771 - STEVIE CHALMERS

Filho de David Chalmers, um antigo futebolista do Clydebank, Stevie começaria a sua carreira por modestas colectividades juvenis. Já com 23 anos e a jogar no Ashfield, decide tentar a sorte naquele que era o clube do seu coração. Ao contrário do que tinha acontecido com o seu pai, os testes feitos com a equipa do Celtic correriam de feição e o jovem avançado seria aceite no emblema de Glasgow.
Antes da chegada do técnico Jock Stein ao clube, Stevie Chalmers, que era ponta-de-lança, haveria de ser testado noutras posições. Com o Celtic a atravessar momentos conturbados, a condução da equipa era, igualmente, dada a algumas confusões. Ora, seria num desses episódios que o jogador seria adaptado a extremo esquerdo. Como era de esperar, a experiência seria desastrosa e o atleta acabaria por ser o alvo da ira dos adeptos. Ainda assim e tendo, no meio de tanta desorganização, servido como bode-expiatório, o atacante seria incapaz de uma atitude menos educada. Aliás, o avançado ficaria conhecido pela sua índole aprazível, bem-formada e generosa, servindo, ao longo da sua carreira, como o exemplo a seguir.
Com o passar dos anos, as críticas a Stevie Chalmers tornar-se-iam unanimemente positivas. O consenso que conseguiria reunir à sua volta dever-se-ia, maioritariamente, à sua afinada pontaria. Nesse campo, e nas 13 temporadas em que representaria os “The Bhoys”, o avançado acabaria por tornar-se num dos atletas com mais remates certeiros feitos pelo Celtic. Os seus 231 tentos deixá-lo-iam, por altura da sua despedida, como o 2º melhor marcador da história do clube. Todavia, e no cômputo dos golos por si concretizados, houve um que ficaria na memória de todos. No Estádio Nacional do Jamor, na final da Taça dos Campeões Europeus de 1966/67, o 1-1 entre a equipa escocesa e o Inter de Milão parecia querer levar o encontro para prolongamento. É então que, à entrada da pequena-área, Chalmers desvia um pontapé de Bobby Murdoch. O esférico acabaria dentro da baliza italiana e esse 2-1, conseguido nos momentos finais do encontro, faria com que o Celtic vencesse o troféu.
Numa carreira recheada de sucessos, foram muitos os momentos inesquecíveis. A 3 de Janeiro de 1966, o avançado haveria de fazer um “hat-trick” no “derby” de Glasgow. Desde então, mais nenhum atleta do Celtic repetiria tal feito, fazendo de Chalmers o 3º e último a consegui-lo. Ainda nesse mesmo ano, desta feita com a camisola do seu país, o jogador é escalonado para defrontar o Brasil. Estando os “Canarinhos” a preparar o Mundial de Inglaterra, o “amigável” com a selecção da Escócia previa-se um bom teste. No entanto, a resposta dada pela equipa anfitriã, que no primeiro minuto faz mexer o “placard”, surpreenderia toda a gente. O “Escrete” ainda empataria o encontro, mas o golo de Stevie Chalmers mereceria inúmeros louvores e, no final da partida, valer-lhe-ia a troca de camisolas com Pelé.
Após ter vencido 6 Ligas, 4 Taças da Escócia, 5 Taças da Liga e a já referida Taça dos Campeões Europeus, o avançado acabaria por deixar o Celtic. A perna partida no decorrer da temporada de 1969/70, faria com o atleta começasse a perder algum espaço. É então que, para a época de 1971/72, aceita o convite do Morton e assume o cargo de treinador-jogador. Antes de regressar a Parkhead, desta feita como técnico das camadas jovens, o atacante haveria de ter uma passagem pelo Patrick Thistle, onde terminaria a sua carreira como futebolista.

Sem comentários: