, sem dúvida... principalmente para uma selecção estreante. Mas para Morais, com muita mágoa sua, o torneio ficaria marcado por um outro lance - "A falta que fiz no Pelé foi igual a muitas outras. Foi um lance normal de jogo. Ele mesmo já disse isso, uma vez que fomos juntos a uma entrevista na BBC de Londres. Contra a Bulgária (no primeiro jogo da primeira fase), ele já tinha apanhado muito e já se tinha lesionado. Tanto, que não enfrentou a Hungria no jogo seguinte. Infelizmente, as pessoas sempre só se lembram desse lance".
Sensivelmente 3 anos após este episódio, sem que uma coisa tenha a ver com a outra, Morais deixa o Sporting. No seu currículo leva 3 Campeonatos Nacionais, 1 Taça de Portugal e a já referida competição europeia. Parte em direcção a uma nova fase da sua vida, que o levaria a jogar na África do Sul e, já no regresso a Portugal, no Rio Ave. É aí, em Vila do Conde, que termina a sua carreira e que começa uma outra etapa que, sem grande expressão, o leva a cumprir as funções de treinador. Afasta-se do futebol pouco tempo depois, acabando por se tornar num dos funcionares desse município do Norte do país.
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