Com uma carreira profissional iniciada ao serviço do Partizan de Belgrado, e uma estatura física (quase 2 metros) que em tudo parecia ajudar, os primeiros anos de Ivica Kralj haveriam de ser bastante promissores.
Ora, é já em meados dos anos 90, no referido emblema sérvio (por essa altura ainda jugoslavo), que o guardião começa a destacar-se. As suas boas exibições, que ajudavam o grupo na conquista de importantes títulos, levá-lo-iam, em Dezembro de 1996, à primeira chamada à selecção do seu país.
É já depois de ter o seu currículo colorido com 2 Campeonatos e uma Taça da Jugoslávia, que Kralj chega ao Mundial de 1998. Titular no decorrer da campanha de apuramento, ao guarda-redes, durante a fase final, continuariam a ser entregues os cuidados da baliza jugoslava. Com detalhes de fino recorte, o jogador destaca-se dos demais. O avançar do torneio faz com que, cada vez mais, acumule boas partidas. Kralj começa a ser bastante cobiçado e, já com uma boa reputação, acaba por encontrar um novo destino.
Quem não resiste à ideia de o contratar seria o FC Porto. O clube, depois de uma série de experiências não tão bem conseguidas, e ainda à procura de alguém capaz de suprimir a saída de Vítor Baía, chega a um acordo com o guarda-redes.
Seguida à passagem pelo certame disputado em França, Kralj é apresentado no Estádio das Antas. Após uma pré-temporada que a poucos convenceria, o jogador, na defesa das redes, continua a ser o escolhido para o “onze” inicial. A opção de Fernando Santos em manter Kralj como titular, até começa por ser, minimamente, acertada. O FC Porto, numa disputa frente ao Sp. Braga, vence a Supertaça Cândido de Oliveira. O guardião, com a alegria estampada no rosto, é então fotografado ao lado de Jorge Nuno Pinto da Costa, ostentando o troféu recém-conseguido.
Contudo, os sorrisos, tanto da parte do atleta, quanto do lado dos responsáveis pela sua contratação, depressa se esvaneceriam. Acumulando exibições, no mínimo, tenebrosas, Kralj rapidamente passou a ser o alvo da ira dos adeptos. Apesar de ter uma altura bastante considerável, as suas saídas a bolas altas, muito mais do que descabidas, chegavam a ser burlescas. Numa partida frente ao Alverca, a tentativa de interceptar um cruzamento, ainda que sem qualquer adversário por perto, acaba com a bola na sua baliza. Pior ainda seriam os “frangos” frente ao Olympiakos. Concedidos nos derradeiros momentos do jogo, esses dois golos transformariam um placard de 2-0, num 2-2 final. O empate caseiro acabaria por ter forte repercussão nessa edição da Liga dos Campeões e transformar-se-iam numa das causas para o afastamento dos “Dragões”.
Após a saída do FC Porto a carreira de Ivica Kralj continuaria numa espiral descendente. Já depois de um curto empréstimo ao Radnicki Kragujevac, eis que, surpreendentemente, surge o interesse do PSV Eindhoven. No campeonato holandês, o jogador continuaria a rubricar um trabalho medíocre e, na linha das escolhas, acabaria por nunca conseguir ultrapassar os seus colegas de equipa.
Curioso, ainda assim, seria a sua chamada para disputar o Euro 2000. Sem quase jogar pelo seu clube, o nome do atleta faria parte dos escolhidos para disputar o torneio. Mais espantosa ainda, seria a titularidade que haveria de granjear durante a competição. Para ser honesto, não consigo recordar nenhum momento especial, a não ser aquele que o poria no caminho de mais um “belo” registo. O episódio ocorreria na disputa dos quartos-de-final. Kralj, nessa partida frente à selecção da Holanda, haveria de sofrer 6 golos. A inolvidável inscrição, é, ainda hoje, o recorde de golos concedidos num só jogo, numa fase final de um Europeu!!!
No que restou da sua carreira, o regresso ao Partizan ainda mostrou um Kralj, agora sem qualquer ironia, na sua antiga boa forma. As boas temporadas que, entre 2003 e 2007, averbaria ao serviço do clube, valer-lhe-iam, findo o contrato, um lugar na ascendente Liga Russa. No entanto, do tempo ao serviço do FK Rostov e da sua passagem, por onde terminaria a carreira, pelos eslovenos do Spartak Trnava, nada que mereça distinção. De destaque só a entrevista na qual, algures numa realidade paralela, explicaria a grande razão do seu insucesso em Portugal – “Num jogo contra o Sporting choquei violentamente contra o Aloísio (…). Fiquei com um problema na vista durante meses”*.
Ora, é já em meados dos anos 90, no referido emblema sérvio (por essa altura ainda jugoslavo), que o guardião começa a destacar-se. As suas boas exibições, que ajudavam o grupo na conquista de importantes títulos, levá-lo-iam, em Dezembro de 1996, à primeira chamada à selecção do seu país.
É já depois de ter o seu currículo colorido com 2 Campeonatos e uma Taça da Jugoslávia, que Kralj chega ao Mundial de 1998. Titular no decorrer da campanha de apuramento, ao guarda-redes, durante a fase final, continuariam a ser entregues os cuidados da baliza jugoslava. Com detalhes de fino recorte, o jogador destaca-se dos demais. O avançar do torneio faz com que, cada vez mais, acumule boas partidas. Kralj começa a ser bastante cobiçado e, já com uma boa reputação, acaba por encontrar um novo destino.
Quem não resiste à ideia de o contratar seria o FC Porto. O clube, depois de uma série de experiências não tão bem conseguidas, e ainda à procura de alguém capaz de suprimir a saída de Vítor Baía, chega a um acordo com o guarda-redes.
Seguida à passagem pelo certame disputado em França, Kralj é apresentado no Estádio das Antas. Após uma pré-temporada que a poucos convenceria, o jogador, na defesa das redes, continua a ser o escolhido para o “onze” inicial. A opção de Fernando Santos em manter Kralj como titular, até começa por ser, minimamente, acertada. O FC Porto, numa disputa frente ao Sp. Braga, vence a Supertaça Cândido de Oliveira. O guardião, com a alegria estampada no rosto, é então fotografado ao lado de Jorge Nuno Pinto da Costa, ostentando o troféu recém-conseguido.
Contudo, os sorrisos, tanto da parte do atleta, quanto do lado dos responsáveis pela sua contratação, depressa se esvaneceriam. Acumulando exibições, no mínimo, tenebrosas, Kralj rapidamente passou a ser o alvo da ira dos adeptos. Apesar de ter uma altura bastante considerável, as suas saídas a bolas altas, muito mais do que descabidas, chegavam a ser burlescas. Numa partida frente ao Alverca, a tentativa de interceptar um cruzamento, ainda que sem qualquer adversário por perto, acaba com a bola na sua baliza. Pior ainda seriam os “frangos” frente ao Olympiakos. Concedidos nos derradeiros momentos do jogo, esses dois golos transformariam um placard de 2-0, num 2-2 final. O empate caseiro acabaria por ter forte repercussão nessa edição da Liga dos Campeões e transformar-se-iam numa das causas para o afastamento dos “Dragões”.
Após a saída do FC Porto a carreira de Ivica Kralj continuaria numa espiral descendente. Já depois de um curto empréstimo ao Radnicki Kragujevac, eis que, surpreendentemente, surge o interesse do PSV Eindhoven. No campeonato holandês, o jogador continuaria a rubricar um trabalho medíocre e, na linha das escolhas, acabaria por nunca conseguir ultrapassar os seus colegas de equipa.
Curioso, ainda assim, seria a sua chamada para disputar o Euro 2000. Sem quase jogar pelo seu clube, o nome do atleta faria parte dos escolhidos para disputar o torneio. Mais espantosa ainda, seria a titularidade que haveria de granjear durante a competição. Para ser honesto, não consigo recordar nenhum momento especial, a não ser aquele que o poria no caminho de mais um “belo” registo. O episódio ocorreria na disputa dos quartos-de-final. Kralj, nessa partida frente à selecção da Holanda, haveria de sofrer 6 golos. A inolvidável inscrição, é, ainda hoje, o recorde de golos concedidos num só jogo, numa fase final de um Europeu!!!
No que restou da sua carreira, o regresso ao Partizan ainda mostrou um Kralj, agora sem qualquer ironia, na sua antiga boa forma. As boas temporadas que, entre 2003 e 2007, averbaria ao serviço do clube, valer-lhe-iam, findo o contrato, um lugar na ascendente Liga Russa. No entanto, do tempo ao serviço do FK Rostov e da sua passagem, por onde terminaria a carreira, pelos eslovenos do Spartak Trnava, nada que mereça distinção. De destaque só a entrevista na qual, algures numa realidade paralela, explicaria a grande razão do seu insucesso em Portugal – “Num jogo contra o Sporting choquei violentamente contra o Aloísio (…). Fiquei com um problema na vista durante meses”*.
*retirado do artigo de Pedro Jorge da Cunha, em www.maisfutebol.iol.pt, a 19/03/2014
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