1036 - JUPP HEYNCKES

Logo no ano de estreia como sénior, Jupp Heynckes acabaria por revelar aquilo em que toda a sua carreira de jogador haveria de assentar. Com uma surpreendente marca de 23 golos em 25 jogos, o jovem avançado, na temporada de 1964/65, tornar-se-ia numa das grandes figuras da subida do Borussia Mönchengladbach ao patamar cimeiro da Bundesliga.
Nos anos seguintes, e com os seus registos a segurarem o atleta numa posição de destaque, outros emblemas haveriam de ir no seu encalço. Com o Borussia Mönchengladbach a quedar-se por posições mais modestas na tabela classificativa, o ponta-de-lança decidiria procurar a sua sorte em outro clube. Curiosamente, a sua partida para o Hannover 96 em 1967, marcaria o cerco do seu antigo emblema aos lugares cimeiros da liga alemã. Porém, a separação não duraria assim tanto tempo. Volvidos 3 anos após a desvinculação, Jupp Heynckes voltaria à colectividade onde também tinha terminado a formação.
O regresso não poderia ter sido mais oportuno para o jogador. Mais uma vez com Heynckes a destacar-se pelos seus golos, a campanha de 1970/71, naquilo que seria o bicampeonato para a colectividade da Renânia do Norte-Vestfália, terminaria com o primeiro grande título da carreira do atacante. Nisso de conquistas, a sua caminhada enquanto desportista ficaria bem recheada. A somar ao já referido, ao seu currículo ainda seriam adicionadas mais 3 Ligas, 1 Taça da Republica Federal Alemã e a Taça UEFA de 1974/75. Aliás, as provas continentais seriam um dos grandes palcos do seu trajecto como futebolista. Para além da final vencida aos holandeses do Twente, onde, na 2ª mão, facturaria um “hat-trick”, o ponta-de-lança ainda marcaria presença em mais dois desses momentos decisivos. Infelizmente para si, a Taça UEFA de 1972/73 e a Taça dos Cubes Campeões Europeus de 1976/77 acabariam nas mãos do mesmo clube, o Liverpool.
Também a camisola da “Mannschaft” serviria para adornar uma carreira deveras rica. Com a estreia a acontecer em Fevereiro de 1967, num particular frente a Marrocos, os pontos altos da sua passagem pela principal selecção germânica surgiriam com as presenças no Euro 72 e no Mundial de 1974. Em ambas as situações, respectivamente nos certames organizados na Bélgica e na Alemanha Ocidental, a sua equipa sairia vencedora. Surpreendentemente, Heynckes, contrariando aquilo que era o seu apanágio, nunca conseguiria concretizar um golo nas fases finais. Mais estranho é esse registo, se tivermos em conta a quantidade de golos marcados por si, durante uma caminhada de quase década e meia. Nesse plano é igualmente faustoso o seu palmarés. Com 220 golos na Bundesliga, o antigo avançado é ainda o 3º melhor marcador da história da liga alemã. Na senda finalizadora temos ainda que arrolar os prémios de Melhor Marcador do Campeonato em 1973/74 e 1974/75 e as distinções de goleador máximo na “Champions” de 1975/76, na Taça dos Vencedores das Taças de 1973/74, e nas edições de 1972/73 e 1974/75 da Taça UEFA.
Já como treinador a sua carreira não ficaria nada aquém da trilhada enquanto futebolista. Ao trabalhar em diversos países e emblemas, o apogeu vivê-lo-ia na última passagem à frente do Bayern de Munique. Para ser correcto, também a experiência no Real Madrid, num plantel que contava com Carlos Secretário, haveria de ter os seus momentos altos. Nos “Merengues”, apesar de nunca ter conseguido vencer a “La Liga”, haveria de erguer a “Champions” de 1997/98. Curiosamente, seria depois desse sucesso que o Benfica entraria na sua vida. Numa altura muito conturbada da história das “Águias”, a temporada de 1999/00 nada traria de concreto ao seu trajecto. Após algumas partidas na campanha seguinte, João Vale e Azevedo dispensaria o técnico para contratar José Mourinho. A sua estadia em Lisboa, à margem da incontestável qualidade do seu trabalho, terminaria sem glória.
Nada de suficiente para abalar a sua fama. O passo de volta ao Athletic Bilbao, alguns meses após o despedimento, transformar-se-ia no primeiro episódio para devolver o técnico à estrada dos sucessos. Num trajecto que, só na primeira metade, contava também com 8 anos no Borussia de Monchengladbach e 5 épocas, com 2 Bundesligas ganhas, ao serviço do Bayern de Munique, o regresso à Alemanha traria para si muitos motivos de orgulho. No Schalke 04 venceria 2 Taças Intertoto. Já no derradeiro capítulo, vivido com as cores do emblema bávaro, Jupp Heynckes, a somar ao título de campeão nacional em 2017/18, na temporada de 2012/13 arrecadaria a Bundesliga, a Taça da Alemanha e a segunda “Champions” da sua carreira enquanto grande treinador do futebol mundial.

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