1142 - ELEUTÉRIO

Começaria a prática do futebol ainda como atleta do Grupo Desportivo “Os Fósforos”. Em 1946 viria a assistir à união do seu emblema com o Marvilense Futebol Clube e o Chelas Futebol Clube, dando, desse modo, origem ao Clube Oriental de Lisboa. Mas muito mais do que testemunhar o nascimento da histórica colectividade, Eleutério, ao integrar os planteis do novo emblema “alfacinha”, ajudaria a consolidar o sonho de um conjunto de entusiastas da modalidade.
A sua integração na categoria principal, com registos desde a temporada de 1947/48, faria com que a cotação do jogador começasse a subir. Como um dos pilares do sector intermediário, seria também por razão da sua dedicação que, depois da promoção conseguida na campanha anterior, o Oriental conseguiria, na edição de 1950/51 do Campeonato Nacional, estrear-se na 1ª divisão. Com a disputa do patamar máximo do futebol português e com a visibilidade daí resultante, Eleutério começaria a ser observado por emblemas de grande monta. Daí até à transferência para outra colectividade seria um pequeno salto e na época de 1952/53, o centrocampista daria início aos seus trabalhos com o FC Porto.
De “azul e branco”, o atleta cumpriria 5 temporadas. Lançado pelo treinador argentino Lino Taioli, logo no ano da chegada, Eleutério, ocupando posição na esquerda do meio-campo, tornar-se-ia num dos elementos com mais chamadas ao “onze”. Manteria a posição com a entrada de Cândido de Oliveira a meio da primeira época, estendo o estatuto de titular para a campanha seguinte. Aliás, 1953/54 tornar-se num dos mais importantes ciclos da sua carreira desportiva. Com o lugar na equipa alicerçado em boas exibições, a chamada à principal selecção portuguesa surgiria com naturalidade. Chamado a jogo por Salvador do Carmo, a Bélgica, num “particular” disputado em Março de 1954, serviria para alimentar a única internacionalização do seu trajecto.
Mesmo diluída a preponderância alcançada nos 2 primeiros anos com os “Dragões”, Eleutério manter-se-ia integrado no plantel principal. Com Joaquim Machado, inicialmente, a roubar-lhe o lugar, a introdução, por Dorival Yustrich, de um novo esquema táctico, acabaria por acentuar a sua perda de importância. Ainda assim, o atleta haveria de celebrar a “dobradinha” conquistada em 1955/56. Chamado pelo famoso técnico brasileiro à disputa de apenas 5 partidas oficiais, o médio veria as vitórias no Campeonato Nacional e na Taça de Portugal a enriquecerem o seu currículo.
Depois de envergar pela última vez o listado “azul e branco” no decorrer da temporada de 1956/57, o futebolista daria continuidade à carreira desportiva. Com a mudança a acontecer não para muito longe do Estádio das Antas, seria o Salgueiros, a militar na 1ª divisão, que abriria, ao atleta, as portas das competições organizadas na época de 1957/58.

Sem comentários: