763 - PAULO SOUSA

Ao terminar a sua formação no Canidelo, é na temporada de 1985/86 que Paulo Sousa é promovido aos seniores. Com a colectividade de Vila Nova de Gaia a jogar apenas nos “regionais”, o defesa, ainda assim, consegue despertar a atenção de um dos históricos do desporto nacional. A sua transferência para o Leixões, com o emblema a disputar a 2ª divisão, aconteceria na época seguinte. Já em Matosinhos, o atleta ajuda o clube na caminhada de regresso aos “grandes palcos”, conseguindo, com isso, a sua estreia no patamar máximo do nosso futebol.
No entanto, a temporada de 1988/89 não correria de feição ao lateral-direito. Colectivamente, o Leixões ficaria aquém dos seus objectivos e não conseguiria evitar a despromoção. Também no plano individual, tapado por outros colegas, Paulo Sousa não mereceria grande destaque. O atleta poucas vezes seria chamado a jogo e, contando apenas as rondas do Campeonato Nacional, não ultrapassaria a dezena de partidas.
Mesmo tendo em conta esse pequeno desaire, as suas qualidades continuavam a encantar. Já depois de uma curta passagem pelo Maia, o regresso à 1ª divisão dar-se-ia no começo da temporada de 1990/91. Com as cores do Boavista, e apesar de um começo discreto, Paulo Sousa acabaria por transformar-se num dos ícones do futebol português da década de 90. Não sendo um atleta exuberante, o defesa era conhecido pela segurança defensiva. Lutador e dono de uma resistência memorável, a solidez que oferecia ao sector mais recuado fariam dele um elemento muito importante.
Tanto com Manuel José, como com Jaime Pacheco, o lateral acabaria por ser um dos nomes indispensáveis no “onze” da “Pantera”. Essa constância exibicional mantê-lo-ia no Estádio do Bessa durante uma década. No decorrer desse período, o defesa daria um enorme contributo na ascensão do clube ao topo do futebol português. Tendo disputado 5 finais pelo Boavista, Paulo Sousa acabaria por ajudar a vencer 2 Taças de Portugal (1991/92; 1996/97) e 2 Supertaças (1992/93; 1997/98). Titular em todas essas vitórias, as duas últimas acabariam por ter um “gosto especial”. Envergando a braçadeira de “capitão”, seria dele a honra de erguer ambos os troféus.
Apesar de não contar com muitas convocatórias, Paulo Sousa também vestiria a “camisola das quinas”. Sendo chamado por Carlos Queiroz, o jogador acabaria por participar em 3 particulares. Holanda, Estados Unidos e República da Irlanda seriam as congéneres que, em 1992, desenhariam o seu trajecto na selecção portuguesa. Todavia, estas não seriam as únicas partidas internacionais na sua carreira. Também pelo Boavista, o seu percurso é bastante interessante. Tendo participado em várias campanhas, houve duas passagens pelas competições europeias que merecem ser relembradas. A primeira foi a edição de 1993/94 da Taça UEFA, onde o clube eliminaria a Lazio e atingiria os quartos-de-final. Por fim, há que fazer referência à estreia do emblema portuense na Liga dos Campeões. É verdade que os “Axadrezados” ficariam em último lugar no seu grupo. Ainda assim, não poderemos esquecer que o arranque do Boavista ficaria marcado por uma vitória frente ao Borussia Dortmund.
A época de 1999/00, a tal da estreia na “Champions”, marcaria uma fase de viragem na sua carreira. Começando a perder algum espaço na equipa boavisteira, Paulo Sousa decide mudar de rumo. É então que, no final da referida temporada, deixa o Bessa e opta por continuar o percurso profissional nas divisões inferiores. Prolongando a sua carreira para além dos 40 anos de idade, Paulo Sousa ainda representaria União de Lamas, Felgueiras, FC Avintes e S.Pedro da Cova.

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