987 - GALLARDO

Se quiséssemos sumariar a sua carreira, poderíamos dizer que Marcelo Gallardo representou o River Plate, com intervalos em clubes estrangeiros. Porém, resumir tanto um percurso poderá levar-nos a inúmeros erros. Um deles é dar uma imagem bem mais pobre de algo que até foi relativamente faustoso. Ora, no caso do médio pode dizer-se que tudo começou no Mundial sub-17 de 1991.
Numa altura em que ainda vogava pelas camadas jovens da selecção argentina, Gallardo seria chamado a participar no Campeonato do Mundo de sub-17. O torneio organizado em Itália, onde conseguiria a medalha de bronze, serviria de base para uma caminhada bem rica. Com o River Plate, a sua carreira sénior começaria na temporada de 1992/93. Sendo, de início, pouco utilizado, o médio, aos poucos, começaria a cimentar-se como um dos melhores intérpretes da equipa. Tecnicamente evoluído, o jogador ficaria conhecido pela finta, visão de jogo e pela habilidade nos lances de bola parada.
A sua preponderância no conjunto de Buenos Aires levá-lo-ia, rapidamente, à estreia pela equipa “A” da Argentina. Com as cores da “Albiceleste”, Gallardo, ainda durante a sua primeira passagem pelo River Plate, seria convocado para os mais diversos certames de selecções. Para além dos Jogos Olímpicos de 1996 ou do Mundial sub-20 de 1997, torneios associados a escalões mais novos, o atleta marcaria presença em 2 edições da Copa América, na Taça das Confederações de 1995 e no Campeonato do Mundo de 1998. Porém, e se nas Olimpíadas disputadas em Atlanta conseguiria a Prata e no Mundial sub-20 o Ouro, já a sua participação nas restantes competições não traria troféus ao seu palmarés.
Pelo clube as coisas correriam de modo um pouco mais pomposo. Com 4 vitórias no Torneio Apertura, 1 no Torneio Clausura, a conquista da Copa Libertadores de 1996 e a Supercopa Sudamericana do ano seguinte, o seu prestígio subiria em flecha. Nesse sentido, seria sem surpresa que da Europa surgiria o interesse na sua contratação. O Mónaco seria o clube mais empenhado e, na temporada de 1999/00, Marcelo Gallardo transferir-se-ia para a “Ligue 1”. Logo na época de estreia em França, num plantel que contava com o português Costinha, o centrocampista ajudaria à conquista do Campeonato. Nas épocas seguintes, campanhas que precederiam o regresso ao país natal, o seu currículo seria ainda enriquecido pelos triunfos na Supertaça de 2000 e na Taça da Liga de 2003.
Como aqui já foi dado a entender, a sua carreira seria caracterizada pela intermitência entre o River Plate e outros emblemas de outros países. Paris Saint-Germain, DC United e Nacional de Montevideu seriam esses outros clubes. Apesar de a primeira metade do seu percurso profissional ter sido mais prodiga em conquistas, a segunda não seria isenta de momentos importantes e curiosos. Saltando alguns capítulos, podemos fazer referência aos anos passados no Uruguai. Seria na equipa da capital que o médio faria a transição da vida de futebolista para a de treinador. O engraçado nessa mudança acabaria por ser a conquista de 2 Campeonatos em 2 anos consecutivos, e em 2 papéis diferentes.
No papel de treinador Gallardo também tem conseguido trilhar um percurso glorioso. Mesmo tendo em conta a falta de troféus a nível nacional, o antigo internacional tem brilhado nas competições continentais. Pelo River Plate, que já orienta vai para 7 campanhas, já venceu 1 Copa Sul-Americana, 3 Recopas Sul-Americanas e, principalmente, 2 Libertadores. Hoje, dia 23 Novembro de 2019, irá tentar a sua 3 vitória naquela que é a principal competição organizada pela CONMEBOL. Tentará a sua sorte frente aos brasileiros do Flamengo, orientados pelo português Jorge Jesus.

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