832 - TORREENSE

A 1 de Maio de 1917, num tempo em que o desporto estava em franca expansão em Portugal, nascee na zona Oeste uma colectividade que, durante anos a fio, iria dinamizar a prática das mais diversas modalidades. Futebol, basquetebol, atletismo ou ciclismo seriam algumas das bandeiras do, à altura, baptizado como Sport União Torreense.
Claro está que, sendo a adesão repartida por todas as modalidades, houve uma que, pela popularidade atingida durante esses anos, conseguiria chamar a atenção de mais pessoas. O “jogo da bola” rapidamente obteria uma serie de fiéis seguidores. Curiosamente, a inscrição do emblema “saloio” na Associação de Futebol de Lisboa não seria permitida. Sem a devida autorização e com o intuito de competir, os responsáveis do clube optariam por outra solução e o Torreense passaria a disputar as provas da Associação de Futebol de Leiria.
Só muitos anos após a sua fundação é que o ingresso do clube na AF Lisboa voltaria a ser equacionado. Com 7 títulos de campeão nos “regionais” leirienses, conseguidos durante as décadas de 30 e 40, a cotação do Torreense cresceria bastante. O respeito que a colectividade havia alcançado, alicerçado nas referidas conquistas, faria com que os responsáveis pelo organismo “alfacinha” avaliassem e acabassem por anuir a um novo pedido de filiação. Como é compreensível, a popularidade do clube também não parava de aumentar. As boas campanhas conseguidas nos Campeonatos Nacionais muito ajudariam a isso e acabariam por lançar o emblema na senda da divisão maior do nosso futebol.
O desfecho desse crescimento aconteceria no final de 1954/55. Já depois de na derradeira jornada dessa campanha, o clube ter conseguido assegurar a promoção, o início da época seguinte marcaria a estreia da cidade de Torres Vedras na 1ª divisão. Orientados por Oscar Tellechea e com Morais, Joaquim Fernandes ou os argentinos Forneri e Belen a ajudarem à construção de um plantel de boa qualidade, 1955/56 tornar-se-ia na melhor temporada da história do Torreense. Muito para além da 7ª posição alcançada na tabela classificativa do Campeonato Nacional, recorde repetido um ano depois, seria a participação na Taça de Portugal que levaria o conjunto às primeiras páginas dos jornais. Depois de uma caminhada irrepreensível, durante a qual eliminaria os “colossos” Sporting e Belenenses, a qualificação para a final, levá-lo-ia a defrontar o FC Porto. No Jamor, mesmo com o devido louvor pela presença, o jogo não correria de feição para o grupo “saloio” e, com 2 golos de Hernâni, os “Dragões” levariam o troféu para a cidade “Invicta”.
Para além das 4 primeiras temporadas no escalão máximo do nosso futebol, todas elas seguidas, o Estádio Manuel Marques ainda assistiria a mais algumas campanhas na 1ª divisão. O recinto do Torreense, inaugurado em 1925, seria o palco de mais embates primodivisionários nas épocas de 1964/65 e 1991/92. Como é fácil de adivinhar, essas últimas duas participações não correriam de feição e, em ambos os casos, o clube não conseguiria escapar à despromoção.
Hoje em dia (2017/18), dando seguimento a uma história maioritariamente feita nos “nacionais”, o Sport Clube União Torreense disputa o Campeonato de Portugal (3º escalão). Tendo dado passos importantes no sentido de resolver a grave crise financeira em que esteve mergulhado, o responsáveis pelo clube têm agora como principal objectivo aproximar cada vez mais a colectividade das pessoas, da cidade e da região.

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