Há “cromos “ e momentos no futebol que, sem que encontremos grande explicação, perduram e destacam a sua importância na nossa memória. O húngaro Disztl e o Mundial de 1986 assim funcionam comigo!!!
Apesar do torneio disputado no México ter sido, na minha “relação” com o antigo guarda-redes, um ponto de viragem, a carreira de Disztl, por essa altura, já se construía há largas temporadas. Mais precisamente nos anos 70, o jovem atleta era uma das promessas das escolas do Videoton. O dito estatuto, passados esses anos de formação, haveria de assegurar para si um lugar na equipa principal da cidade de Székesfehérvár. Após este primeiro passo, a maneira natural como foi impondo o seu jogo era a prova que as esperanças depositadas em si não tinham sido em vão. Nas selecções jovens, também Disztl ia mostrando qualidades. A convocatória para disputar o Mundial S-20 de 1979, dois anos após a sua subida aos séniores, também serviria de prova a essa sua evolução.
Curiosamente, e sendo o clube ao qual estava ligado um dos históricos do campeonato, troféus era coisa que rareava na sua carreira. No entanto, e no meio de tanta escassez, a época de 1984/85 haveria de trazer um enorme marco à sua vida como futebolista. Com presença na Taça UEFA, o Videoton haveria de galgar as diversas fases da competição. Tal era a força com que se iam apresentando na prova, que nem o Manchester United, adversário calhado em sorte para os quartos-de-final, conseguiria travar tamanho ímpeto. Chegados à derradeira etapa, onde Disztl jogaria ambas as partidas, o adversário acabaria por ser o possante Real Madrid. O Videoton acabaria por claudicar perante o poderio dos espanhóis. No entanto, e apesar do resultado desanimador da primeira mão (0-3), os húngaros não baixariam os braços e acabariam, em pleno Santiago Barnabéu, por impor uma derrota (0-1) aos “Merengues”.
Outro dos momentos marcantes que viveria como profissional acabaria por ser, como acima referido, o Mundial de 1986. Ele que, num particular frente à Noruega, tinha feito, em 1984, a sua estreia pela principal equipa nacional, via agora o seu nome incluído na chamada para o certame mexicano.
Engraçado haveria também de ser o seu regresso às lides clubistas. Depois de mais de uma década a defender as redes do Videoton, Disztl acabaria, findo o Campeonato do Mundo, por trocar de emblema. Mudar-se-ia para o Honvéd e, logo nos dos dois primeiros anos, contribuiria para a conquista do “bi-campeonato”.
Seria já em 1990, aquando da sua passagem para os 30 anos, que Disztl teria a sua primeira experiência no estrangeiro. Apesar das “brechas” na cortina de ferro, o guardião magiar não iria para muito longe e o Campeonato da Alemanha de Leste seria o seu destino.
Já depois de representar o Rot-Weiß Erfurt e o Leipzig, e de, ainda, contar com uma passagem pelos malaios do Selangor, Disztl volta ao seu país natal. Essa última fase da sua carreira, acabaria por caracterizar-se pela constante mudança de emblema.
Após o seu afastamento dos relvados, a sua ligação com a modalidade tem tido alguma continuidade. Destaque para a sua aparição como adjunto de Paulo Sousa, naquele que seria o clube mais representativo da sua vida futebolística, o Videoton.
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