1070 - MÁRIO VENTURA

Seria ainda enquanto atleta das “escolas” do Belenenses, que Mário Ventura acabaria chamado aos trabalhos das jovens selecções portuguesas. Escolhido por David Sequerra, a convocatória e o 3º lugar conquistado no Torneio Internacional de Juniores da UEFA de 1968, serviriam para fortalecer a sua imagem como grande promessa do emblema lisboeta. Porém, e ao contrário do que seria espectável, pouco tempo após a presença na fase final disputada em França, o seu nome surgiria na lista de jogadores que, ao não transitarem para o plantel sénior, haveriam de deixar o Restelo.
O Olhanense, na 3ª divisão nacional de 1968/69, daria início a um périplo que empurraria aquele que havia sido avaliado como um dos grandes valores do futebol jovem português, para uma grande caminhada nos escalões secundários. Nesse sentido, e depois de um ano passado no Algarve, o Famalicão surgiria como a solução para a sua carreira. A colectividade minhota, ao preencher 6 temporadas no seu trajecto, acabaria por tornar-se na mais representativa do seu percurso futebolístico. Por outro lado, as projectadas subidas de escalão, ao não ganharem corpo, continuariam, ao longo dos anos, a adiar a entrada de Mário Ventura nos principais palcos da modalidade.
A estreia na 1ª divisão, em 1976/77, acabaria mesmo por acontecer. O Vitória de Guimarães, pela mão do treinador Fernando Caiado, serviria para introduzir Mário Ventura em conjunturas competitivas há muito prometidas. No entanto, e mesmo não pondo em causa as suas qualidades futebolísticas, a verdade é que o jogador nunca conseguiria impor-se como um dos nomes indiscutíveis da equipa. Atleta com propensões ofensivas e reconhecido pelas superiores capacidades técnicas, dizem que a mentalidade com que abordava o futebol terá sido a maior causa do seu ocaso. Ainda assim, as oportunidades continuariam a surgir e o Vitória de Setúbal seguir-se-ia na sua carreira.
A viagem até à cidade sediada na margem Norte do Rio Sado, alimentaria, durante mais 2 anos, a presença de Mário Ventura na 1ª divisão. Com boas exibições, mas com uma prejudicial irregularidade, mais uma vez, o jogador seria estigmatizado por alguma falta de empenho. Não obstante, a sua presença no plantel sadino seria apreciada. A valorização conseguida em Setúbal garantir-lhe-ia a passagem, ainda no contexto primodivisionário, por outro emblema histórico. Já no Marítimo, com a despromoção vivida no final da campanha de 1980/81, o médio ofensivo acompanharia o conjunto insular na descida de escalão. Essa infelicidade representaria o fim das suas aparições entre os “grandes”. Seguir-se-iam ainda alguns emblemas de respeitável ambição. Todavia, Farense, Ginásio de Alcobaça, União de Leiria ou Torreense não seriam capazes de devolver o atleta à mais importante competição lusa.

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