Depois de crescer no Botafogo, William, a convite de um
antigo treinador seu, decide aventurar-se no lado de cá do Atlântico. Conhecedor
das capacidades do atleta, Paulo Autuori, que acabava de abraçar um outro
projecto, decide que o jovem central era o homem certo para liderar a defesa,
no seu novo clube.
É deste modo que, para a temporada de 1987/88, William deixa
o Brasil para, em Portugal, dar continuidade à sua carreira. No Nacional da
Madeira encontra um emblema que, apesar de se encontrar no segundo escalão,
tinha outras ambições. Esse sonho, alicerçado numa possível promoção, tornava o
desafio bastante aliciante.
A tão almejada subida de divisão, aconteceria logo na
temporada seguinte. Esse patamar alcançado, acabaria por trazer uma maior visibilidade
aos que vestiam o “alvi-negro” do emblema funchalense. Toda essa promoção faria
com que Paulo Autuori fosse convidado pelo Vitória de Guimarães, a assumir os
destinos do plantel sénior. Contrato assinado, e um dos atletas que seguiria o
treinador seria William.
A calma com que enfrentava os lances e o bom sentido
posicional, combinados com uma leitura ímpar de todo o jogo, fariam com que,
num espaço de um ano, outros horizontes se abrissem para o defesa.
Ora, quem andava atento a todas as suas habilidades, era o
Benfica. As boas exibições ao serviço dos da “Cidade Berço”, clube que acabaria
a temporada de 1989/90 num honroso 4º lugar, fariam com que da “Luz” chegasse
um convite para uma nova mudança.
Já em Lisboa, William passaria as 5 épocas seguintes.
Durante esse período, muito para além das experiências vividas – competições
europeias; “clássicos” arrebatadores; o convívio com grandes nomes do futebol –
o atleta começaria a acrescentar ao seu currículo mais alguns troféus. 2
Campeonatos (1990/91; 1993/94) e 1 Taça de Portugal (1992/93) são o saldo dessa
sua passagem pelos “Encarnados”.
Ainda enquanto jogador do Benfica, a vida de William, para
além dos números apresentados, era, igualmente, dada a “letras”. Não se
esgotando na prática desportiva, o antigo jogador, que no Brasil já havia
frequentado o curso de Fisioterapia, acabaria por abraçar os estudos, desta
feita Psicologia – “Há uma sequência na nossa vida que não se interrompe quando
deixamos de jogar. Não se trata de uma sequência social ou financeira (…), ao
que me refiro é à continuidade intelectual (…)”.*
Por esta altura, o fim da carreira de William ainda era um
cenário longínquo. E se isto era uma certeza, o que William não estaria à
espera, era que a entrada de Artur Jorge no Benfica, levasse a uma “purga” no
balneário da “Luz”.
Resultado desta renovação, o defesa acaba por prosseguir a
sua vida profissional no estrangeiro. Primeiro com uma curta passagem pelos
franceses do Bastia (1995/96) e, de seguida, em Espanha, ao serviço do
Compostela, William daria continuidade à sua carreira futebolística.
Seria depois de regressar da Galiza, que o jogador aceitaria
voltar a um dos seus antigos emblemas. No Minho, novamente no Vitória de
Guimarães, William acabaria por dar os derradeiros passos no sentido da
“reforma”, a qual aconteceria no final de 2001/02.
Ainda que afastado dos relvados, o antigo atleta vai
continuado ligado à modalidade. Tanto nas funções de técnico, ou no papel de
“olheiro”, William tem viajado um pouco pela Europa. Portugal, Espanha, França
e Luxemburgo fazem parte deste seu périplo, onde se destaca a sua passagem pelo
Olympique de Marseille, como elemento do departamento de prospecção.
*Retirado de “A Bola Magazine nº 79” , Dezembro 1993
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