727 - CALDAS SC


O Team Misto Caldense juntava-se para disputa de jogos com equipas de outras cidades. Os atletas que formavam este grupo terão, posteriormente, decidido rebaptizar o conjunto, que passaria a exibir o nome de Caldas Sport Clube. Já a fundação do grupo original, ainda que com alguma controvérsia, tem o consenso do ano de 1916. Para a data em si, o assentimento já não é tão grande, sendo que a que consta no “site” oficial do clube é a de 15 de Maio.
Tendo sido um dos membros fundadores da Associação de Futebol de Leiria (20 de Maio de 1929), foi com alguma naturalidade que, em termos do distrito, o clube começou por tomar a dianteira. O sucesso do conjunto, bem patente já nos anos 30, levaria os das Caldas da Rainha a vencer 4 “regionais” (1930/31; 1932/33; 1933/34; 1935/36). Já no panorama nacional, o “assalto” aos Campeonatos começaria no início da década de 50. Este crescimento, exponencial, reflectir-se-ia em periódicas subidas e levaria o Caldas, na temporada de 1955/56, a atingir a 1ª divisão.
O desenvolvimento do clube também deve, e em muito, à passagem de excelentes treinadores. Mariano Amaro, antigo internacional e craque do Belenenses, acabaria por ser o grande responsável pela ascensão do Caldas ao escalão máximo do futebol português. Tendo orientado a equipa durante a época de 1954/55, o antigo médio levaria os seus pupilos à disputa da “liguilha”. Com o Boavista como adversário, as “duas mãos” seriam insuficientes para determinar quem, na temporada seguinte, jogaria a 1ª divisão. A terceira partida, disputada no Estádio Municipal de Coimbra, acabaria com as dúvidas e, com o resultado de 4-1, a promoção do Caldas ficava assegurada.
Pelo Campo da Mata, alojamento que sucederia a recintos como o do Bairro da Ponte ou o do Borlão, outros nomes passariam pelo comando técnico do clube. Já no patamar maior do nosso futebol, Jóseph Szabó e Fernando Vaz abrilhantariam o percurso primodivisionário do Caldas Sport Clube. Esse trajecto, que duraria 4 temporadas consecutivas, acabaria por ser abalado por alguns episódios caricatos. Num deles, num jogo a contar para a Taça de Portugal de 1955/56, dá-se a expulsão do atacante Bispo. O curioso desta situação é que a indicação para o atleta sair de campo não seria dada, como mandam as regras, pelo árbitro do jogo. A ordem surgiria de Leandro, o “capitão” do Caldas, que constatando a falta de empenho do colega, indica ao mesmo o caminho dos balneários.
Na temporada de 1958/59 o Caldas não iria além de um 13º lugar. A inevitável despromoção conduziria o emblema caldense a uma fase mais negativa e que, até aos anos 70, o levaria a disputar, em grande parte das épocas, os “distritais”. Num passado mais recente, o Caldas também passaria por uma fase muito atribulada. Alguns anos após a viragem do milénio, e resultado de graves problemas económicos, a sua extinção esteve em cima da mesa. Felizmente para este histórico do desporto nacional, foi possível atingir a estabilidade e, neste que é o ano do seu centenário, o clube tem saldadas as suas dívidas e encontra-se a disputar o Campeonato de Portugal (3º escalão).

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