Apesar do apelido “Coveiro”, Amaral nunca abriu qualquer sepultura – “Eu trabalhava numa funerária, mas não fazia covas. Eu enfeitava e maquiava os defuntos, que já estavam com a cara triste e eu fazia na cara deles uma risada no caixão”*. Já a sua passagem pelo futebol, ao contrário da alcunha pouco rigorosa, seria feita de algo completamente diferente. Abnegado em todos os momentos do seu percurso, a carreira do médio acabaria por caracterizar-se, para além da longevidade, por uma assertividade exemplar.
Tendo começado nas “escolas” do Palmeiras, Amaral largaria o já referido emprego para profissionalizar-se no desporto. No Palestra Italia, as suas exibições cedo começariam a merecer os mais rasgados elogios. Também colectivamente tudo corria de feição e os sucessos do clube acabariam por entrega-los a outros voos. Já após ter vencido alguns títulos nacionais e estaduais, merece a primeira chamada à selecção “canarinha”. Em seguida, e com o palmarés colorido pela Medalha de Bronze nas Olimpíadas de Atlanta, por 2 “brasileirões” e 3 Campeonatos de São Paulo é da Europa que surge novo desafio. A oportunidade de participar num das melhores ligas do mundo, chegaria com o convite do Parma. Todavia, no “Calcio” as coisas não correriam da melhor maneira e, num plantel que tinha como estrelas Thuram, Buffon, Cannavaro, Brolin ou Sensini, o “trinco” brasileiro poucas vezes apareceria em campo.
Surge então o empréstimo ao Benfica. Poucos meses após a sua chegada a Itália, Amaral transfere-se para as “Águias”. Num clube marcado pela instabilidade, o médio surge como um oásis de força e de vontade. Os fãs reconheceriam o seu esforço e entrega e, finda a época de 1996/97, desponta o movimento “Fica Amaral”. Com os cofres da “Luz” muito debilitados, estando os “Encarnados” longe de conseguir o exigido pelo emblema italiano, é dos adeptos que surgiria o esforço para que a contratação do médio fosse uma realidade. Contudo, a benquerença e o dinheiro angariado pela campanha seriam insuficiente para manter o médio em Lisboa. Ainda assim, as saudades do jogador levariam a que novo esforço fosse feito. Depois de, também por empréstimo, ter regressado ao Palmeiras, o “passe” de Amaral é finalmente adquirido pelo Benfica. Com a aquisição a acontecer na segunda metade de 1997/98, o médio volta a apresentar-se na “Luz”. No entanto, a presença de Graeme Souness ao comando técnico das “Águias”, levaria o jogador a enfrentar uma realidade bem diferente da encarada durante a sua primeira passagem. Pouco conseguiria jogar e acabaria por voltar ao Brasil.
Corinthians e Vasco da Gama dariam ao médio-defensivo uma chance para relançar a carreira. Dessa feita seria a Fiorentina, onde jogavam Rui Costa e Nuno Gomes, a ver em si um bom reforço para o meio-campo. Seguir-se-iam louvadas exibições, tudo para ter êxito e, todavia, mais um contratempo nos intentos do brasileiro. Com o conjunto de Florença a “declarar” falência, não restaria outra opção para o futebolista senão a de procurar um novo destino. Ora, outra mudança só daria mais força à ideia de que a carreira de Amaral era a de um verdadeiro “globetrotter”. Aliás, esse saltitar não pararia por aí. Depois do Besiktas, viriam ainda passagens por diversos emblemas no Brasil, o Catar, a Polónia, a Austrália e a Indonésia. Com tantas paragens, a caminhada do centrocampista só terminaria aos 42 anos de idade e no emblema da sua terra natal, o Capivariano.
*retirado do artigo de Luís Castro Martins, publicado a 21/12/2016 em http://www.maisfutebol.iol.pt
Tendo começado nas “escolas” do Palmeiras, Amaral largaria o já referido emprego para profissionalizar-se no desporto. No Palestra Italia, as suas exibições cedo começariam a merecer os mais rasgados elogios. Também colectivamente tudo corria de feição e os sucessos do clube acabariam por entrega-los a outros voos. Já após ter vencido alguns títulos nacionais e estaduais, merece a primeira chamada à selecção “canarinha”. Em seguida, e com o palmarés colorido pela Medalha de Bronze nas Olimpíadas de Atlanta, por 2 “brasileirões” e 3 Campeonatos de São Paulo é da Europa que surge novo desafio. A oportunidade de participar num das melhores ligas do mundo, chegaria com o convite do Parma. Todavia, no “Calcio” as coisas não correriam da melhor maneira e, num plantel que tinha como estrelas Thuram, Buffon, Cannavaro, Brolin ou Sensini, o “trinco” brasileiro poucas vezes apareceria em campo.
Surge então o empréstimo ao Benfica. Poucos meses após a sua chegada a Itália, Amaral transfere-se para as “Águias”. Num clube marcado pela instabilidade, o médio surge como um oásis de força e de vontade. Os fãs reconheceriam o seu esforço e entrega e, finda a época de 1996/97, desponta o movimento “Fica Amaral”. Com os cofres da “Luz” muito debilitados, estando os “Encarnados” longe de conseguir o exigido pelo emblema italiano, é dos adeptos que surgiria o esforço para que a contratação do médio fosse uma realidade. Contudo, a benquerença e o dinheiro angariado pela campanha seriam insuficiente para manter o médio em Lisboa. Ainda assim, as saudades do jogador levariam a que novo esforço fosse feito. Depois de, também por empréstimo, ter regressado ao Palmeiras, o “passe” de Amaral é finalmente adquirido pelo Benfica. Com a aquisição a acontecer na segunda metade de 1997/98, o médio volta a apresentar-se na “Luz”. No entanto, a presença de Graeme Souness ao comando técnico das “Águias”, levaria o jogador a enfrentar uma realidade bem diferente da encarada durante a sua primeira passagem. Pouco conseguiria jogar e acabaria por voltar ao Brasil.
Corinthians e Vasco da Gama dariam ao médio-defensivo uma chance para relançar a carreira. Dessa feita seria a Fiorentina, onde jogavam Rui Costa e Nuno Gomes, a ver em si um bom reforço para o meio-campo. Seguir-se-iam louvadas exibições, tudo para ter êxito e, todavia, mais um contratempo nos intentos do brasileiro. Com o conjunto de Florença a “declarar” falência, não restaria outra opção para o futebolista senão a de procurar um novo destino. Ora, outra mudança só daria mais força à ideia de que a carreira de Amaral era a de um verdadeiro “globetrotter”. Aliás, esse saltitar não pararia por aí. Depois do Besiktas, viriam ainda passagens por diversos emblemas no Brasil, o Catar, a Polónia, a Austrália e a Indonésia. Com tantas paragens, a caminhada do centrocampista só terminaria aos 42 anos de idade e no emblema da sua terra natal, o Capivariano.
*retirado do artigo de Luís Castro Martins, publicado a 21/12/2016 em http://www.maisfutebol.iol.pt
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