1244 - EDMUR

Com os passos iniciais no futebol dados, entre o final da sua formação e o começo da caminhada sénior, em emblemas como Mauá, Tamoios e Fonseca Atlético Clube, seriam as boas exibições conseguidas durantes esses primeiros anos que levariam o histórico Flamengo elegê-lo como reforço. A felicidade de, em 1948, ser contratado pelo clube do seu coração, acabaria, no entanto, por ser abalada pela fraca utilização do ainda jovem atacante. Ao posicionar-se preferencialmente do lado direito do ataque, tanto a extremo como a interior, Edmur, para além de enfrentar a concorrência de colegas mais experientes, teria ainda que lidar com o Serviço Militar Obrigatório. Tais contrariedades acabariam por afectar a sua afirmação no “Mengão” e a saída tornar-se-ia uma realidade.
Primeiro por empréstimo do Flamengo, depois a título definitivo, o capítulo seguinte na carreira de Edmur seria escrito com as cores do Canto do Rio. Na colectividade de Niterói, com a entrada do atleta a acontecer na temporada de 1950,o avançado pouco tempo necessitaria até chamar a atenção de outro dos históricos do futebol brasileiro. Contratado pelo Vasco da Gama para fortalecer o grupo de trabalho de 1951, o jogador haveria de ser orientado pelo icónico Otto Glória. A segunda época a envergar a “Cruz de Malta”, serviria para gravar no seu palmarés a conquista do Campeonato Carioca. No entanto, mesmo tido como um elemento valioso, o facto de nunca ter conseguido afirmar-se como titular absoluto, levá-lo-ia a aceitar um novo convite e a rumar a outro estado e a abraçar outra insígnia.
Ao rubricar uma ligação com a Portuguesa dos Desportos na temporada de 1953, o jogador daria aí o primeiro passo para uma das melhores fases da carreira. Como uma das “estrelas” do conjunto paulista, o atacante tornar-se-ia essencial nos sucessos do colectivo. O maior destaque chegaria na época de 1955, com a participação da agremiação “Lusa” no Torneio Rio-São Paulo. Para além da vitória dos “Verde-rubro”, Edmur terminaria a prova como o líder da tabela dos Melhores Marcadores. Ora, tamanho destaque, levá-lo-ia, durante o mesmo ano, às cogitações da Confederação Brasileira de Futebol. Acabaria chamado à “Canarinha” para disputar a Taça Oswaldo Cruz, facto que, a 17 de Novembro de 1955, numa partida agendada frente ao Paraguai, levaria o atleta à primeira internacionalização.
Em 1958 a curta passagem pelo Náutico de Capibaribe, serviria para lançar uma nova aventura na sua caminhada profissional. Descoberto por António Pimenta Machado, empresário radicado no Brasil, homónimo e familiar do futuro dirigente vimaranense, Edmur seria indicado ao Vitória Sport Clube. Chegaria ao Minho para integrar o plantel de 1958/59, onde brilhavam os seus conterrâneos Ernesto e Carlos Alberto. Mesmo com 29 anos, o avançado manteria as suas qualidades intactas. Veloz, como uma leitura de jogo superior e um enorme sentido de oportunidade, facilmente haveria de conseguir assegurar um lugar na ponta-direita da linha-ofensiva da colectividade sediada na “Cidade Berço”. Na segunda campanha ao serviço do clube, e tido como um dos melhores intérpretes a actuar no Campeonato Nacional, o avançado, com 25 remates certeiros, terminaria a época no topo da lista dos Melhores Marcadores da prova maior de Portugal e, em definitivo, gravaria o seu nome na história do futebol luso.
Após a temporada de 1961/62, cumprida ao serviço do Celta de Vigo, Edmur voltaria ao lado de cá da fronteira, para vestir a camisola do Leixões. Numa fase já mais discreta da sua caminhada, a passagem pelo emblema de Matosinhos, com números a aferi-lo como um dos mais utilizados, precederia o regresso do atleta ao Brasil, dessa feita para representar a “carioca” Associação Atlética Portuguesa. Na realidade, a estadia no Rio de Janeiro transformar-se-ia num interlúdio para a derradeira fase da sua carreira. Na Venezuela, ao envergar as cores do Deportivo Italia, sagrar-se-ia campeão daquele país e, em 1966, viria a “pendurar as chuteiras”.
Também como técnico, Edmur conseguiria desenhar um trilho louvável. Ao voltar a Portugal, o antigo avançado abraçaria diversos projectos, em emblemas de índole mais modesta. Aliados do Lordelo, onde ainda participaria como treinador-jogador, AD Fafe, Moreirense, Paredes, Gil Vicente ou São Martinho do Campo acabariam, ao longo de vários anos, por colorir essa faceta.

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