520 - GREGÓRIO FREIXO


Tendo sido o seu pai o fiel guardião do campo do Lusitano de Évora, fez com que Gregório Freixo, desde tenra idade, tivesse um contacto privilegiado com algumas das estrelas do clube. Contudo, o momento que iria mudar a sua vida, seria o convite do treinador Otto Bumbel, para que o seu progenitor se "transferisse" para a Académica. Já em Coimbra, esse convívio diário com os futebolistas, manteve-se. De tal ordem foi influente essa coabitação que, anos mais tarde, o jovem Gregório decide entrar para as camadas de formação da "Briosa". Aí revela-se um atleta habilidoso, que primava pela sua capacidade de trabalho e abnegação. As suas qualidades despertam nos responsáveis técnicos da Federação a vontade de o ter nos seus grupos de trabalho. Ainda a jogar como avançado, é então convocado para representar os escalões jovens portugueses.
Já a temporada de 1971/72 marca a sua subida à equipa principal dos "Estudantes". Com esta promoção e com o avançar dos anos, aquele que começou por ser um atacante revelar-se-ia um atleta verdadeiramente polivalente. No entanto, ao contrário de muitos, em que esta adaptação a várias posições no terreno de jogo é sinónimo de fracas exibições, para Gregório Freixo era mais um acréscimo ao seu real valor. Boas prestações no ataque, no meio campo ou na defesa valer-lhe-iam a preferência da maioria dos técnicos que passaram pela Académica.
Após 8 épocas a vestir de negro, em que a regularidade exibicional acabaria por ser o seu maior predicado, Gregório Freixo dá um novo rumo à sua carreira. A descida da sua equipa, em 1978/79, ao segundo escalão nacional, acaba por marcar o fim da ligação entre o atleta e o clube. O emblema que se segue é o Vitória de Guimarães e, tal como naquele que o antecede, o jogador haveria de se tornar num dos predilectos da massa associativa e adeptos.
A este facto não é indiferente a constatação de que os anos que passou na "Cidade Berço", seriam os melhores da sua vida como futebolista. Várias razões contribuiriam para tal, mas, dentro de tantas, há três que facilmente se destacam. A primeira é a participação nas competições europeias, onde, na Taça UEFA de 1983/84, é dele o único golo na eliminatória que oporia os vimaranenses à formação do Aston Villa. A segunda e, quiçá, a mais marcante, passa pelas chamadas à selecção nacional, com a qual participou em 4 partidas. Para o fim, deixo a "cereja no topo do bolo" e que, sem sombra de dúvida, é o verdadeiro reflexo daquilo que é como Homem e o consagrar daquilo que foi como jogador... falo da honra de usar a braçadeira de capitão.
Os derradeiros anos como profissional passá-los-ia, em duas temporadas, respectivamente, ao serviço do Marítimo e do Sp.Covilhã. Depois veio a carreira de treinador e o regresso a Coimbra. Aí, a sua capacidade de sacrifício, que sempre mostrou dentro de campo, faria com que, em simultâneo, orientasse várias equipas da Académica - "8 de Fevereiro de 98, a sua agenda é esta: às nove da manhã, está a orientar um jogo das "escolas"; duas horas depois, dirige o treino dos seniores; às três da tarde, está no "banco" de uma partida dos juniores; às nove e meia da noite, está novamente com a primeira equipa, agora a comandá-la durante um encontro para o campeonato."*

*Retirado de "Académica - História do Futebol", de João Santana e João Mesquita

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