521 - JOSÉ FREIXO

Poucos serão os atletas, e, cada vez mais, isso é evidente no mundo do futebol actual, cuja carreira possa ser ligada à identidade de um emblema. Por norma, e sem querer estar a tecer qualquer tipo de consideração ou delinear traços de personalidade, os que, no seu trajecto profissional, conseguem auferir desse estatuto, são tidos como gente de carácter vertical e apaixonado.
Claro está, muito para além de serem vistas como erradas, sei bem que as considerações com que comecei este "post", poderão ser tidas como uma opinião lírica e de algum fanatismo clubístico. É verdade!!! Contudo, e já tendo em conta a possível falta de isenção nesta minha apreciação, há coisas que, por mais que as queiramos contornar, enaltecer ou dar-lhes qualquer forma de disfarce, são por demais distintas. Ora, na vida de futebolista de José Freixo essa evidência revelar-se-ia na forma de abnegação.
Ainda nas camadas jovens, a entrega que mostrava dentro de campo destacavam-no dos demais. A palavra "Briosa" parecia ser feita à sua medida, e essa sua valentia era exemplo para aqueles que, com ele, partilhavam essa parcela de vida. Com essa força, ajudaria as suas equipas a vencer muitos desafios, e o título nacional, conquistado enquanto juvenil, haveria de ser o prémio maior para os primeiros passos da sua carreira.
Mas não foi só por aquilo que aqui já foi dito que José Freixo é, e será para sempre, um dos maiores nomes da história da Académica. Para quem não gosta deste tipo de romantismos, há também os indesmentíveis números. Esses, dão o antigo central como um dos jogadores qua mais vezes vestiu a camisola negra; esses, revelam-nos 9 temporadas (em dois períodos distintos) ao serviço da equipa de Coimbra.
Títulos? Talvez seja o único pejo (palavra forte demais?!) da sua carreira. No entanto, a falta de troféus não lhe retira o maior prémio que um futebolista pode ter. O dito reconhecimento chegaria com a sua nomeação para capitão de equipa. Contudo, há que fazer a distinção, pois não falo de alguém que apenas exibiu uma braçadeira. José freixo, e desmintam-me aqueles que com ele privaram, era um grande companheiro, um amigo... um verdadeiro líder!!!
A prova da estima que tantos nutrem por ele, é o facto de que, mesmo depois de ter representado outras equipas, o seu regresso a Coimbra seria, por adeptos e antigos companheiros, muito saudado. Esse interlúdio, levá-lo-ia a vestir as camisolas do Académico de Viseu (1978/79) e, durante as duas temporadas seguintes, a do Sporting de Espinho. Nessas passagens, a qualidade das suas prestações manter-se-iam, fazendo dele um dos mais utilizados dentro dos planteis que representava.
Já depois do regresso à "Cidade dos Estudantes", e de mais duas épocas ao serviço da Académica, o fim começa a desenovelar-se. Ainda veste as cores da Naval 1º Maio e, pela Figueira da Foz, põe um ponto final na sua vida de atleta profissional.

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