As passagens pelo Pailense, Académica da Praia, Sporting da Praia e a estreia na selecção cabo-verdiana aos 17 anos, transformar-se-iam no primeiro “cartão de visitas” do jovem praticante. Com seu o percurso a revelar-se numa emergência de qualidades acima da média, outros emblemas começariam a acercar-se do jogador. Surgiria então, sob a perspicácia de José Maria Pedroto, o interesse do Vitória Sport Clube. Porém, com a mudança para a cidade de Guimarães a concretizar-se em 1982/83, o confronto com uma realidade competitiva bem mais exigente, acabaria por ser penoso para Kiki. Depois de passar 2 temporadas sem praticamente jogar, a solução para o atleta passaria pela transferência para o Desportivo de Chaves. Em Trás-Os-Montes tudo começaria a mudar para o “trinco”. Ao destacar-se como um atleta possante, lutador e com um bom trato de bola, o médio transformar-se-ia num dos pilares da equipa. Com prestações valorosas, a sua ajuda seria preciosa para, nos anos seguintes, o clube escrever várias das mais importantes páginas da sua história. Depois de, logo na campanha de 1984/85, fazer parte da inédita promoção à 1ª divisão, a participação na Taça UEFA revelar-se-ia como o apogeu dessa sua passagem pelos flavienses.
Após uma época mais discreta em Chaves, a mudança de Kiki para o Sporting de Braga serviria para relançar a carreira. Aliás, ao suplantar o referido propósito, os 2 anos no Minho conseguiriam catapultá-lo para um patamar superior. Com o veiculado interesse dos “3 grandes”, primeiro surgiria o Sporting. Mais tarde, depois da nega dada aos “Leões”, viria o especulado interesse do Benfica e a “ultrapassagem” do FC Porto. Com o intuito de passar à frente do rival lisboeta, os responsáveis portistas poriam em marcha uma missão secreta. Ao abordar o atleta antes ainda do final da temporada de 1988/89, tudo ficaria acordado entre as duas partes. Contudo, o secretismo da reunião, à revelia do emblema bracarense, resultaria numa enorme polémica. Ainda assim, e com um severo castigo aplicado pela entidade patronal, a mudança para a “Cidade Invicta” acabaria mesmo por concretizar-se.
Nas Antas voltaria a encontrar-se com o treinador-adjunto por altura da sua estadia em Guimarães. Curiosamente, seria à custa do aludido técnico que acabaria por viver uma situação deveras caricata – “Num dos primeiros dias de folga no FC Porto fui dar uma volta ao shopping. Estava a ver umas montras quando, de repente, me cruzo com o Artur Jorge (…).Aproximei-me do mister para cumprimentá-lo, claro. Ele virou a cara e seguiu em frente. Fez como se eu não estivesse lá (…).No dia seguinte fui contar este episódio a alguns colegas. Disseram-me logo: já nos aconteceu a todos. Fora daqui não existimos para ele. Percebi que era uma forma de ele manter uma distância grande para os jogadores e impor uma certa cultura de temor”*. Graças à parte, seria nos “Azuis e Brancos” que Kiki viveria, em termos de troféus, a fase mais prolífera. Mesmo sem conseguir ser um dos elementos indiscutíveis do “onze”, as temporadas disputadas entre 1989/90 e 1991/92 trariam para o seu palmarés as vitórias em 2 Campeonatos Nacionais e 1 Taça de Portugal.
Já depois de deixar os “Dragões”, pouco mais restaria da sua carreira. O regresso ao Sporting de Braga e mais uma temporada no Paços de Ferreira selariam o fim do seu percurso como futebolista. No regresso a Cabo Verde, começaria por dedicar-se aos ramos da construção e da restauração. Recentemente regressaria ao futebol, para abraçar o papel de dirigente. Como Presidente da Académica da Praia, o seu trabalho levaria a colectividade à conquista de diversos títulos nacionais.
*retirado do artigo de Pedro Jorge da Cunha, publicado a 22/03/2013, https://maisfutebol.iol.pt
Após uma época mais discreta em Chaves, a mudança de Kiki para o Sporting de Braga serviria para relançar a carreira. Aliás, ao suplantar o referido propósito, os 2 anos no Minho conseguiriam catapultá-lo para um patamar superior. Com o veiculado interesse dos “3 grandes”, primeiro surgiria o Sporting. Mais tarde, depois da nega dada aos “Leões”, viria o especulado interesse do Benfica e a “ultrapassagem” do FC Porto. Com o intuito de passar à frente do rival lisboeta, os responsáveis portistas poriam em marcha uma missão secreta. Ao abordar o atleta antes ainda do final da temporada de 1988/89, tudo ficaria acordado entre as duas partes. Contudo, o secretismo da reunião, à revelia do emblema bracarense, resultaria numa enorme polémica. Ainda assim, e com um severo castigo aplicado pela entidade patronal, a mudança para a “Cidade Invicta” acabaria mesmo por concretizar-se.
Nas Antas voltaria a encontrar-se com o treinador-adjunto por altura da sua estadia em Guimarães. Curiosamente, seria à custa do aludido técnico que acabaria por viver uma situação deveras caricata – “Num dos primeiros dias de folga no FC Porto fui dar uma volta ao shopping. Estava a ver umas montras quando, de repente, me cruzo com o Artur Jorge (…).Aproximei-me do mister para cumprimentá-lo, claro. Ele virou a cara e seguiu em frente. Fez como se eu não estivesse lá (…).No dia seguinte fui contar este episódio a alguns colegas. Disseram-me logo: já nos aconteceu a todos. Fora daqui não existimos para ele. Percebi que era uma forma de ele manter uma distância grande para os jogadores e impor uma certa cultura de temor”*. Graças à parte, seria nos “Azuis e Brancos” que Kiki viveria, em termos de troféus, a fase mais prolífera. Mesmo sem conseguir ser um dos elementos indiscutíveis do “onze”, as temporadas disputadas entre 1989/90 e 1991/92 trariam para o seu palmarés as vitórias em 2 Campeonatos Nacionais e 1 Taça de Portugal.
Já depois de deixar os “Dragões”, pouco mais restaria da sua carreira. O regresso ao Sporting de Braga e mais uma temporada no Paços de Ferreira selariam o fim do seu percurso como futebolista. No regresso a Cabo Verde, começaria por dedicar-se aos ramos da construção e da restauração. Recentemente regressaria ao futebol, para abraçar o papel de dirigente. Como Presidente da Académica da Praia, o seu trabalho levaria a colectividade à conquista de diversos títulos nacionais.
*retirado do artigo de Pedro Jorge da Cunha, publicado a 22/03/2013, https://maisfutebol.iol.pt
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