1015 - AGOSTINHO OLIVEIRA

Após um treino de captação, Agostinho Oliveira acabaria por ser aceite nas “escolas” do Sporting de Braga. Faria aí todo o seu percurso formativo até que, na temporada de 1965/66, transitaria para o patamar sénior. Primeiro a jogar pelas “reservas” e, mais tarde, pela equipa principal, o defesa depressa conseguiria segurar um lugar no “onze” inicial. Porém, e apesar de ser um dos elementos mais utilizados no plantel, a titularidade assegurada logo na época de 1967/68 não faria o atleta desviar-se do outro grande objectivo da sua vida.
Paralelamente ao futebol, Agostinho Oliveira continuaria a alimentar a sua vida estudantil. Procurando conciliar as duas facetas, o defesa decidiria partir para Coimbra. Inscrever-se-ia na Faculdade de Letras e, no desporto, passaria a vestir as cores da Académica. Contudo, o percurso que tinha iniciado na temporada de 1968/69 seria interrompido pela “chamada à tropa”. Já no Curso de Oficiais do Exército, decide regressar ao Sporting de Braga. Mais tarde, voltaria a matricular-se no ensino superior. Mais uma vez, harmonizando os estudos e o futebol, o jogador completaria a Licenciatura em Filosofia, na Faculdade de Letras do Porto.
Com a descida do Sporting de Braga ao 2º escalão no final da campanha de 1969/70, Agostinho Oliveira jamais voltaria a competir naquele que é o palco principal do futebol português. Mantendo-se fiel ao conjunto minhoto, mas tendo sempre outras actividades em paralelo, em 1974 abraçaria também o cargo de Presidente do Sindicato dos Jogadores. Pouco tempo depois e por razão dos salários em atraso rescinde com os “Guerreiros”, deixando de vez a vida de futebolista de alta-competição.
Depois do “divórcio”, só quase passada uma década é que voltaria ao futebol profissional. Na sequência da sua presença, ao lado de nomes como Jesualdo Ferreira ou Carlos Queiroz, naquele que passaria a ser o primeiro curso de treinadores leccionado em Portugal, Agostinho Oliveira é desafiado pelo Sporting de Braga para regressar ao clube. Dessa feita como Coordenador da Formação “arsenalista”, o antigo defesa iniciaria uma longa carreira dedicada à área técnica. Ainda assim, não conseguiria largar de vez os campos e, nos “regionais” continuaria a dar uns pontapés na bola.
Passados alguns anos, seria a Federação Portuguesa de Futebol a endereçar-lhe um novo convite. As camadas de formação seriam o seu destino e, num percurso com cerca de duas décadas, conseguiria fazer um trabalho de reconhecido mérito. Ganharia 3 títulos internacionais. Porém, as vitórias nos Campeonatos da Europa de sub-16 em 1996 e sub-18 em 1994 e 1999, acabariam por revelar-se insuficientes para que outras oportunidades surgissem. Chegaria por duas vezes, mas apenas como interino, ao cargo de seleccionador principal. Essas experiências, antes da chegada e depois da saída de Luiz Felipe Scolari, serviriam essencialmente para testar novos valores. Já depois de 2010, e de, como adjunto de Carlos Queiroz, ter marcado presença no Mundial disputado na África do Sul, o treinador deixaria a Federação, para abraçar novos projectos.
Sempre ligado aos mais jovens, Agostinho Oliveira teria passagens pelo Sporting de Braga e Gondomar. Aquando da sua presença na equipa dos subúrbios do Porto, mais uma experiência digna de registo. Tendo conhecimento de todo o seu saber, a Federação Chinesa de Futebol passaria a tê-lo como Conselheiro.

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