Depois de um período de formação onde passaria por diversos emblemas, é o regresso ao Famalicão que, em 1997/98, marca o começo da sua caminhada como sénior. Ainda a actuar na 2ª divisão “b”, as boas exibições do defesa levariam a que o Sporting de Braga apostasse na sua contratação. Ainda assim, e mesmo sendo tido como um bom investimento, Ricardo Rocha, ao invés de ser colocado no plantel principal, acabaria a trabalhar com os “bb” bracarenses.
Após a época de estreia na “Cidade dos Arcebispos”, e de uma segunda em que, na primeira equipa, começaria a aparecer com relativa frequência, é a temporada de 2001/02 que, em definitivo, o põe nas “bocas” do futebol nacional. Extremamente seguro na hora de defender, Ricardo Rocha mostrava qualidades que, ao contrário de muitos dos seus colegas de posição, também faziam com que a bola, sempre que na sua posse, fosse o mais “bem tratada” possível. Esses predicados, que haveriam de pô-lo na primeira linha de escolhas do Sporting de Braga, acabariam por ser os mesmos que atrairiam os responsáveis do Benfica. Sendo os “Encarnados”, como o próprio haveria confessar, o “clube do seu coração”, a mudança para a “Luz” como que tomaria contornos de inevitabilidade. A estreia acabaria por acontecer no Verão de 2002 e, desde logo, o central afirmar-se-ia como um dos principais elementos da equipa.
Incontornavelmente, terei de referir os títulos como os pontos mais altos da sua passagem pelo Benfica. Também é certo que houve outros momentos bem marcantes. Ora, sendo Ricardo Rocha um atleta que, pelas suas aptidões técnicas, podia ocupar diversas posições na defesa, um desses episódios acabaria por estar relacionado com uma adaptação – “Embora o ‘mister’ alternasse entre mim e o Anderson a central, com a lesão do Nélson, faltavam opções naquela posição e, embora com dúvidas, Koeman chamou-me ao gabinete e disse que ia apostar em mim a lateral-direito no jogo antes da Champions, para a Liga, precisamente com o Braga. Como a experiência correu bem, tive a oportunidade de defrontar o melhor jogador do mundo na altura, Ronaldinho Gaúcho. Lembro-me perfeitamente na altura de tanto adeptos, como comentadores dizerem que era um erro eu jogar, que ao fim de 10 minutos seria expulso. A verdade é que fiz um grande jogo, sem cartões e sem uma única falta feita”*.
Resultado dos troféus ganhos, presença na Liga dos Campeões e das chamadas à selecção nacional, Ricardo Rocha vê a sua cotação a aumentar. Nesse sentido, o assédio por parte de outros emblemas começa também a sentir-se. É já com 1 Taça de Portugal (2003/04), 1 Campeonato (2004/05) e 1 Supertaça (2005/06) que, a meio da temporada de 2006/07, o jogador deixa Lisboa para viajar até Londres. Ao serviço do Tottenham, muito por culpa das lesões, Ricardo Rocha vê-se posto de parte. Apesar das propostas de outros emblemas, inclusive de Portugal, os responsáveis do clube londrino teimariam em não deixar sair o atleta. Praticamente sem jogar durante os 2 anos e meio de vínculo, só mesmo no final do contrato é que o defesa conseguiria ir em busco de um novo rumo.
A solução apareceria vinda da Bélgica. Com László Bölöni aos comandos do Standard de Liège, a ida de Ricardo Rocha para aquele país tornar-se-ia fácil. Com o clube a atravessar uma boa fase, como comprova a presença na “Champions”, o atleta conseguiria projectar-se de tal modo que, após meio ano afastado de Inglaterra, volta a receber nova proposta de “Terras de Sua Majestade”. Desta feita, o convite apareceria do Portsmouth.
Mesmo estando à beira de uma crise financeira, ainda assim, o emblema do Sul do país, nessa temporada de 2009/10, conseguiria o feito de atingir a final da Taça de Inglaterra. Nessa caminhada, destaque para o embate nas meias-finais com o Tottenham, o antigo clube de Ricardo Rocha – “Graças a Deus, ganhámos o jogo por 2-0 e eu fui considerado o melhor jogador em campo, o que me deu uma satisfação do outro mundo!”*.
Com a queda do Portsmouth nos escalões secundários, também a carreira de Ricardo Rocha começou a entrar na fase descendente. Já depois de ter sido distinguido pelo clube com o prémio de Jogador do Ano, o atleta acabaria por deixar o Fratton Park no final desse 2011/12. Entretanto, sem conseguir arranjar novo clube, o jogador começaria a treinar à experiência noutros emblemas. Ipswich Town e Leeds United acabariam por ser testes falhados. Nisto dá-se o regresso ao Portsmouth e, com o terminar da temporada de 2012/13, o ponto final na sua vida como futebolista.
*retirado da entrevista em “grandecirculo.net”, a 24 de Outubro de 2014
Após a época de estreia na “Cidade dos Arcebispos”, e de uma segunda em que, na primeira equipa, começaria a aparecer com relativa frequência, é a temporada de 2001/02 que, em definitivo, o põe nas “bocas” do futebol nacional. Extremamente seguro na hora de defender, Ricardo Rocha mostrava qualidades que, ao contrário de muitos dos seus colegas de posição, também faziam com que a bola, sempre que na sua posse, fosse o mais “bem tratada” possível. Esses predicados, que haveriam de pô-lo na primeira linha de escolhas do Sporting de Braga, acabariam por ser os mesmos que atrairiam os responsáveis do Benfica. Sendo os “Encarnados”, como o próprio haveria confessar, o “clube do seu coração”, a mudança para a “Luz” como que tomaria contornos de inevitabilidade. A estreia acabaria por acontecer no Verão de 2002 e, desde logo, o central afirmar-se-ia como um dos principais elementos da equipa.
Incontornavelmente, terei de referir os títulos como os pontos mais altos da sua passagem pelo Benfica. Também é certo que houve outros momentos bem marcantes. Ora, sendo Ricardo Rocha um atleta que, pelas suas aptidões técnicas, podia ocupar diversas posições na defesa, um desses episódios acabaria por estar relacionado com uma adaptação – “Embora o ‘mister’ alternasse entre mim e o Anderson a central, com a lesão do Nélson, faltavam opções naquela posição e, embora com dúvidas, Koeman chamou-me ao gabinete e disse que ia apostar em mim a lateral-direito no jogo antes da Champions, para a Liga, precisamente com o Braga. Como a experiência correu bem, tive a oportunidade de defrontar o melhor jogador do mundo na altura, Ronaldinho Gaúcho. Lembro-me perfeitamente na altura de tanto adeptos, como comentadores dizerem que era um erro eu jogar, que ao fim de 10 minutos seria expulso. A verdade é que fiz um grande jogo, sem cartões e sem uma única falta feita”*.
Resultado dos troféus ganhos, presença na Liga dos Campeões e das chamadas à selecção nacional, Ricardo Rocha vê a sua cotação a aumentar. Nesse sentido, o assédio por parte de outros emblemas começa também a sentir-se. É já com 1 Taça de Portugal (2003/04), 1 Campeonato (2004/05) e 1 Supertaça (2005/06) que, a meio da temporada de 2006/07, o jogador deixa Lisboa para viajar até Londres. Ao serviço do Tottenham, muito por culpa das lesões, Ricardo Rocha vê-se posto de parte. Apesar das propostas de outros emblemas, inclusive de Portugal, os responsáveis do clube londrino teimariam em não deixar sair o atleta. Praticamente sem jogar durante os 2 anos e meio de vínculo, só mesmo no final do contrato é que o defesa conseguiria ir em busco de um novo rumo.
A solução apareceria vinda da Bélgica. Com László Bölöni aos comandos do Standard de Liège, a ida de Ricardo Rocha para aquele país tornar-se-ia fácil. Com o clube a atravessar uma boa fase, como comprova a presença na “Champions”, o atleta conseguiria projectar-se de tal modo que, após meio ano afastado de Inglaterra, volta a receber nova proposta de “Terras de Sua Majestade”. Desta feita, o convite apareceria do Portsmouth.
Mesmo estando à beira de uma crise financeira, ainda assim, o emblema do Sul do país, nessa temporada de 2009/10, conseguiria o feito de atingir a final da Taça de Inglaterra. Nessa caminhada, destaque para o embate nas meias-finais com o Tottenham, o antigo clube de Ricardo Rocha – “Graças a Deus, ganhámos o jogo por 2-0 e eu fui considerado o melhor jogador em campo, o que me deu uma satisfação do outro mundo!”*.
Com a queda do Portsmouth nos escalões secundários, também a carreira de Ricardo Rocha começou a entrar na fase descendente. Já depois de ter sido distinguido pelo clube com o prémio de Jogador do Ano, o atleta acabaria por deixar o Fratton Park no final desse 2011/12. Entretanto, sem conseguir arranjar novo clube, o jogador começaria a treinar à experiência noutros emblemas. Ipswich Town e Leeds United acabariam por ser testes falhados. Nisto dá-se o regresso ao Portsmouth e, com o terminar da temporada de 2012/13, o ponto final na sua vida como futebolista.
*retirado da entrevista em “grandecirculo.net”, a 24 de Outubro de 2014
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